Para superar a IA, especialista mundial em storytelling defende a re-humanização do marketing

Referência internacional, James McSill destaca a relevância da humanidade em um campo dominado por algoritmos

Como continuar humano quando o marketing se tornou algoritmo? É dessa pergunta que nasce Storytelling & Inteligência Artificial, novidade da DVS Editora assinada por James McSill, um dos maiores especialistas em narrativa aplicada ao mercado e pioneiro na integração entre emoção, linguagem e tecnologias de IA.

Autor de mais de 35 obras e mentor de escritores, comunicadores e marcas ao redor do mundo, McSill acompanhou uma transformação sem precedentes com a ascensão da IA: os algoritmos inundam o universo digital com textos impecáveis, mas frequentemente vazios e padronizados, enquanto profissionais buscam maneiras de se manter relevantes.

Ao longo das páginas, o storyteller anglo-luso-brasileiro apresenta provocações baseadas em conversas reais e tentativas genuínas de unir tecnologia e humanidade sem sacrificar a originalidade. Como ponto de partida, James argumenta que o marketing digital atravessa um ponto de ruptura. Segundo ele, modelos clássicos como funis rígidos, fórmulas de lançamento e copywriting baseado em gatilhos repetitivos perderam força diante de um público saturado.

Para o autor, o que antes era diferencial, como técnicas impecáveis e processos milimetricamente estruturados, cede espaço para um novo critério: a autenticidade. Agora, mais importante do que dizer algo de forma perfeita é ter algo verdadeiro a dizer. Nesse sentido, ele defende que a IA deve assumir tarefas repetitivas, liberando quem escreve para se dedicar àquilo que a máquina não acessa, como intenção, sensibilidade, ritmo, metáfora e coragem narrativa.

McSill destaca como, num ambiente lotado de conteúdos produzidos por algoritmos, a re-humanização se torna vantagem competitiva. Para isso, porém, é necessário explorar vulnerabilidades, abrir bastidores, mostrar erros e decisões, abraçar a imperfeição estratégica e transformar monólogos digitais em diálogos vivos e adaptativos. A emoção genuína, antes vista como elemento secundário, transforma-se em conexão, confiança.

O livro também apresenta novas metodologias narrativas que substituem definitivamente os modelos antigos do marketing. Entre elas estão a troca das personas fixas por arquétipos vivos baseados em estados emocionais; a migração dos funis lineares para ecossistemas narrativos dinâmicos, que se ajustam em tempo real de acordo com o comportamento do usuário; e a adoção da lógica do “beta contínuo”, onde cada peça de conteúdo é tratada como um protótipo vivo, pronto para ser testado, ajustado e relançado.

Além da técnica, McSill coloca a ética narrativa como elemento central da comunicação na era das máquinas. Ele alerta para o perigo de manipulações emocionais, urgências fabricadas e personalizações excessivas que ultrapassam limites. Propõe que cada marca adote uma bússola editorial guiada pela intenção humana, pela clareza de propósito e pela responsabilidade de não tratar o público como um alvo, mas como um interlocutor.

Storytelling & Inteligência Artificial é leitura essencial para quem trabalha com comunicação, marketing, conteúdo, branding, escrita, empreendedorismo e para qualquer pessoa que não queira perder sua voz num mundo onde quase tudo se automatiza. James McSill oferece um mapa emocional, estratégico e ético para navegar esse novo momento. Seu novo livro reforça que, apesar das máquinas, continuamos precisando do que nos torna humanos: histórias verdadeiras, contadas com intenção, ritmo e coragem.

Ficha técnica

Título: Storytelling e Inteligência Artificial – Como reinventar o Marketing Digital com verdade, emoção e propósito
Autoria: James McSill
Editora: DVS Editora
ISBN: 978-6556951645
Páginas: 456
Preço: R$ 94,00
Onde encontrar: Amazon e livrarias de todo o país

Sobre o autor

James McSill nasceu no Brasil, cresceu entre sotaques, foi acolhido pelo Reino Unido e cativado por Portugal, tornando-se, assim, um anglo-luso-brasileiro. Onde quer que atue, seja no Reino Unido, no Brasil, em Portugal, nos Estados Unidos, no Japão, na China, em Espanha ou na América Latina, deixa um legado de histórias transformadas em valor de mercado e egos que, com ele, aprenderam a abdicar dos adjetivos inúteis. Com mais de cinquenta anos de experiência, James não ensina storytelling como quem borda rendas, mas como quem constrói pontes sólidas entre a emoção e o mercado. Fundador do McSill Story Studio, é fornecedor oficial de certificações internacionais em storytelling aplicado aos negócios, à educação, ao cinema, à televisão e ao teatro. Atua no mundo corporativo, em multinacionais e entidades governamentais, onde forma líderes e marcas para comunicar com propósito e rentabilidade. Autor de mais de trinta e cinco livros, foi pioneiro na integração entre inteligência artificial e narrativa emocional. James domina com mestria o território volátil entre o que comove e o que convence, com a autoridade de quem sabe que uma boa história vende, mas uma história bem contada transforma.

