Coluna Propaganda&Arte

O que é mais importante na vida? (Mapeei algumas respostas para você usar nas suas estratégias)

Por R. Guerra Cruz

Imagem de Tumisu por Pixabay

Cada canto do mundo tem sua própria resposta para a pergunta: “O que é mais importante na vida?”. Os valores que as pessoas consideram essenciais variam de acordo com sua cultura, religião e história. Entender essas pessoas e como elas lidam com a vida parece uma tarefa básica, mas negligenciada em muitas propagandas e dentro das empresas. Agora, vamos descobrir o que é valorizado em diferentes lugares e como marcas globais se conectam com esses sentimentos.

América do Norte e Europa Ocidental: “Seja Você, Mas Brilhe!”

No Ocidente, o foco é na liberdade de ser quem você quiser e no poder da realização pessoal. Aqui, as pessoas valorizam a individualidade e o sucesso. Marcas como Apple e Nike captam bem essa vibe. Apple incentiva você a “pensar diferente”, enquanto a Nike motiva a superar limites com o famoso “Just Do It”. Essas mensagens de empoderamento pessoal ressoam profundamente em culturas que celebram a liberdade de escolha e a criatividade individual.

Ásia Oriental: “Aqui a Equipe Vence Junto – Harmonia é o Jogo”

Na Ásia, especialmente em países como Japão, China e Coreia do Sul, o coletivo é o que importa. O sucesso é visto como um esforço de todos e não apenas de um indivíduo. Toyota, com sua cultura de melhoria contínua (kaizen), e Samsung, com sua combinação de inovação e respeito pelas tradições, são exemplos de marcas que se alinham a esses valores. Nessas regiões, o foco está em construir algo duradouro e de qualidade, em harmonia com o grupo.

Oriente Médio e Norte da África: “Fé, Família e Um Chá Quentinho”

Aqui, a vida gira em torno da fé e da comunidade. Marcas como Coca-Cola ajustam suas campanhas durante o Ramadã para refletir o valor da união familiar, enquanto a Almarai enfatiza a confiança e a tradição nos lares. Com um foco claro na coletividade e no apoio mútuo, essas marcas conquistam corações em regiões onde o sentido de pertencimento é essencial.

América Latina: “Festa, Família e Muito Calor Humano”

Na América Latina, e especialmente no Brasil, a vida é sobre estar junto, celebrar e curtir cada momento. Marcas como Natura apostam na diversidade e nas conexões humanas, enquanto a Brahma se posiciona como parceira das festas e encontros. A alegria de viver e o calor humano são elementos essenciais para construir marcas fortes nesta parte do mundo.

Brasil: “Diversidade, Ginga e Relação na Base do Abraço”

No Brasil, a diversidade e as relações sociais são o coração da cultura. Havaianas é um exemplo clássico de como simplicidade e inclusão conquistam todos os públicos. Já o Magazine Luiza destaca-se pela proximidade com seus clientes e por se adaptar às necessidades locais, valorizando a inclusão e o acesso para todos.

As propagandas respeitam o que é valorizado?

Entender o que cada cultura valoriza é essencial para criar campanhas de sucesso. Marcas globais que se destacam são aquelas que conseguem adaptar sua comunicação para refletir os valores locais. Seja o foco na liberdade, na comunidade ou na conexão com a natureza, a chave é ressoar com o que realmente importa para as pessoas.

Quando você entende o que move o coração das pessoas, sua mensagem se transforma em parte da história delas.

Coluna “Discutindo a relação…”

Formas de remuneração. Ou, como as agências cobram pelos seus serviços.

Por Josué Brazil

Imagem de Ria por Pixabay

Um assunto que volta e meia volta a pauta é a questão das formas de remuneração das agências de propaganda e/ou comunicação. Desde alunos dos cursos de publicidade e propaganda até empreendedores em início de projeto acabam sempre questionando: como cobrar pelos serviços.

Esse tema já foi até meio que um “tabu” e não era muito explorado ou discutido. Sabemos, inclusive, de práticas pouco éticas e até predatórias praticadas por algumas agências. Saber cobrar é FUNDAMENTAL!

Como o cenário se torna cada vez mais complexo, as agências de propaganda e comunicação no mercado brasileiro utilizam diferentes formas de remuneração, dependendo do tipo de serviço prestado e do acordo estabelecido com o cliente.

