Coluna Propaganada&Arte

Menos Touchscreen, Mais Touch Skin: O Natal que só a gente pode fazer

Por R. Guerra Cruz

A propaganda de Natal da Coca-Cola, uma das marcas mais icônicas do mundo, ganhou destaque — e críticas — ao adotar inteligência artificial para criar mais de cem comerciais personalizados para diferentes cidades.

A ideia era ambiciosa: combinar tecnologia e emoção para trazer uma mensagem de Natal única para cada público local. Porém, o resultado deixou a desejar. Detalhes importantes, como mãos com dedos estranhos ou rodas que não giravam direito, acabaram transformando a tentativa de inovação em um caso clássico de como a execução técnica pode ofuscar até as melhores intenções criativas.

Esse cenário nos faz refletir sobre como a IA está sendo integrada na publicidade, tanto em sua capacidade de personalizar experiências quanto nas limitações que ainda enfrenta.

Aqui, é possível traçar um paralelo interessante com o uso de anúncios em plataformas de streaming, tema que abordei recentemente. No streaming, a IA oferece uma oportunidade de personalizar anúncios para torná-los mais relevantes e menos invasivos, especialmente ao considerar o contexto do conteúdo assistido. No entanto, como vimos na campanha da Coca-Cola, a tecnologia sozinha não resolve tudo — o “feeling” humano ainda é indispensável.

O Papel do Feeling Humano: Lições do RD Summit

Durante o RD Summit deste ano, várias palestras abordaram a relação entre IA e criatividade humana. Um destaque foi a fala de Peçanha, que ressaltou a importância de entender a teoria da “valorização do esforço” (destacando como as pessoas tendem a valorizar mais aquilo que sabem que exigiu trabalho) e como a tecnologia precisa ser guiada por um toque humano para gerar resultados realmente impactantes. Ele argumentou que a IA é poderosa para automatizar processos e criar soluções práticas, mas a emoção e a narrativa ainda dependem de pessoas que compreendem os desejos e as dores do público.
Esse ponto é essencial para evitar deslizes como os da Coca-Cola, onde o objetivo de personalização foi prejudicado pela falta de revisão ou refinamento humano.

A IA pode ser uma ferramenta incrível para escalar e inovar, mas a ausência do olhar crítico e sensível das pessoas transforma o que deveria ser mágico em algo genérico ou até desconfortável.

O presente que queremos: O Equilíbrio entre IA e Humanidade

Apesar dos tropeços, não podemos desanimar. O uso de IA na publicidade está em plena evolução, e campanhas como a da Coca-Cola servem como aprendizado valioso para o setor.

A ideia de personalização em escala é promissora, especialmente quando aplicada de forma inteligente — imagine anúncios em streaming que entendam o momento certo para interagir com o público, alinhando humor, timing e relevância ao contexto.

Mas, enquanto a IA aprimora suas habilidades, é crucial que nós, humanos, não esqueçamos de estar presentes — tanto na construção das campanhas quanto na nossa própria vida. Afinal, o Natal nos lembra de valorizar o toque humano, o calor das conexões reais (Menos Touchscreen, Mais Touch Skin).

Talvez o melhor presente não seja um comercial perfeito gerado por IA, mas a nossa presença genuína ao redor da mesa, longe do celular. Porque, ironicamente, até nós podemos nos tornar “robotizados” quando esquecemos o que realmente importa.

 

A evolução da OOH para além dos outdoors

Por Carlos Santana*

Imagem de StockSnap por Pixabay

Há uma verdade importante que percorre o mercado publicitário atual: as pessoas estão se cansando dos anúncios online. De acordo com o infográfico da GlobalWebIndex, quase metade dos consumidores bloqueia anúncios na internet. E, em meio ao cenário de intolerância quanto à divulgação excessiva de produtos e serviços no digital, a publicidade out of home (OOH) – ou fora de casa – tem sido uma ferramenta poderosa para as marcas alcançarem públicos-alvo, proporcionando uma presença tangível e impactante em locais estratégicos.

A OOH transmite uma sensação de permanência e prestígio, diferentemente dos anúncios online, que podem ser ignorados, pulados ou até bloqueados. Ao ocupar espaços físicos de grande circulação, esse tipo de publicidade reforça a confiança do público na marca, estabelecendo uma conexão duradoura.

A evolução do método ao longo das décadas tem sido notável, com a diversificação de formatos e a incorporação de tecnologias. A essência de estar onde as pessoas estão permanece, mas a criatividade e a adaptação às demandas do mercado impulsionaram a estratégia para além dos tradicionais outdoors, abrindo caminho para uma variedade de modelos que atendem diferentes necessidades e objetivos de comunicação, tornando a OOH uma opção cada vez mais assertiva.