Criando uma marca com propósito: do insight à identidade

Por Carina Litholdo*

Construir uma marca do zero é muito mais do que definir uma paleta de cores ou desenhar um logotipo. É um exercício de tradução: transformar a essência de uma empresa em uma identidade que inspire, conecte e perdure.

Eu tive recentemente o privilégio de liderar essa jornada de branding – da estratégia ao posicionamento, da ideia à execução. Cada decisão foi guiada por um propósito claro: criar uma marca autêntica, coerente e preparada para o futuro.

Tudo começou com a escuta. Antes de falar sobre produtos, mergulhamos em propósito. Buscamos entender quem somos, o que defendemos e onde queremos chegar. A partir dessa imersão, cada insight se transformou em elemento tangível da identidade:

● Cores e paleta visual: escolhidas para refletir personalidade, propósito e posicionamento.

●Aplicações e consistência: de apresentações à presença digital, tudo planejado para garantir coerência e força de marca.

●Tom de voz e comunicação: pensado para gerar conexão genuína, transmitir confiança e traduzir a cultura que nos move.

Da essência à forma: o design resolve muito problema

A partir dessa imersão, cada insight se transformou em elemento tangível da identidade. E aqui entra o poder do design como ferramenta estratégica de solução de problemas.

Muitas vezes, o design é visto apenas como um exercício estético. Mas, na verdade, ele é uma linguagem que resolve desafios complexos de comunicação, percepção e experiência.

Um bom design traduz ideias em emoções, simplifica o que é confuso e torna o invisível compreensível. Ele organiza, direciona e potencializa — e foi exatamente isso que buscamos ao desenhar a marca.

O resultado é uma marca sólida, com identidade clara e emocionalmente inteligente. Uma marca pronta para evoluir, crescer e se conectar com seu público de forma autêntica e memorável.

Porque, no fim, marca é sobre experiência – e a nossa missão é construir experiências que inspirem, transformem e deixem legado.

*Carina Litholdo é co-founder e CMO da We Are Group, responsável por orquestrar growth, dados, branding e gestão. Executiva de marketing e inovação com ampla experiência em construção de marcas, estratégias digitais e posicionamento de empresas.

A pressa em gerar resultados está matando a construção de marca no marketing B2B

Por Mário Soma*

Todo mundo quer vender. Poucos querem construir algo que dure.

Esse é o retrato do marketing B2B atual: um ecossistema viciado em métricas de curtíssimo prazo. O imediatismo se tornou o motor de um modelo que privilegia números fáceis em detrimento de resultados sustentáveis.

KPIs de cliques, MQLs inflados e dashboards que brilham em relatórios semanais mascaram uma verdade incômoda: as marcas estão desaparecendo.

De acordo com o estudo State of B2B Marketing 2025, da Marketing Week, 58% das empresas B2B acreditam que marca não gera ROI. Mais da metade (50,7%) afirma que branding não é prioridade. E entre CMOs, esse número sobe para 61,2%. Nas grandes companhias, o dado é ainda mais alarmante: 41,7% dos diretores de marketing admitem não entender o valor da marca.

O resultado é previsível. Um mercado que persegue o clique e ignora o legado. Investimentos pulverizados em ações táticas, enquanto a diferenciação e o posicionamento se diluem. Marcas desaparecem da memória do comprador assim que a verba é cortada.

Os números mostram a mesma tendência. 32% das empresas concentram esforços em campanhas com retorno de até seis meses, enquanto apenas 7,4% planejam estratégias com impacto além de um ano. O orçamento, quase sempre, vai para o que entrega resultado imediato: redes sociais (56%), busca paga (53%) e e-mail marketing (46%).

Mas o que realmente constrói valor, como Relações Públicas, eventos, conteúdo de autoridade e experiências de marca, fica para depois.

A raiz do problema está na falta de visão de longo prazo: 37% das empresas reconhecem essa limitação e 25,9% classificam o branding como “caro demais”. O que muitas ignoram é que o custo real não está em investir na marca, mas em perdê-la.