As formas mais praticadas atualmente incluem:

Fee Mensal ou Retainer: A agência recebe um valor fixo mensal para cobrir um conjunto de serviços previamente acordados. Este modelo é comum quando a agência atua de forma contínua, gerenciando a comunicação e marketing do cliente de forma integrada.

Comissão sobre Mídia: Tradicionalmente, as agências recebiam uma comissão de 20% sobre o valor investido pelo cliente em mídia (TV, rádio, impressos, etc.). Embora menos comum atualmente, ainda é utilizada em algumas negociações.

Projeto ou Job: A agência é paga por projeto ou job específico, com um valor determinado para cada trabalho, como criação de campanhas, produção de peças publicitárias, ou ações digitais.

Performance ou Sucesso: O pagamento está atrelado aos resultados obtidos com a campanha ou ação de comunicação, como aumento de vendas, leads gerados, ou outros indicadores de sucesso previamente estabelecidos.

Fee de Produção: Em campanhas que envolvem produção audiovisual, design gráfico, entre outros, a agência pode cobrar um fee sobre os custos de produção, além do valor investido na mídia.

Consultoria ou Hora Trabalhada: Algumas agências, especialmente as que prestam serviços de consultoria, cobram por hora trabalhada, onde o valor depende da complexidade do serviço e da senioridade dos profissionais envolvidos.

É importante e interessante observar que esses modelos podem ser combinados dependendo das necessidades do cliente e da complexidade dos serviços oferecidos pela agência.

As tendências que estão redefinindo o live marketing em 2024

Por Ti Bernardes*

Falar sobre Live Marketing sempre me enche de entusiasmo, porque é simplesmente a forma mais incrível de conectar marcas com seus consumidores de maneira autêntica e imediata. É como se fosse a ponte mágica entre o que a empresa quer transmitir e o que o público realmente deseja sentir.

Com a tecnologia avançando a passos largos e as preferências dos consumidores mudando constantemente, novas tendências estão surgindo e transformando esse cenário. Agora, em 2024, estamos vendo algumas dessas tendências tomando forma e prometendo revolucionar a maneira como as marcas se comunicam e interagem com seu público.

Experiências imersivas

A realidade aumentada e a realidade virtual não são novidades, mas em 2024, estão sendo usadas de maneiras cada vez mais criativas e envolventes no live marketing. Imagine entrar em uma loja virtual onde você pode experimentar roupas, testar produtos e até participar de eventos ao vivo sem sair de casa. As marcas estão investindo nessas tecnologias para criar experiências memoráveis e interativas que vão além do tradicional.

Eventos híbridos

A pandemia acelerou a adoção de eventos online, mas a tendência agora é a combinação do melhor dos dois mundos: o físico e o digital. Os eventos híbridos oferecem a flexibilidade de participar de qualquer lugar, enquanto ainda mantêm a energia e a conexão dos eventos presenciais. Isso permite que as marcas alcancem um público mais amplo e diversificado, oferecendo uma experiência personalizada para cada participante.

Conteúdo gerado pelo usuário (UGC)

Os consumidores não querem apenas ser espectadores, eles querem fazer parte da história. O conteúdo gerado pelo usuário está se tornando uma ferramenta poderosa no live marketing, permitindo que os consumidores compartilhem suas próprias experiências com a marca em tempo real. Isso não só aumenta a autenticidade da comunicação, mas também cria um senso de comunidade e engajamento que é difícil de alcançar de outra maneira.

Influenciadores ao vivo

Os influenciadores digitais têm sido um pilar do marketing há algum tempo, mas a tendência agora é utilizar esses influenciadores em tempo real. Sessões de perguntas e respostas ao vivo, unboxings, tutoriais e eventos exclusivos são apenas algumas das formas como as marcas estão colaborando com influenciadores para criar conteúdo autêntico e envolvente.

Tecnologia 5G

A chegada do 5G está transformando a maneira como consumimos e interagimos com conteúdo ao vivo. Com velocidades de internet incrivelmente rápidas e baixa latência, a qualidade das transmissões ao vivo melhorou significativamente, permitindo experiências mais fluídas e envolventes. As marcas estão aproveitando essa tecnologia para oferecer eventos ao vivo de alta qualidade, sem interrupções.

Sustentabilidade e responsabilidade social

Os consumidores estão cada vez mais conscientes do impacto ambiental e social das marcas que escolhem apoiar. Em 2024, vemos um aumento na demanda por eventos e campanhas de live marketing que não só promovem produtos, mas também defendem causas importantes. Desde eventos neutros em carbono até campanhas que apoiam iniciativas sociais, a sustentabilidade está no centro das estratégias de live marketing.

