A evolução do e-commerce é agora

*Por Núbia Mota

Não é novidade que o varejo on-line ganhou ainda mais relevância diante da pandemia de covid-19. Com estabelecimentos fechados ou funcionando com restrições, além da adoção do home office, é natural que as pessoas passem a utilizar mais o e-commerce. Na verdade, até aqueles consumidores que não tinham experiência nesse meio tiveram de se adaptar — segundo pesquisa da Neotrust/Compre&Confie, 5,7 milhões de brasileiros fizeram sua primeira compra pela internet entre abril e junho deste ano.

Esse aumento de consumo no mundo on-line provocou expansão do próprio e-commerce para novos formatos de compra que transformam a jornada do consumidor. Logo, os lojistas que acompanharem as tendências e se adaptarem bem às diversas tecnologias disponíveis estarão à frente dos concorrentes quando essas mudanças se consolidarem. Ter um pé no futuro é importante para garantir a inovação contínua, que permite a criação de melhores experiências para os consumidores.

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Já muito comum nos Estados Unidos, a compra por comandos de voz no móbile, por exemplo, ainda não se popularizou aqui no Brasil, mas é uma tendência forte, pois o país já tem mais smartphones do que desktops.

Para pôr em prática as compras por voz, é preciso, primeiro, ter um site responsivo, com navegação própria para móbile. Muitos varejistas ainda não fazem isso porque o celular é um dispositivo usado mais para pesquisa, e não necessariamente traz conversão. Os consumidores podem, por exemplo, pesquisar uma peça de roupa enquanto assistem à TV, mas comprar apenas depois, via desktop. Além disso, as plataformas precisam ser flexíveis para permitir a integração com comandos de voz.

Apesar dos desafios, já existem empresas no Brasil inovando e adotando esse formato como o aplicativo Auto Busca, da Ford, que integra o comando de voz na plataforma.

Já os populares chatbots nem sempre oferecem uma boa experiência de compra. Quem nunca precisou tirar uma dúvida e tentou falar com um chatbot que não trazia as informações necessárias? É muito frustrante encontrar um meio que deveria facilitar o processo de compra, mas, em vez disso, se torna uma barreira. Se não forem bem desenvolvidos, os chatbots vão acabar gerando uma experiência ruim, em vez de ajudar os clientes.

Para criar um bom chatbot é preciso ter em mente que eles funcionam melhor para tarefas básicas, como consultar o status do pedido. Assim, eles são muito úteis para otimizar as operações, mas nem tanto quando o cliente precisa de um atendimento mais completo. A melhor forma de utilizar chatbots é desenvolvendo-os para executar tarefas operacionais, a fim de permitir que a equipe foque nas questões que necessitam de interação humana.

Outro formato que está se popularizando nas redes sociais é o de compras por vídeo, uma vez que já temos marcas nascendo primeiro nas redes sociais. É uma forma relativamente simples e barata de estruturar os negócios, e as próprias plataformas passaram a fornecer ferramentas para facilitar o comércio eletrônico, como o Facebook Marketplace e o recurso de compra dentro do Instagram. Ao todo, 100 milhões de pessoas assistem algum evento online no Instagram ou Facebook por dia, segundo dados da própria empresa.

Esse modo de venda é interessante porque traz maior interação e visibilidade do produto em uso ao mesmo tempo em que não requer uma grande produção — na verdade, ele traz uma aderência melhor quando é mais “natural”. Às vezes, simplesmente ver um influenciador usando determinado produto em um vídeo no story é o bastante para fazer um consumidor se interessar por ele. É um formato que funciona muito bem para lojistas com um público jovem.

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O comércio eletrônico brasileiro cresceu 47% no primeiro semestre de 2020 em relação ao resultado do mesmo período do ano passado, segundo o relatório Webshoppers. Em um ambiente digital cada vez mais relevante e competitivo, os varejistas que conseguirem inovar e oferecer experiências únicas e excelentes são os que vão se destacar. Claro, nem todas as tecnologias são adequadas para todos os segmentos do varejo. É importante sempre avaliar o que faz sentido para sua marca e para o consumidor.

