O valor do rebranding e quando ele se faz necessário

por Fernando Andreazi*

Normalmente, um processo de rebranding se faz necessário quando uma empresa não consegue se identificar com a marca que a representa, tanto do ponto de vista interno quanto externo, ou seja, as pessoas, público ou colaborador, olham o site, o logo, a marca e entendem que aquilo não representa a cultura da empresa. Outra questão importante é quando, ao se apresentar para potenciais clientes ou buscando desenvolver parcerias, é preciso um longo discurso para transmitir a essência real daquela marca, quais seus diferenciais e atributos. Isso acontece quando uma marca, por si só, não conta uma história.

Imagem por Brimbus Production Pvt Ltd de Pixabay

Antes de considerar um trabalho de rebranding, é preciso saber que não estamos falando de uma campanha publicitária. Enquanto o objetivo da publicidade é trazer resultados a curto prazo, o rebranding promete e, quando bem feito, cumpre, uma evolução a médio e longo prazo. Tudo depende da evolução e da consistência do reposicionamento ao longo do tempo. Inclusive, não é incomum em um processo de rebranding, que momentaneamente as vendas sejam reduzidas, uma vez que uma nova marca pode causar certa estranheza de alguns clientes e fãs da marca como ela existia. Mas ainda que você não veja um resultado convertido em vendas no momento em que se reposiciona, ao longo do tempo você vai estar em um lugar que seus concorrentes não estão: criando um espaço só seu na cabeça e nos sentimentos das pessoas, e isso é muito valioso.

O valor de marca é muito significativo porque vai além do produto, é sobre os sentimentos que aquele produto traz. O que aquilo simboliza na vida das pessoas, o que diz sobre os valores da marca e do consumidor, e isso só acontece com o tempo e consistência da marca. Quando uma marca é consolidada, seu produto carrega todos os atributos positivos que ela traz. Um exemplo: se a Apple lançar um saleiro, já sabemos que aquele produto vai trazer todos os atributos que vêm com a marca como design, tecnologia, minimalismo, funcionalidade, simplicidade, não terá um custo baixo e vai te surpreender por ser diferente de outros saleiros. Por mais que seja um exemplo um tanto inusitado, se você concorda, mostra a consciência de marca, e isso, não é construído da noite para o dia.

Uma coisa fundamental de termos consciência é que o trabalho de branding é feito em cima da verdade e nunca da mentira. Devemos partir do pressuposto que de fato aquela marca consegue entregar o que propõe, de verdade. Às vezes, uma campanha publicitária pontual pode fazer uma promessa infundada mas o mesmo não acontece com a marca, que só vai criar relevância e se construir ao longo do tempo se os seus produtos e serviços entregarem o que ela promete. É como naquela frase que diz que você pode enganar algumas pessoas algumas vezes, mas você não pode enganar todas as pessoas por muito tempo.

E quando um trabalho de rebranding é fundamental? Posso dizer que você vai economizar o dinheiro investido para convencer as pessoas sobre um produto específico que você tenha. O valor de marca é uma combinação de produto com o trabalho de design e criação para que tenha muita história para contar. Talvez, um produto sozinho não conquiste um espaço, assim como a marca sozinha, sem um produto a altura, não consiga construir uma história consistente.

Uma das coisas legais de estar envolvido com branding é que, quando criamos uma marca, levamos em consideração os movimentos da sociedade, as vontades da população em geral, as tendências, e isso acontece a partir de muita escuta e pesquisa. A marca, de certa forma, embarca em movimentos já existentes e isso ajuda muito a ser pertinente e relevante. Quando estou com meu o meu estúdio, envolvido em uma criação ou reposicionamento, nos inspiramos em movimentos de design e criação no Brasil e no mundo, porque isso dá sempre a frente do mercado, e combina com uma dose de ousadia para conseguirmos criar no que não existe e apostar em marcas que terão um bom engajamento tanto interno quanto externo.

Sim, o engajamento interno é muito importante, porque é comum vermos resistência de times internos ao longo de um processo de rebranding quando há anos convivem com os elementos de uma marca, seja o logo, as cores ou as frases. Neste sentido, precisa existir um trabalho da consultoria ou do estúdio de criação para conseguir, aos poucos, quebrar as verdades absolutas que existem na cabeça de algumas pessoas. Às vezes o que é icônico para quem está dentro, é algo que poderia ser mudado sem problemas para quem está fora, e isso é mais um sinal que uma mudança faz sentido e é necessária.

