Como melhorar a experiência do cliente pelo WhatsApp?

Por Allanis Grum*

Será que sua empresa está, de fato, aproveitando todo o potencial dos canais de comunicação do mercado para estreitar a relação com seus clientes? Em um cenário em que a velocidade e a personalização são cada vez mais valorizadas pelos consumidores, o desafio é se fazer presente e acessível nos meios preferidos de seu público-alvo, garantindo um atendimento ágil e interativo – algo que, diante de tantas opções, pode ser conquistado e potencializado no WhatsApp.

Instalado em mais de 98% dos smartphones brasileiros, segundo dados divulgados no Wapikit, há anos, essa plataforma já deixou de ser apenas uma ferramenta de chat, se tornando um elo estratégico capaz de transformar a relação entre empresas e consumidores. Trata-se, hoje, de um canal que oferece agilidade, interatividade e conveniência, sendo amplamente utilizado tanto para atendimento quanto para ações de marketing e vendas.

Ainda segundo a Wapikit, 79% dos usuários já utilizaram o canal para se comunicar com empresas, e 62% realizaram compras diretamente pela plataforma. Estima-se, também, que 96% das marcas nacionais utilizam o WhatsApp como principal canal de atendimento, sendo, para 86% dos profissionais de vendas, o principal meio de contato com clientes e leads. E, não faltam argumentos que comprovem o porquê de sua crescente popularidade.

Sua taxa média de abertura de mensagens é de cerca de 98%, conforme a mesma fonte, superando, amplamente, outros canais tradicionais como o e-mail. Com sua capilaridade e funcionalidades adaptáveis, a plataforma oferece um caminho sem precedentes para a construção de engajamento, confiança e lealdade, através de mensagens personalizadas conforme as necessidades e perfil de cada cliente – um diferencial importante na construção de experiências positivas. Até porque, de acordo com outro estudo da Emplifi, 63% dos usuários deixariam de consumir produtos ou serviços de uma marca de que são clientes fiéis se tiverem uma única experiência ruim.

Comunicações que consideram o nome do cliente, seu histórico de interações e seu comportamento de compra demonstram atenção e cuidado por parte da empresa, contribuindo para o fortalecimento do vínculo com a marca, enquanto mensagens frias, excessivas e não aderentes aos interesses de cada um, apenas prejudicarão sua reputação e prosperidade. Fatores que, por mais que já sejam de amplo conhecimento do mercado, ainda vêm prejudicando a qualidade do serviço de muitas organizações.

A impessoalidade das interações automatizadas, a demora nas respostas e a falta de continuidade no histórico de atendimento são desafios ainda bastante presentes em muitas empresas, principalmente, pela falta de investimento em recursos de automação com inteligência que garantam a integração do canal com os sistemas de gestão do cliente, de forma a oferecer uma experiência mais fluida e personalizada.

Para assegurar que o WhatsApp seja um canal realmente eficaz na jornada do cliente, é essencial considerar alguns fatores no desenvolvimento de sua estratégia, como a velocidade e clareza nas respostas, a linguagem adequada ao perfil da marca, o uso responsável das automações, a integração com bases de dados e a conformidade com as diretrizes da Meta – considerando sua enorme rigorosidade em administrar tudo que é trafegado neste canal para que não se torne prejudicial à experiência de nenhuma pessoa.

Evite, a todo custo, o envio excessivo de mensagens, que pode ser interpretado como spam, prejudicar a imagem da empresa e, no pior dos casos, poder levar ao bloqueio desta conta. Integre o canal com outras soluções que favoreçam uma experiência fluída e enriquecida, e que permitam a finalização de jornadas completas dentro do próprio aplicativo como, por exemplo, o uso de botões interativos para pagamentos diretamente na conversa.

Sua união com outros recursos como CRMs, plataformas de automação de marketing, sistemas de pagamento, ferramentas de analytics e canais de fallback também é estratégico para elevar a eficiência de suas campanhas, incluindo mecanismos de redirecionamento automático para RCS, SMS ou atendimento humano, assegurando a continuidade da comunicação mesmo em situações de falha de entrega.

O WhatsApp transcende o papel de um simples aplicativo de mensagens para se tornar um pilar estratégico na construção de relações sólidas entre empresas e consumidores, capaz de otimizar o atendimento, personalizar a comunicação e humanizar a interação. Seu investimento com inteligência proporcionará uma conexão genuína entre as partes, se tornando um canal essencial para melhorar a experiência do cliente e, com isso, elevar os resultados das marcas.

*Allanis Grum é Product Manager de Rich Content da Pontaltech, empresa especializada em soluções integradas de VoiceBot, SMS, e-mail, chatbot e RCS.