Ultrapassando os movimentos convencionais, a mídia OOH expandiu as fronteiras da publicidade para locais e contextos inesperados, integrando-se de forma orgânica ao cotidiano das pessoas, como as ações personalizadas e inseridas em aeroportos e metrôs, com o objetivo de criar conexões impactantes em momentos específicos da jornada do consumidor.

As intervenções estáticas, por sua vez, também se demonstraram limitadas nos últimos anos, trazendo a experiência como um potencial competitivo para as campanhas de publicidade. Imergir no universo do projeto com o público faz com que as pessoas se lembrem da marca, reforçando o relacionamento com o consumidor e resultando em originalidade – um requisito importante e raro no mercado atual. Isso pode acontecer por meio de visuais 3D ou inserção de recursos sonoros e interativos.

Essa diversificação de formatos reflete a capacidade da indústria de se reinventar e se adaptar às mudanças no comportamento e no cenário de mídia. Ao evoluir oferecendo opções que vão além dos outdoors tradicionais, a OOH permite que as marcas explorem novas abordagens, alcancem diferentes públicos e integrem a publicidade a ambientes relevantes. Inserir a aderência do cliente em primeiro lugar nas ações é o melhor caminho para conectar marcas ao mundo real de maneiras verdadeiramente impactantes.

*Carlos Santana é CEO e fundador do grupo Mídia 10

APP Vale abre inscrições para a segunda edição do Fest’UP Vale

O Festival Universitário de Propaganda no Vale do Paraíba tem o objetivo de proporcionar oportunidades e aprendizado no setor publicitário para estudantes e profissionais da comunicação

Inscrições para a segunda edição do Fest’UP Vale, que será em São José dos Campos (SP), estão abertas – Crédito: Divulgação

A APP Vale (Associação de Profissionais de Propaganda do Vale do Paraíba) promove o “Fest’UP (Festival Universitário de Propaganda): Inteligência Artificial, Criatividade Natural”, principal encontro nacional dedicado à formação de conexões entre estudantes universitários e profissionais da área de publicidade e comunicação, e abre inscrições até dia 30/11.
Pela segunda vez, o evento chega à região do Vale do Paraíba, em São José dos Campos (SP), e será realizado dia 30/11, a partir das 9h, no Novotel São José dos Campos, localizado na Avenida Dr. Nélson d’Ávila, número 2200. As inscrições são limitadas e podem ser feitas pelo site.

Promovido há 35 anos pela APP Brasil, o Fest’UP Vale do Paraíba está em sua segunda edição e tem como foco “Inteligência Artificial, Criatividade Natural”, oferecendo a estudantes e profissionais a oportunidade de se imergir em um dia intenso de aprendizado, discussões instigantes e insights que impulsionarão as carreiras dos universitários. Palestrantes de renome e figuras nacionais da propaganda e comunicação compartilharão experiências profissionais, juntamente com especialistas da região. Dentre eles estão Dico Barbosa (TikTok), Gabriella Aragone (Content Strategist), Gustavo Franco (Grupo Publicis), João Carreira (Per4media), Kaique Oliveira (Comunidade Examanas), Luis Namura (Vitae Brasil), Marcia Esteves (Lew’Lara\TBWA), Regi Andrade (Máquina do Esporte), Ricardo Reuters (Globo Business Partner), Silvio Soledade (PlanoGestão e Presidente da APP Brasil) , Yasmin Duarte (Digital Media Strategy), Guilherme Meyer (Vex Painéis e diretor da Central de Outdoor) e Rita Almeida (AlmapBBDO).

O propósito do Fest’UP Vale é moldar o futuro de profissionais de propaganda e comunicação na Região Metropolitana do Vale do Paraíba, Região Bragantina, Serra da Mantiqueira e Litoral Norte, abrangendo diversas disciplinas, como publicidade, marketing, gestão, audiovisual, jornalismo, tecnologia da informação, fotografia, entre outros.

Josué Brazil, diretor da APP Vale, destaca a importância do evento na região do Vale do Paraíba e antecipa que o evento vai oferecer uma programação repleta de palestras inspiradoras, workshops de alto nível, competições criativas e painéis de discussão que impulsionarão a vida profissional dos participantes. “A cada ano, tenho participado do Fest’UP da APP Brasil e entendo que a capacitação que este evento promove é um pilar importantíssimo para a nossa indústria. O Fest’UP Vale 2024 é um marco na formação e desenvolvimento de novos profissionais da área de comunicação e promoverá oportunidades únicas de aprendizado e networking”, diz o diretor.

Para Josué Brazil, diretor da APP Vale, a capacitação profissional promovida pelo evento é fundamental para a indústria da comunicação – Crédito: Divulgação

A programação do Fest’UP Vale inclui palestras sobre diversas áreas do ecossistema de comunicação. Os participantes terão a oportunidade de conhecer temas desde a força da TV regional, passando por dados, criatividade, marketing digital, propaganda, a força da mídia exterior e chegando a disciplinas mais recentes, como a de marketing de influência em relação ao universo dos creators e a publicidade.