Também é preciso lembrar que o trabalho não termina no brandbook, que é o resumo do trabalho de marca. Precisa ser implementado de forma consistente. Não adianta mudar o logo e a fachada se aquilo não estiver presente nas campanhas, nas ações, nas interações. O rebranding não é a solução para todos os problemas e sim um ponto de partida, e tudo o que vem a seguir precisa responder a esse ponto de partida para viver o seu máximo e atingir o objetivo proposto.

*Fernando Andreazi é diretor criativo do estúdio de estratégia e criação Rebu. É especialista em criar narrativas, estratégia e posicionamento, experiência de marca, redação e naming, já tendo dado nomes para marcas como Dengo, Nude, Trilha, entre outras, e participado do reposicionamento de marcas como Inter e Bacio di Latte.

O poder transformador do Brand Health para o ecossistema de relacionamento da marca

*Por Anderson Passos

“Na Vedacit, priorizamos o estudo de mercado como peça fundamental de marketing para desenhar novas estratégias e comportamentos associativos”

Decisões estratégicas devem ser tomadas a partir de avaliações criteriosas. Na área de marketing, muitas vezes, os índices são projetados de forma subjetiva e este é um grande erro. Ainda mais quando se trata de trabalhar a marca, seu posicionamento, valor, potencial e sua representatividade, ou seja, o “Brand Equity”, mesmo compreendendo suas características inerentes a um ativo inatingível.

É justamente nessa convergência que entra a importância dos estudos científicos, pesquisas de mercado, que devem ser utilizados para obter conhecimentos aprofundados sobre cenários adjacentes entre stakeholders, tomadas de decisões e identificação de oportunidades e diminuição de riscos. Algumas técnicas poderosas para essas ações podem ser efetivas com o auxílio de uma estruturação de “Brand Health”.

Esse é um processo que utiliza ferramentas de marketing com a orientação de dados para compreender como a marca se relaciona com seus públicos estratégicos e como está posicionada diante da concorrência. Além disso, traz um panorama sobre o impacto dos propósitos de atuação do negócio e sua imagem frente à toda cadeia de relacionamento.

Atributos de satisfação também são avaliados e considerados como indicadores fundamentais de associação da marca com sua grade de valoração. E por que essa análise é tão imprescindível às marcas? Será que o investimento em pesquisa é realmente válido?

O mundo mudou e as relações de consumo estão cada vez mais focadas na identificação direta com um produto ou serviço. Ainda mais em um cenário pandêmico, no qual fomos obrigados a repensar nossos valores, somos também convidados a ter novas atitudes e posicionamentos.

Um recente estudo publicado pelo “The Boston Consulting Group – BCG”, instituição de reconhecimento global em pesquisa, destacou o quanto o consumidor indica intenção de priorizar produtos de maior valor – seja em categorias mais caras ou marcas premium – em vez de aumentar seus gastos ampliando apenas volume de compra. A pesquisa aponta ainda que o brasileiro está procurando produtos que sejam saudáveis, que apresentem melhores resultados e tenham qualidade superior ao de concorrentes e esse comportamento não deve mudar nos próximos anos.

Veja a fonte aqui.

Deixo aqui a provocação sobre como as marcas estão desenhando suas estratégias e o quanto investem em pesquisas para compreender como está o relacionamento com os stakeholders.

Algumas empresas simplesmente definem suas prioridades para a conclusão de metas pontuais. Essas empresas podem até criar propósitos, mas são muitas vezes vazios e desconectados com seus públicos. Aliás, seus valores são meramente discursos que soam bem, mas não representam de fato os atributos de seus produtos e serviços.

Por outro lado, empresas que enxergam que precisam entregar soluções completas, selecionam de forma cuidadosa seus critérios e incluem esses aspectos no dia a dia com todos os agentes de relacionamento, desde o público interno até o externo. Essas marcas que usam valores centrais como padrões de relacionamento são aquelas que mantém os avanços na direção certa.