A “Bola de Cristal Digital” do marketing contemporâneo virou realidade com a IA

Por Danielle Oliveira Lopes*

Vivemos uma era em que o marketing deixou de ser apenas uma arte de persuasão e passou a operar em outro plano – quase místico – de antecipação de vontades. Se Freud acreditava que o inconsciente molda nossos desejos mais profundos, hoje a Inteligência Artificial (IA) começa a decifrar essa mente oculta com uma precisão que nos aproxima de uma era de “marketing premonitório”. É aqui que nasce o Marketing Subconsciente, uma das maiores promessas da próxima década.

Estudos indicam que até 95% das decisões de compra são tomadas de maneira inconsciente, e as empresas que dominarem essas novas ferramentas moldarão o futuro do engajamento com o consumidor. Assim, não é exagero sugerir que a era da “bola de cristal digital” chegou. O que antes parecia ficção científica tornou-se realidade comercial: sistemas de IA que processam 100% dos dados de consumidores em tempo real para prever suas necessidades antes mesmo que eles as identifiquem.

Ferramentas como Rastreamento Ocular, Codificação Facial e Testes de Associação Implícita revelam que o subconsciente humano processa estímulos 200 mil vezes mais rápido que o pensamento consciente. Isso transforma completamente a capacidade das empresas de personalizar experiências – não é mais sobre reagir aos comportamentos, mas antecipá-los com precisão quase sobrenatural.

A partir da análise de vastos conjuntos de dados comportamentais, a IA é capaz de prever escolhas antes mesmo que os consumidores saibam o que querem. Isso não é apenas sobre cookies ou histórico de buscas — é sobre interpretar microexpressões, hábitos de navegação, hesitações diante de uma vitrine virtual. E fazer com que um simples banner pareça ter lido seus pensamentos. Trata-se de um avanço que não só acelera a conversão, mas transforma a relação entre marcas e pessoas em algo mais fluido, quase íntimo.

Não se trata apenas de algoritmos trabalhando em segundo plano. Estamos falando de IA Agêntica: sistemas autônomos capazes de aprender continuamente, tomar decisões e agir em nome da marca – ou, em breve, em nome do consumidor. Em um futuro não muito distante, um agente de IA poderá negociar com outro agente em uma jornada de compra sem que nenhum ser humano tenha clicado em um botão. Isso muda tudo. A lógica de funil, os gatilhos tradicionais, a régua de comunicação… tudo precisará ser repensado.

Por ora, os resultados são incontestáveis. Segundo um estudo, 65% dos consumidores consideram promoções direcionadas um fator decisivo para realizar compras. Empresas que implementaram segmentação avançada utilizando IA registraram aumentos de 1% a 2% nas vendas e melhorias de 1% a 3% nas margens de lucro. Algoritmos de propensão à compra, recomendação personalizada e otimização de tempo de envio estão no centro desta revolução, analisando grandes volumes de dados em tempo real para aumentar taxas de conversão e reduzir o desperdício de recursos em campanhas ineficientes.

Contudo, a verdadeira transformação ainda está por vir. Em dois a quatro anos, a IA não estará apenas otimizando nossas campanhas, mas sentada do lado do comprador, atuando como guardiã de seus interesses. As implicações são profundas: campanhas aprimoradas por IA serão filtradas antes de atingir olhos humanos, a sofisticada pontuação de leads poderá se tornar irrelevante, e o rastreamento comportamental será potencialmente contornado pela proteção de privacidade habilitada por IA. Esta evolução nos obriga a repensar fundamentalmente nosso papel como profissionais de marketing.

Para navegar neste novo cenário, precisamos construir um ecossistema de tecnologia estruturado em cinco pilares fundamentais:

  1. Dados: coleta e unificação de informações sobre consumidores.
  2. Decisão: uso de IA para prever interações ideais.
  3. Design: criação dinâmica de conteúdo personalizado.
  4. Distribuição: envio da mensagem certa, no momento certo, pelo canal correto.
  5. Medição: análise constante do desempenho das campanhas.

Estamos evoluindo da Economia da Atenção para a Economia da Intenção, na qual a IA molda escolhas e decisões. Neste novo paradigma, usar IA no marketing não será simplesmente sobre fazer as coisas mais rápido, mas sobre fazer as coisas parecerem certas – sobre anúncios que, além de direcionar, realmente conectem, sobre criatividade que, além de eficiente, seja verdadeiramente atraente. Os dados mostram que o conteúdo e a análise de dados já dominam o uso prático da IA Generativa no marketing, com mais de 50% dos profissionais utilizando IA para ideação de conteúdo e quase 44% para produção.