É preciso sair da caixa e desenvolver algo novo, porque é o mindset das pessoas que barra a inovação. A tecnologia está sempre à frente — ela já existe e está pronta para ser potencializada, adaptada e transformada. Só precisamos saber utilizá-la para inovar e nos desenvolver continuamente. O que é tendência agora será comum no futuro.

*Núbia Mota é Head de Marketing e Novos Negócios da Magento Commerce

A importância de uma plataforma de e-commerce

por Luciano Furtado C. Francisco*

Um dos assuntos mais falados de 2020 foi o comércio eletrônico, devido à covid-19. Com a mobilidade mais restrita por conta do receio de contágio, houve um aumento expressivo, muito maior do que seria normal, nas compras online. Muitas pessoas que não tinham o hábito de fazer compras pela internet, ou o faziam raramente, passaram a ser e-consumidores mais regulares. Os que já faziam, aumentaram a frequência de consumo pela rede.

O ponto em comum em tudo isso: qualquer compra no comércio eletrônico acontece por meio de uma plataforma de e-commerce.

Mas antes de entrar mais diretamente no assunto da plataforma, cabe dizer que só é considerada uma transação de e-commerce aquela em que todos os passos ocorrem eletronicamente, inclusive o pagamento. E às vezes até a entrega, no caso de um produto digital, como um e-book, por exemplo. Aquele produto que você viu pela rede social, entrou em contato com o vendedor, combinaram o negócio, você transferiu o dinheiro pelo home-banking e mandou o comprovante por e-mail não é e-commerce, ok?

Ou seja, a plataforma é um software que funciona na nuvem e pela internet, baseado num endereço www (URL). Unifica num só sistema todas as funções de uma transação de comércio eletrônico e isso permite que você não tenha que usar várias ferramentas para fazer uma compra à distância. Tudo que precisa está nela: vitrines, organização por departamentos, informações dos produtos (com fotos, descrições, vídeos), formas de pagamento, transportadoras etc. De quebra, permite que os compradores se cadastrem, facilitando compras futuras. Portanto, ela faz com que uma transação de comércio eletrônico aconteça de fato. É o coração do e-commerce, que não acontece sem uma plataforma.

Uma dúvida comum a todo empresário iniciante no e-commerce é saber qual tipo de plataforma é a ideal para ele. Essa não é uma resposta direta, vai depender de uma série de fatores. Mas aqui temos algumas perguntas básicas:

1 – A empresa deseja ter uma loja virtual própria? Isto é, quer ter um site onde funcione uma loja virtual com todos os recursos para compras online?

2 – Ou um site próprio não é necessário (ao menos no início)?

Bem, se o caminho é na pergunta 2, existem as alternativas de marketplaces e plataformas “C2C”, que provem toda a estrutura a quem queira vender online. Mas esse é um assunto para um próximo artigo.

Nesse vamos responder a quem deseja seguir na estratégia da pergunta 1. Temos três tipos de plataforma, cada uma adequada a uma realidade.

Plataforma Própria

É aquele site de comércio eletrônico desenvolvido e mantido pela empresa, que o constrói do zero. Logicamente, é direcionado para grandes empresas, que normalmente têm recursos e pessoal para esse desenvolvimento. Pois é um projeto de software, que, aliás, é complexo. A vantagem é que a empresa pode fazer uma loja virtual com tudo que precisa. A desvantagem é o tempo de construção e disponibilização.

Plataformas de Código Aberto

Existem vários módulos de e-commerce que se podem baixar na internet e usar para fazer uma loja virtual. Por exemplo, Magento, Wix, OpenCart etc. Apesar de ter um custo praticamente zero, deve-se ter algum conhecimento técnico para configurar e botar para rodar, assim a empresa pode ter de contratar profissionais especializados. Além da vantagem do custo zero, esses sistemas costumam ser altamente customizáveis e com muitos módulos (alguns pagos) para acoplar ao sistema para uma infinidade de funções. A grande desvantagem é a dependência de serviços de terceiros e uma certa limitação, se comparado aos outros tipos. Indicado para quem tem um orçamento apertado (às vezes, inexistente).