A conexão entre a marca e o consumidor deve existir como um elo de confiança. E para que isso aconteça, seus zeladores precisam compreender o percurso de sua individualidade na cadeia de relacionamento. É um convite ao reconhecimento da “alma da marca”. Gosto sempre de lembrar o pensamento de William Lyons, que ergueu uma das maiores marcas de automóveis do mundo, a Jaguar. Para Lyons, uma marca é sinônimo de estilo, performance e compromisso total com a qualidade.

E aí? Como está seu “Brand Health”?

* Anderson Passos é gerente de Marketing e Relacionamento com o Cliente na Vedacit, líder no mercado de impermeabilização. Formado em Comunicação Social na PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica), com MBA em Marketing com módulo internacional na FGV-Campinas (Fundação Getúlio Vargas) e Babson College em Boston (EUA) e aluno especial de mestrado em Semi-ótica e Rituais de Consumo em Marketing na USP (Universidade de São Paulo). Possui 21 anos de experiência em Comunicação Corporativa, Marketing Institucional, Relacionamento com a Imprensa, Eventos, SAC e Assistência Técnica, com atuação em empresas de grande porte multinacionais e nacionais.

Áudio Branding: como usar de forma eficiente na estratégia de marketing da sua empresa

Áudio Branding é uma ferramenta de neuromarketing altamente eficaz que utiliza música e sons para transformá-los em um tipo mantra da marca com o objetivo associar ideias e valores a ela

Áudio branding faz parte da imagem de um produto ou serviço e vai além da imagem visual em campanhas ou redes sociais. É sobre o uso de sons e música para se conectar de forma proativa e emocional com consumidores nos setores B2B (Business-to-Business) e B2C (Business-to-Consumer). Dessa forma, as empresas conseguem construir uma história sólida capaz de fazer com que os usuários se identifiquem com os valores de sua marca e, além disso, se diferenciem de seus concorrentes, proporcionando grande valor agregado.

Imagem de Daniel Friesenecker do Pixabay

Desde os tempos antigos os seres humanos foram capazes de conectar suas emoções e memórias com estímulos sonoros. Na verdade, considera-se que costumamos lembrar 80% mais do que ouvimos do que do que vemos. Os sons geram uma reação na mente das pessoas ao gerar dopamina, um hormônio responsável – entre muitas outras coisas – pela atenção e motivação. As pessoas percebem o mundo por meio de seus sentidos e a maioria das decisões que tomamos são feitas inconscientemente. Por isso, é necessário que as empresas pensem em estimular os sentidos de seus públicos ao longo da jornada do cliente.

Conheça os benefícios da ferramenta para sua marca

Você tem coragem de considerar a o Áudio Branding em sua estratégia de marketing digital? Aqui estão 5 benefícios que irão convencer você:

Desperta emoções: quem desenvolve estratégias de marketing sensorial sabe muito sobre isso. Se usado corretamente, o som pode ter um efeito poderoso em sua marca pelas sensações que provoca.

1. Maior poder de atenção: um logotipo visual requer um maior esforço de atenção. Por outro lado, um logotipo sonoro vai direto à mente, influencia as emoções e, além disso, o comportamento do consumidor.

2. Melhora a recordação da marca: Ouvir um som ativa a seção de memória do cérebro, gerando top of mind. Quem não naturalizou o “ta-dum” do Netflix antes de assistir a uma série, filme ou documentário na plataforma?

3. Define a personalidade da marca: ao humanizar as marcas e torná-las mais atraentes, as pessoas reagem mais rapidamente ao som do que a outros estímulos. É uma forma de aprofundar a sua personalidade online e mostrar-se como uma empresa próxima.

4. Constrói lealdade: o objetivo de investir tempo e recursos em sua estratégia de branding de áudio é gerar conversão e lealdade de longo prazo, e não ser viral e passageiro.

Áudio Branding no mercado B2B

Além dos usos óbvios da ferramenta em marcas do setor B2C, o que acontece no campo B2B? A realidade é que quase qualquer produto ou serviço neste nicho pode ser utilizado para melhor se conectar com seus públicos, portanto, as identidades sonoras em marcas B2B utilizadas de forma inovadora também têm um impacto significativo, permitindo que elas se diferenciem no mercado. Um exemplo claro é a identidade sonora da Intel. Por mais que seus produtos sejam componentes de dispositivos que todos nós usamos, podemos reconhecer rapidamente sua identidade sonora sempre que a ouvimos.