Enquanto muitos profissionais de marketing ainda usam a IA para acelerar tarefas existentes – redigir textos, gerar imagens, prever cliques – a verdadeira disrupção está no horizonte. O maior risco não é a IA substituir os humanos, mas sim transformar os próprios consumidores em entidades automatizadas, protegidas por suas próprias inteligências artificiais. Quando isso acontecer, os filtros serão mais rígidos, os caminhos mais curtos e a concorrência por atenção muito mais feroz.

A próxima fronteira exigirá mais do que personalização. Exigirá sensibilidade. Marcas terão que gerar sinais confiáveis não apenas para pessoas, mas para os sistemas que representam essas pessoas. Seremos obrigados a produzir conteúdo que passe no crivo emocional das IAs, que entenda o contexto, que não apenas seja bonito, mas verdadeiro, relevante, empático. A IA das Emoções desponta aqui como diferencial estratégico, refinando cada toque da comunicação para que pareça humano, mesmo que não seja.

Fica claro, assim, que a maior oportunidade, se encontra no equilíbrio entre tecnologia e humanidade. Enquanto a IA continuará refinando e aprimorando ideias, a originalidade sempre virá das pessoas. As marcas mais bem-sucedidas serão aquelas que tratarem a IA como colaboradora, não apenas como atalho. Em vez de substituir a intuição humana, a tecnologia liberará tempo para experimentação, dando aos criativos mais espaço para pensar, testar e correr riscos. As empresas que dominarem esta dualidade – a precisão analítica da IA combinada com a inteligência emocional humana – definirão o novo padrão de excelência em marketing.

A revolução silenciosa já começou. A questão não é mais se devemos abraçar a IA no marketing, porém como podemos liderar esta transformação, criando experiências que sejam simultaneamente hiperpersonalizadas em escala e profundamente humanas em sua concepção. O futuro pertence àqueles que entenderem que a verdadeira revolução da IA no marketing não será a automação – será a inteligência emocional amplificada. E, neste sentido, o que realmente conecta não é o que sabemos sobre o consumidor, mas sim o quanto conseguimos tocá-lo, mesmo sem que ele perceba.

*Danielle Oliveira Lopes é Diretora de Marketing & Comunicação Latam da GFT Technologies

Coluna Propaganda&Arte

Marketing Orgânico Fabricado: Quando o espontâneo é roteirizado para viralizar

Por R. Guerra Cruz

Gabriel Nobre e a ilusão do improviso musical

Imagine a cena: um vídeo simples, em um quarto, clima de brincadeira. Gabriel Nobre, músico que soma impressionantes 466 mil seguidores no Instagram, aparece ao lado de uma criança sorridente.

Ele conduz tudo com leveza e carisma: pede à menina que, sem pensar muito, crie uma melodia vocal. Em seguida, sugere que fale uma palavra qualquer. Depois, desafia a inventar um ritmo. Por fim, a criança solta uma frase, como se tudo brotasse assim do nada.

Mas é aí que começa a mágica: Gabriel, habilidoso, pega esse caldo de frases e sons e, diante da câmera, “transforma” tudo em uma música completa.

Em poucos minutos, surge uma canção suave, melódica, com letra sentimental e produção impecável. O clima é de improviso genial. A plateia virtual sente que está testemunhando um processo criativo espontâneo, quase milagroso.

Esse é mais um exemplo do que chamo de “Marketing Orgânico Fabricado” (eu inventei esse termo, viu? rs).

Quebra-cabeça montado, peça a peça

O truque está na condução:

● Gabriel faz perguntas abertas, mas direcionadas — a criança dificilmente dará respostas fora do que ele espera.
● Ele reage com entusiasmo a cada ideia, mostrando que “tudo é possível”, alimentando o clima de improvisação.
● Aos poucos, as sugestões da menina se encaixam perfeitamente na música final, indicando que a estrutura já existia — ela apenas completa espaços em branco com suas respostas.

No resultado final, fica fácil esquecer que tudo foi sutilmente roteirizado. O público embarca na emoção de ver uma suposta criação instantânea, esquecendo dos bastidores. Viralizou, claro

● O vídeo surfou na estética do espontâneo (esse formato de vídeo já existe, sem pegadinhas), mas traz no DNA a esperteza das campanhas modernas: um storytelling que parece real, mas é todo concebido para engajar.
● Gabriel não só expõe seu talento, também cria um espetáculo acessível, afetivo e altamente compartilhável.
● Os números comprovam o sucesso: com 466 mil seguidores no Instagram, quase 60 mil likes e mil comentários só neste vídeo específico, ele provou que de fato é criativo e estratégico.