Plataformas Licenciadas

Há empresas que têm plataformas e licenciam seu uso a quem quer ter um e-commerce. Os sistemas já estão prontos, têm os recursos básicos e avançados e já te possibilitam a integração com os principais meios de pagamentos, transportadoras e outros sistemas, como ERPs e CRMs. Basta o lojista contratar, fazer os cadastros dos produtos e configurações básicas e começar a usar, pagando taxas mensais fixas, por venda, acessos (ou combinação disso tudo) à empresa que licencia a plataforma. Vantagens: rapidez de implantação, despreocupação com aspectos técnicos, que ficam a cargo da empresa dona da plataforma e possibilidade de customização. Desvantagens: atualizações e evoluções também são pela empresa da plataforma, o que pode limitar o lojista.

Assim, cada perfil de empresa se enquadra num tipo acima de plataforma. Pode-se também ir passo a passo, começando com uma plataforma de código aberto, passando para uma licenciada e, quem sabe, uma plataforma própria. Tudo depende da estratégia da empresa.

Antes de escolher, o empresário tem que pesquisar as várias formas e os fornecedores. Ver quais os recursos que cada uma vai lhe dar, pontos fortes e fracos, preços, conversar com outros usuários para saber o nível do serviço, enfim pesar uma série de critérios e então optar por uma. Não é uma decisão que se tome de um dia para outro. Afinal, não há marketing digital que dê jeito em uma loja virtual que funcione em uma plataforma com poucos recursos.

E por fim, não existe a melhor plataforma. O que existe é a plataforma mais adequada para a empresa.

*Luciano Furtado C. Francisco é professor do curso de Gestão do E-commerce e Sistemas Logísticos do Centro Universitário Internacional Uninter.

Fonte: Página 1 Comunicação – Lorena Oliva

A melhor data para o comércio em 2020

Dia dos Pais pode ser a melhor data do comércio em 2020

Em um ano diferente, um peso diferente nas datas comemorativas: após enfrentar o Dia das Mães e Dia dos Namorados com as lojas fechadas ou parcialmente fechadas em razão da pandemia do novo coronavírus, o comércio de São José dos Campos aposta no Dia do Pais para tentar retomar as vendas em 2020.

Esse é o cenário que revela levantamento feito pela Associação Comercial e Industrial de São José dos Campos junto a empresários do setor.

A expectativa é que 6 em cada 10 consumidores comprem presentes para o Dia dos Pais, o que é considerado um índice médio. O tíquete-médio dos presentes, no entanto, deve sofrer um recuo em relação a 2019, ficando entre R$ 51 e R$ 100. Um recuo causado pelo impacto da crise e com a queda do nível de emprego, ocorrida na esteira da pandemia do novo coronavírus. As opções preferidas pelo consumidor continuam a ser roupas, calçados e bebidas.

“Frente às dificuldades que enfrentamos em 2020, o Dia dos Pais deve ser a principal data do comércio deste ano, até agora”, disse Eliane Maia, presidente da ACI de São José dos Campos.

O comércio espera um aumento médio entre 4% nas vendas, mas com expectativas bem diferentes entre os diversos setores. Nas lojas físicas, repetir as vendas de 2019 (quando foi registrado um aumento de 3%) já é considerado uma vitória em um ano difícil. Já as lojas virtuais e os estabelecimentos que investiram em vendas on-line têm uma expectativa maior de crescimento: 9%. Isso tem um motivo claro: o setor de e-commerce, assim como as lojas que adotaram serviços de delivery e drive-thru, hoje concentram mais de 70% das vendas do comércio, uma mudança de hábitos do consumidor durante a pandemia.

Para tentar atrair os consumidores, as lojas de São José dos Campos também anteciparam suas liquidações de inverno. Mas o consumidor deve ficar atento: em razão das regras de quarentena, as lojas e shoppings vão abrir só até sexta-feira.

Pesquisas



Em razão da pandemia e das regras de isolamento social, a ACI decidiu suspender, temporariamente, as pesquisas de rua, feitas em parceria com a Universidade de Taubaté. As pesquisas devem ser retomadas tão logo a pandemia seja superada.