“As marcas B2B estão adotando cada vez mais o uso de identidades sonoras para se diferenciarem de seus concorrentes, visando gerar maior fidelidade em seus canais de distribuição, parceiros ou parceiros, por meio de suas ações promocionais, programas de incentivo e geração de leads”, explica Ari Lisjak, CEO da Isource Marketing.

Empresas que usam marcas de áudio que inspiram

São muitos os exemplos icônicos de Áudio Branding. Confira abaixo os mais famosos:

· Intel: Criado pelo músico austríaco Walter Werzowa nos anos 80, este áudio de apenas 3 segundos se tornou um dos mais reconhecíveis da história. Uma sequência simples de 5 notas.

· Apple: Basta ouvir esta série de sons do primeiro Mac de 1984 em diante para sentir quase um calafrio ao reconhecer com qual deles se identifica.

· Microsoft Windows 95: Embora a Apple tenha sido uma revolução em termos “criativos”, o Windows atingiu a marca com o lançamento do Windows 95 ao contratar o ícone pop Brian Eno para compor seu som de inicialização.

· Netflix: O som distinto da Netflix antes de cada série ou filme – como mencionamos acima – está sendo bastante repetida atualmente.

· MGM Estúdios: O áudio foi criado originalmente em 1916 pelo executivo Howard Dietz. O Leão ícone da marca deu seu primeiro rugido sonoro em julho de 1928 para a estreia do filme Sombras Brancas nos Mares do Sul.

Ouça com atenção

Este o momento ideal para as empresas do setor B2B e B2C refletirem sobre como apresentar ao mundo de forma consciente e eficaz o som de suas marcas. Seu uso ajuda a conectar holisticamente os esforços de branding e, por incrível que possa parecer, muitas empresas deixam de fazê-lo quando se trata de criar identidades de marca fortes. Por isto aproveite o momento e coloque em sua estratégia de Marketing o Áudio Branding – você irá se surpreender com os benefícios que trará para sua marca.

Após seis anos, Sucrilhos® e Tigre Tony® retornam à TV

No ano em que a Kellogg’s completa 60 anos de Brasil, seu maior ícone volta ao horário nobre

O famoso slogan “Desperte o tigre em você” está de volta às telas da TV brasileira, protagonizado, é claro, pelo maior astro de Sucrilhos®: o Tigre Tony®. A marca, produzida pela Kellogg’s, não veiculava nenhum filme neste meio desde 2015. No ar desde maio, a produção será exibida na TV Globo e nos canais Globosat.

“Sucrilhos® é uma das marcas mais icônicas do mundo e do Brasil. Somos referência na categoria de cereais e historicamente a marca mais lembrada pelo consumidor. Mesmo assim, percebemos que as novas gerações precisavam conhecer o Tony® melhor – sem esquecer dos consumidores de longa data que já estavam sentindo a falta dele também”, diz Cristina Monteiro, diretora de marketing da Kellogg’s Brasil. Em 2021, a Kellogg’s completa 60 anos no Brasil.

O filme faz parte da campanha multicategorias “Pura Garra”, criada pelo Leo Burnett. Numa linguagem ágil e inspiradora, o filme sugere a prática de esportes com garra, energia e diversão. Vale lembrar que desde 2020 a marca vem ampliando sua atuação para a categoria de biscoitos com o Biscoito Sucrilhos® e seu mais recente lançamento, Cookies Sucrilhos®.

TIGRE TONY®

É praticamente impossível não associar a marca Sucrilhos® ao lendário Tigre Tony®. Criado em 1951 após um concurso promovido pela Kellogg, o tigre desbancou outros personagens finalistas: Katy (um canguru), Elmo (um elefante) e Newt (um gnu). Desde então, Tigre Tony®r tornou-se um dos maiores ícones corporativos de todos os tempos.

Desde 1962, quando Sucrilhos® chegou ao Brasil, Tigre Tony® passou a fazer parte da memória afetiva da marca.

Fonte: CDN Comunicação