Improviso para inglês ver (ou pro algoritmo ver)

No palco da internet, tudo é espetáculo. E em tempos de guerra com as AIs, parece que vale tudo mesmo.

Se antes a discussão era sobre a autenticidade dos processos humanos, agora a arena evoluiu. De um lado, a inteligência artificial compõe, canta, roteiriza, cria hits em massa e desafia o valor da arte feita à mão.

Do outro, artistas como Gabriel recorrem ao “marketing orgânico fabricado” para se destacar — encenam uma espontaneidade que, se não é exatamente real, ao menos parece mais humana do que qualquer algoritmo conseguiria.

A disputa é explícita: vale tudo para captar a atenção

Nenhum lado joga limpo — algoritmos manipulam feeds, roteiros simulam improviso, o público oscila entre o ceticismo e o encantamento.

No final, a guerra está aberta. Ganha quem for mais convincente — seja humano, máquina, ou uma mistura esperta dos dois.

Qual lado eu escolho?

Entre o poder infinito da IA e o charme humano, o que importa mesmo é soar autêntico o suficiente para tocar (e viralizar).

Para você não morrer de curiosidade:

● Postagem original aqui
● Música final aqui

A inteligência artificial pode salvar a criatividade — ou esvaziá-la?

Imagem gerada pela IA do Canva

Por Amanda Paribello Mantovani, especialista em marketing*

Você já se perguntou se a inteligência artificial (IA) vai, finalmente, enterrar de vez as campanhas de marketing mal executadas? A promessa é tentadora: automação, personalização em escala, eficiência. Mas a verdade é que o risco de mergulharmos em um mar de campanhas genéricas e sem alma nunca foi tão alto.

Por décadas, marcas e agências investiram tempo e dinheiro em campanhas que não engajam, não convertem e, pior, não dizem nada de novo. Resultado: ruído, desperdício e uma audiência cada vez mais cética. Agora, com a ascensão das ferramentas de IA, surge a esperança de reverter esse cenário com previsões precisas, criação automatizada e otimização em tempo real. O ciclo dos criativos ruins parece, enfim, ter data para acabar.

Mas será que isso basta?

Ferramentas como ChatGPT, Midjourney e DALL·E estão revolucionando o processo criativo: geram textos, imagens e vídeos em minutos, adaptam campanhas para múltiplos públicos e plataformas, e até simulam resultados antes do lançamento. O marketing ganha em velocidade, precisão e ROI. Casos como os da Coca-Cola e Heinz mostram que é possível, sim, criar campanhas inovadoras, personalizadas e virais com o apoio da IA.

E o que vem por aí promete ainda mais. Em 2026, espera-se que a IA seja capaz de mapear jornadas do cliente em tempo real, ajustando mensagens conforme o humor, o contexto e o canal de comunicação. A hiperpersonalização está no horizonte.

O perigo do “mais do mesmo”

No entanto, se todos usarem as mesmas ferramentas com os mesmos prompts, o que diferenciará uma marca da outra? O excesso de automação pode diluir a identidade das marcas, gerar conteúdo homogêneo e afastar o público pela falta de autenticidade. O marketing, afinal, ainda é feito de conexões humanas, criatividade e ousadia — atributos que a IA ainda não domina por completo.

O futuro é híbrido

O futuro do marketing é híbrido. A solução está no equilíbrio: a inteligência artificial deve atuar como parceira, não como protagonista. Marcas que souberem combinar tecnologia e sensibilidade humana terão vantagem competitiva. Nesse novo cenário, veremos o avanço de campanhas dinâmicas e adaptativas, capazes de reagir em tempo real ao comportamento dos usuários e aos eventos globais. O papel dos profissionais de marketing será cada vez mais o de curadores, garantindo supervisão criativa e autenticidade. A personalização extrema, quando guiada por propósito e sensibilidade, permitirá que as marcas se destaquem em engajamento e diferenciação. Além disso, o uso ético e transparente da IA será indispensável para manter a confiança do público e evitar a armadilha de conteúdos padronizados e superficiais.

A IA pode, sim, ajudar a enterrar os criativos ruins — mas isso só acontecerá se ela for usada com propósito, estratégia e senso crítico. O fim dos criativos ruins não representa o fim da criatividade. Pelo contrário: é o começo de uma nova era, onde eficiência e emoção caminham juntas.

*Amanda Paribello Mantovani é especialista em marketing e eventos, atua no desenvolvimento de estratégias criativas para fortalecer marcas, engajar públicos e potencializar resultados. Com sólida experiência em planejamento, organização e execução de eventos corporativos e campanhas de comunicação, alia visão analítica à paixão por inovação e relacionamento, entregando experiências memoráveis e impacto real para empresas e clientes.