Tenho repetido quase como um mantra em várias conversas e foruns de discussão que a propaganda (a comunicação como um todo, na verdade) terá que entrar definitivamente na era da colaboração e das parcerias entre diferentes áreas de saber. Ela, a propaganda, deverá buscar complementariedades.
Resolvi então tentar deixar mais claro e mais detalhado esse meu pensamento e buscar mostrar quais serão estas áreas de saber que nos próximos cinco anos, a propaganda tenderá a se aproximar e buscar sinergias, à medida que a dinâmica do mercado e as demandas dos consumidores continuam a evoluir. Arrisco-me então a apresentar algumas áreas-chave em que a propaganda pode se beneficiar de colaborações mais estreitas:
Tecnologia e Inovação: A rápida evolução da tecnologia está transformando profundamente a maneira como as marcas se comunicam com os consumidores. A publicidade precisa acompanhar essas mudanças, adotando novas plataformas e formatos, como realidade aumentada, inteligência artificial e realidade virtual. A colaboração com especialistas em tecnologia pode ajudar as agências de publicidade a criar campanhas mais inovadoras e impactantes.
Psicologia e Comportamento do Consumidor: Compreender o comportamento do consumidor é essencial para criar campanhas publicitárias eficazes. A psicologia do consumidor fornece insights valiosos sobre as motivações, necessidades e desejos dos clientes, permitindo que as marcas desenvolvam mensagens mais persuasivas e personalizadas. Colaborações com psicólogos e especialistas em comportamento do consumidor podem ajudar as agências de publicidade a criar estratégias mais direcionadas e envolventes.
Sustentabilidade e Responsabilidade Social: Os consumidores estão cada vez mais preocupados com questões como sustentabilidade, responsabilidade social e impacto ambiental. As marcas que demonstram um compromisso genuíno com essas questões muitas vezes se destacam no mercado. A publicidade pode desempenhar um papel importante na comunicação desses valores aos consumidores. Colaborações com especialistas em sustentabilidade e responsabilidade social podem ajudar as marcas a desenvolver campanhas autênticas e impactantes nessa área.
Dados e Análises: A quantidade de dados disponíveis sobre os consumidores continua a crescer exponencialmente. As marcas que conseguem analisar e interpretar esses dados de maneira eficaz têm uma vantagem competitiva significativa. A publicidade baseada em dados permite que as marcas segmentem seu público-alvo com precisão e personalizem suas mensagens para atender às necessidades individuais dos consumidores. Colaborações com especialistas em análise de dados e inteligência de mercado podem ajudar as agências de publicidade a aproveitar todo o potencial dos dados disponíveis.
Cultura e Tendências Sociais: A cultura e as tendências sociais têm um impacto significativo no comportamento do consumidor e nas preferências de compra. As marcas que conseguem entender e se adaptar às mudanças culturais muitas vezes são mais bem-sucedidas em se conectar com seu público-alvo. A publicidade que reflete e celebra a diversidade cultural e social pode ser mais relevante e envolvente para os consumidores. Colaborações com antropólogos culturais, sociólogos e especialistas em tendências podem ajudar as agências de publicidade a permanecerem atualizadas e sensíveis às mudanças na sociedade.
Ao se aproximar e buscar sinergias com essas áreas de conhecimento nos próximos cinco anos, a propaganda estará melhor posicionada para criar campanhas mais eficazes, autênticas e impactantes, que ressoem com os consumidores e impulsionem o sucesso das marcas.
O rádio é considerado um excelente canal de publicidade para três a cada 10 pessoas
Dia 13 de fevereiro (ontem) marca o Dia Mundial do Rádio, um dos mais importantes canais de comunicação e consumo de conteúdo de massa no Brasil. De acordo com a YouGov, multinacional de pesquisa on-line, mais de três quartos da população do país afirma ouvir rádio por pelo menos alguns minutos em uma semana regular. Isso o torna um meio mais popular do que videogames (móveis ou console/PC), revistas digitais e físicas e jornais impressos. Os dados são da ferramenta YouGov Profiles.
Mais importante ainda, o rádio analógico ainda tem popularidade comparável, e às vezes até maior, do que seus equivalentes digitais. Também nos dados do Profiles, 80,7% dos consumidores no Brasil dizem que passam pelo menos alguns minutos ouvindo música em plataformas de streaming. A porcentagem é apenas um pouco maior do que os 77,3% que ouvem rádio com a mesma regularidade.