Quando a marca some, o preço se torna o único diferencial. E marca não é custo. É capital de confiança.

O futuro não pertence a quem tem pressa. Pertence a quem entende que, no B2B, a compra não é impulso e sim consequência. Reputação, preferência e confiança são construídas com consistência, e não com pressa.

O estudo da Marketing Week é claro: a obsessão por ROI imediato está destruindo o pipeline futuro.

No fim, a pergunta é simples: se a marca é o ativo que sustenta todo o negócio, como crescer sem acreditar nela?

Se você quer vender amanhã, comece a construir sua marca hoje. Porque o legado não se constrói com pressa.

*Mário Soma é CEO e Head B2B da Pólvora Comunicação

Em 2026: regeneração, cocriação e pertencimento

Especialista em branding Caroline Jurdi aponta que o próximo ano será marcado por regeneração, cocriação e pertencimento — com a Geração Z liderando uma nova era de autenticidade e propósito.

As marcas estão prestes a entrar em um novo capítulo. Depois de uma década dominada pela aceleração digital e pelo consumo em massa, 2026 chega com uma promessa clara: reorientar o marketing.

Imagem gerada pela IA do Canva

De acordo com relatórios recentes da WGSN, Harvard Business Review e Bloomberg, o comportamento da Geração Z está reformulando os fundamentos da comunicação e do consumo. E as empresas que entenderem esse movimento sairão na frente.

“A Geração Z não quer apenas consumir. Ela quer participar, cocriar e transformar. As marcas que prosperarem serão as que unirem propósito, fluidez e humanidade”, afirma Caroline Jurdi, fundadora da CJ Hub e especialista em comportamento e branding.”

O marketing da regeneração e do pertencimento

Para Caroline, o próximo ano será marcado pela transição da sustentabilidade para a regeneração — um novo patamar de responsabilidade das marcas, que passam a devolver mais do que retiram.

Transparência radical, economia circular e impacto positivo deixam de ser diferenciais e se tornam obrigações éticas.

Paralelamente, o foco deixa de ser o mainstream e se volta para microcomunidades e tribos culturais, os chamados minorStones — pequenos marcos e micromomentos que conectam pessoas por valores e narrativas locais.

“A Gen Z valoriza autenticidade. Ela quer se ver representada nas marcas que consome — não por estereótipos, mas por afinidade real com valores, estética e propósito”, explica Caroline.

Tecnologia com propósito e leveza digital

O uso de inteligência artificial continuará crescendo, mas com uma nova lente: IA com propósito (AI for Good).

Segundo Caroline, não se trata apenas de eficiência, mas de humanizar o uso da tecnologia: “As pessoas querem entender o porquê por trás da IA. As marcas que comunicarem com clareza seu impacto e ética terão mais confiança.”

Ao mesmo tempo, o fenômeno global da Great Exhaustion, apontado pela WGSN, mostra que o público está cansado de estímulos incessantes.

“Vivemos um paradoxo: buscamos conexão, mas também paz. O marketing precisa respeitar o tempo do consumidor”, destaca.

O consumo funcional e a estética híbrida

Em meio à instabilidade econômica global, cresce o desejo por produtos multifuncionais — o famoso “3 em 1” da nova geração.

Funcionalidade, estética e propósito se tornam o tripé do consumo inteligente.

E visualmente, 2026 será o ano do cultural hybrid branding: um mix entre artesanato e tecnologia, nostalgia e futurismo, imperfeição e inovação.

Fim da segmentação etária e início do diálogo intergeracional

Estudos da Harvard Business Review apontam uma transição importante: o marketing deixa de falar para gerações e passa a criar pontes entre elas.

A autenticidade se torna o idioma comum.

“Não existe mais a marca da Gen Z ou dos Millennials. Existe a marca que entende pessoas. E isso é atemporal”, conclui Caroline.

Sobre Caroline Jurdi

Caroline Jurdi é especialista em branding e comportamento de consumo, fundadora da CJ Hub, agência que atua no modelo Marketing as a Service, unindo estratégia, criatividade e tecnologia.
Trend Hunter e pesquisadora de comportamento, percorreu polos de inovação como Coreia do Sul, Japão, Nova York e Cingapura, estudando de perto as transformações do varejo e do consumo global.
Formada em Comunicação pela Universidade de Gutenberg (Alemanha), em Publicidade pela ESPM, e pós-graduada em Administração pela FGV, Caroline traduz tendências globais em estratégias reais e aplicáveis para o mercado brasileiro.

Fonte: Gabi Oliveira