O evento conta com o patrocínio da AnaMid, Atributo®, RB Digital, CEO da Saúde, agência era®, TV Unitau, Decoli Mídia, TV Record Vale e Litoral e Grupo Band Vale.

Sobre o Fest’UP

O Fest’UP (Festival Universitário de Propaganda), evento realizado pela APP Brasil há 35 anos, é o maior encontro nacional dedicado à formação e à criação de redes de contatos entre estudantes universitários e entusiastas da publicidade e comunicação. Imagine palestras inspiradoras, workshops de alto nível, competições criativas eletrizantes e painéis de discussão transformadores, tudo isso realizado nas melhores faculdades do segmento.

Serviço

“Fest’UP (Festival Universitário de Propaganda): Inteligência Artificial, Criatividade Natural”
Data: 30/11
Horário: das 9h às 18h
Inscrições até 30/11: https://www.even3.com.br/festup-vale-24
Local: Novotel São José dos Campos, Avenida Dr. Nélson d’Ávila, número 2200

Fonte: Agência ERA®

Os principais desafios do marketing na era digital

Por Josué Brazil

Chegamos a um momento em que o mundo inteiro está digital ou digitalizado. Tudo o que fazemos está em parte ou totalmente mediado ou suportado pelo digital. E o marketing não ficou de fora disso, é claro.

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

Chegamos ao ponto em que o marketing tem que fazer frente às demandas de um mundo 100% digital.

O marketing na era digital enfrenta desafios complexos e um cenário em constante evolução, refletindo o ritmo acelerado das mudanças tecnológicas e a transformação no comportamento dos consumidores.

Tentamos aqui listar e explicar alguns destes principais desafios do marketing digital. Vamos a eles!

1. Sobrecarga de informação e ruído
Hoje, o excesso de informações disponíveis na internet faz com que os consumidores se tornem mais seletivos e dispersos. São bombardeados por uma quantidade enorme de anúncios, postagens e conteúdos, o que torna difícil para as marcas se destacarem. Para capturar a atenção de forma eficiente, é essencial que as empresas criem conteúdo autêntico, relevante e pessoal

2. Personalização em escala
Outro grande desafio é a necessidade de personalizar o conteúdo e a comunicação com o cliente, adaptando-se às suas preferências e necessidades individuais. Isso exige um uso inteligente de dados para entender o comportamento e os interesses dos consumidores. No entanto, esta recolha de dados deve ser feita de forma ética e segura, respeitando as leis de privacidade, o que é outro obstáculo no caminho da personalização.

3. Adaptação às mudanças em plataformas e algoritmos
As plataformas digitais, como redes sociais e motores de busca, estão sempre mudando seus algoritmos e políticas, o que impacta a visibilidade e o alcance das campanhas. As empresas precisam se manter atualizadas e flexíveis para ajustar suas estratégias com rapidez, adaptando-se aos novos formatos, funcionalidades e regras que surgem constantes

4. Experiência do cliente omnicanal
Com a multiplicidade de canais de comunicação — redes sociais, e-mail, sites, aplicativos, etc. — os consumidores esperam uma experiência integrada, ou seja, poder transitar entre diferentes plataformas e pontos de contato sem inconvenientes. Esse desafio exige que as marcas ofereçam uma experiência coesa e sincronizada, independente de onde o cliente esteja interagindo com o

5. Uso ético e proteção de dados
Com o aumento da coleta e do uso de dados pessoais, cresce também a preocupação dos consumidores com sua privacidade e segurança. Leis como a LGPD no Brasil e o GDPR na União Europeia pressionam as empresas a serem mais transparentes e cuidadosas com os dados dos usuários. Assim, o marketing digital precisa equilibrar o uso de dados para personalização com o respeito à privacidade do consumidor, mantendo a confiança e a atualização da

6. Acompanhamento de resultados e ROI (Retorno sobre Investimento)
Medir o retorno sobre o investimento no ambiente digital é um desafio constante. Com tantas estatísticas disponíveis, pode ser difícil identificar o que realmente indica o sucesso das estratégias. Além disso, os impactos do marketing digital podem ser difusos e se manifestar no longo prazo, o que dificulta a análise imediata dos resultados

Um ambiente multifacetado

Esses mostram que o marketing digital é um campo dinâmico e multifacetado, que exige das empresas um olhar atento às tendências, flexibilidade e uma abordagem centrada no cliente. Manter-se atualizado e investir em tecnologia, análise de dados e capacitação são alguns dos caminhos para enfrentar essas dificuldades.