Paralelamente, o rádio supera os podcasts em popularidade: apenas 65,2% dos adultos no Brasil afirmam ouvir pelo menos alguns minutos por semana desse tipo de conteúdo, um número muito menor do que o registrado para seu antecessor analógico. O rádio tende a ser mais popular entre os consumidores do sexo masculino e, curiosamente, entre os jovens de 18 a 24 anos. Esses nichos são estatisticamente mais propensos a passar mais de três horas por dia ouvindo rádio.
Rádio digital vs. rádio analógico
Os números do Profiles também confirmam que o rádio não viu a migração para canais digitais que foi observada em outras mídias de massa que agora são consumidas principalmente pela Internet, como conteúdo escrito ou TV. Nos últimos seis meses, 48,9% da população no Brasil afirma ter ouvido música por meio de um rádio analógico (em um dispositivo dedicado, no rádio ou por meio de sistemas Hi-Fi). Esse número é substancialmente menor do que os 62,1% dos brasileiros que ouviram música em plataformas de streaming nesse período.
Mas está bem acima dos 40,6% que consomem streaming de música de estações de rádio por meio de canais digitais, seja na Internet, em smart TVs ou em outro canal semelhante. Isso sugere que os brasileiros que ainda apreciam a experiência única do rádio (ou seja, um programa em tempo real que é sintonizado, em oposição às opções sob demanda) também estão preferindo experimentá-la por meio de dispositivos analógicos, sem depender da Internet.
É importante observar ainda que existem algumas diferenças na forma como os brasileiros ouvem rádio, dependendo se eles sintonizam sua programação favorita por meio de um dispositivo analógico ou com um dispositivo conectado à Internet. Aqueles que preferem a experiência tradicional do rádio tendem a ouvir rádio de manhã e no início da tarde, entre 6h e 13h, enquanto aqueles que optam por se conectar a dispositivos digitais estão mais conectados à tarde e à noite/madrugada.
Como os brasileiros ouvem rádio (por idade e gênero)?
Em termos gerais, ouvir rádio continua sendo uma atividade “secundária” para uma boa parte dos brasileiros, geralmente para substituir as interações sociais. Os dados mostram que 40,8% dos adultos no país, de acordo com o Profiles, dizem que ouvem rádio como som de fundo quando estão sozinhos. Três em cada 10 também concordam com a afirmação “Às vezes dependo do rádio para me fazer companhia”, sugerindo que, pelo menos no Brasil, esse tipo de conteúdo é consumido mais por indivíduos e não por grupos.
Homens e mulheres também têm uma percepção diferente do rádio no Brasil. Os homens são estatisticamente muito mais propensos a dizer que preferem ouvir estações de rádio locais (40,9%, contra 37,3% das mulheres que dizem o mesmo). Ao mesmo tempo, quatro em cada 10 homens brasileiros dizem que o rádio on-line transformou sua interação com o rádio em geral, em comparação com apenas um terço das mulheres brasileiras que dizem o mesmo.
As diferenças são ainda mais marcantes entre as diversas faixas etárias. Embora o rádio ainda seja considerado um excelente canal de publicidade por três em cada 10 brasileiros, os adultos de 25 a 44 anos são os que mais defendem seu potencial de marketing. Por outro lado, os adultos de 45 a 54 anos parecem gostar mais do rádio sozinho, especialmente quando comparados aos hábitos dos jovens de 18 a 24 anos.
Pesquisa do Terra aponta que lojas físicas se mantêm atraentes na hora das compras
Com a chegada da Black Friday, os consumidores já começaram a ficar atentos e monitorar as possíveis ofertas para aproveitar as promoções. É o que aponta uma pesquisa realizada pelo Terra, que revelou que 43% dos ouvintes pretendem comprar em lojas físicas em shopping, 30% em lojas online e 29% em lojas físicas de rua. Além disso, 72% dos que desejam comprar afirmaram que costumam pesquisar os preços dos produtos antes da Black Friday.
Outro dado interessante é o fator de decisão de compra neste ano: os preços. 40% afirmaram que o produto estar em promoção é fundamental na hora de levar o produto nas lojas online. Já 10% consideram a comodidade de comprar de casa e 8% decidem as compras ao ter cupons de desconto. Dentre os produtos que estão na lista de compras, 17% estão motivados em adquirir roupas e calçados, 12% querem eletrodomésticos, 11% produtos tecnológicos e 10% perfumes e cosméticos. A forma de pagamento de 39% dos entrevistados seria por PIX, seguido de cartão de crédito, com 22% e 19% via boleto ou cartão de débito.
Ainda de acordo com a pesquisa, as marcas mais citadas pelos consumidores foram: Nike, Samsung, Adidas, Lacoste, LG, Avon, Motorola, Apple, Shein, Boticário, Eletrolux e Natura.