Fonte: Matéria Consultoria & Mídia – Gabriel Camacho

‘Estudo MARCO Hábitos de Consumo Pós-COVID-19’

54% dos brasileiros realizarão mais compras online após o isolamento

  • 65% dos brasileiros afirmam ter feito mais compras via internet durante o período de distanciamento social, consolidando o ‘boom’ do e-commerce e a reinvenção obrigatória do comércio tradicional
  • A televisão é o canal de informação preferido por 75% dos brasileiros durante a crise, seguido pela imprensa online (58%), Facebook (38%) e WhatsApp (34%)
    Quase metade dos brasileiros (47%) acredita haver censura ou controle da mídia e das redes sociais

A futura retomada das atividades será o início de um “novo normal” após a pandemia da COVID-19. Essa nova realidade será marcada por importantes mudanças adotadas pelos cidadãos no Brasil e em outros países afetados pelo novo coronavírus. Visando conhecer em detalhes a evolução dos hábitos de consumo pós-COVID-19, a agência de comunicação MARCO elaborou o ‘Estudo MARCO de Hábitos de Consumo Pós-COVID-19’. A sondagem internacional foi realizada entre mais de 4.500 pessoas no Brasil, Espanha, Itália, Portugal, México e Colômbia. Uma de suas principais conclusões aponta que 76% dos cidadãos que vivem nos países pesquisados mudaram definitivamente seus hábitos de consumo.

Hábitos de consumo

O crescimento vertiginoso do e-commerce chegou para ficar após o isolamento. O Brasil se destaca como um dos mercados com maior número de consumidores (65%) que afirmam ter feito mais compras online durante esse período. Essa tendência se repete na Espanha (60%) e nos outros países da América Latina (ao menos 65%), ficando abaixo da Itália (81%).

65% dos brasileiros afirmam ter feito
mais compras online durante o isolamento

Do mesmo modo, depois do distanciamento social, 54% dos brasileiros farão mais compras online do que antes. Essa tendência de alta também é perceptível no mercado latino (ao menos 51%), mas novamente tem destaque na Itália (82%). Consequentemente, esse crescimento tem impacto no setor de varejo, resultando na aposta obrigatória em canais online de vendas e marketing. Isso também gera consequências para a adaptação dos varejistas a um novo modelo de logística.

Canais de informação

No período de isolamento, 75% dos brasileiros escolheram a televisão como o principal meio para se manterem informados. Em seguida está a imprensa online, com 58%. Tanto a TV quanto os portais de notícias ocupam as duas primeiras posições em todos os países pesquisados. No Brasil completam o ranking Facebook (38%), WhatsApp (34%), rádio (17%), LinkedIn (5%) e jornais impressos (4%).

Em paralelo, também houve um grande crescimento em várias plataformas de streaming. As que tiveram maior aumento na utilização pelos brasileiros foram Netflix (73%), Amazon Prime (32%) e Globoplay (26%). Os consumidores também optaram pelos videogames (50% entre os homens e 37% entre as mulheres) como uma das principais opções de lazer durante o isolamento.

Controle dos meios de comunicação e redes sociais

De acordo com dados do ‘Estudo MARCO de Hábitos de Consumo Pós-COVID-19’, quase metade dos brasileiros (47%) acredita que há censura ou controle da mídia e das redes sociais desde o início da crise da COVID-19. Colômbia e México, os outros países da América Latina pesquisados, registram os maiores percentuais (61% e 59%, respectivamente), seguidos pela Espanha, com 54%. Dos seis países pesquisados, Portugal (30%) é o único cuja população não aponta um controle governamental relevante sobre meios de comunicação.

Quase metade dos brasileiros (47%) acredita em censura ou
controle da mídia e das redes sociais desde o início da crise

Em relação à volta das aglomerações em atividades presenciais, como aulas nas escolas de período integral, 53% dos brasileiros consideram apropriado manter aulas em meio período, com o restante do tempo de estudo sendo realizado em casa.

Didier Lagae, CEO e fundador da MARCO e Profissional Global e Europeu de Relações Públicas de 2019, faz a seguinte observação: “Há um ‘boom’ do comércio eletrônico que veio para ficar. Além disso, vemos que quase metade dos brasileiros acusa o governo de exercer controle ou censura sobre a mídia e as redes sociais”.

Fonte: Agency – Douglas Meira e Camilla Ginesi