Personalização em tempo real

A personalização já é uma tendência consolidada, mas a capacidade de oferecer experiências personalizadas em tempo real está redefinindo o live marketing. Utilizando dados e insights em tempo real, as marcas podem ajustar suas mensagens e ofertas instantaneamente para atender às necessidades e preferências dos consumidores, criando uma conexão ainda mais forte e relevante.

O futuro do live marketing está repleto de possibilidades. À medida que as marcas continuam a inovar e explorar essas tendências, a conexão com os consumidores se torna mais profunda e significativa. Em 2024, o live marketing não é apenas sobre vender produtos, mas sobre criar experiências inesquecíveis que tocam o coração e a mente das pessoas.

*Ti Bernardes, Diretor Geral da Agência MAK, é um especialista de destaque no mercado de live marketing no Brasil. Estudou Engenharia Civil na UNESP e Administração de Empresas na Business School São Paulo, além de cursos no Oxford College, Inglaterra, e na FGV-SP, ele traz uma visão estratégica e inovadora para a agência. Sua carreira inclui passagens pela Votorantim Cimentos S/A e Grupo Nutrabrands, até assumir a liderança da agência MAK em 2014. Atualmente é responsável pelas conexões entre grandes marcas, consolidando a posição da MAK como uma das principais agências de live marketing do país.

Comunicação fluída é a chave para conectar marcas a diversos públicos consumidores

Aprender a navegar pela comunicação na periferia exige abrir os ouvidos aos diferentes sotaques, entender as nuances do contexto, valorizar a linguagem popular e a sabedoria que ela carrega

Por Joildo Santos*

A comunicação é a alma pulsante do nosso convívio, uma dança de palavras e ideias que, na periferia, ganha formas únicas e vibrantes. Aqui, a linguagem é moldada pelas vivências do povo, criando um dialeto cheio de nuances e significados próprios.

A comunicação fluída vai além das palavras. É um quebra-cabeça de elementos que criam uma conexão profunda entre emissor e receptor, transmitindo ideias com clareza, empatia e respeito, sempre atento ao contexto cultural e social do interlocutor.

Na periferia, essa fluidez se manifesta de maneiras distintas. A linguagem é uma ferramenta poderosa para expressar emoções, construir pontes e derrubar barreiras. Gírias, expressões populares e entonações adquirem significados especiais, formando um código único entre os membros da comunidade.

A linguagem da periferia é um reflexo da cultura vibrante e da rica história das comunidades marginalizadas. É a voz daqueles que muitas vezes são silenciados, um grito de resistência e afirmação da própria identidade.

Explorar esse dialeto rico e expressivo nos revela um universo de significados que vão além da simples comunicação. As palavras se transformam em armas de luta, instrumentos de empoderamento e veículos de transformação social.

Aprender a navegar pela comunicação fluída na periferia exige mais que palavras. É necessário abrir os ouvidos para os diferentes sotaques, entender as nuances do contexto e respeitar a cultura local. É valorizar a linguagem popular e a sabedoria que ela carrega.

Para negócios que desejam se vender nesses territórios, dominar a comunicação fluída é essencial. Compreender e respeitar a linguagem local não só facilita o diálogo, mas também constrói um vínculo de confiança com a comunidade.

Empresas que se comunicam de maneira autêntica e empática são melhor recebidas e conseguem estabelecer uma conexão profunda com os consumidores, resultando em maior aceitação e fidelização. Uma comunicação eficaz permite que as empresas adaptem suas mensagens para refletir as realidades e necessidades locais, tornando suas ofertas mais relevantes e atraentes.

Ao criar pontes de comunicação entre diferentes mundos, promovemos o diálogo, a compreensão e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. A linguagem da periferia, com sua força e autenticidade, pode nos guiar nesse processo, ensinando-nos a valorizar a diversidade e a celebrar a riqueza cultural do nosso povo.

A comunicação fluída na periferia não é apenas técnica ou regra; é uma arte, um dom aprendido com a vivência e o respeito à cultura local. Ao navegarmos por esse dialeto vibrante, nos aproximamos da alma do povo e abrimos caminho para um futuro mais justo e inclusivo. Para negócios, é a chave para criar relações duradouras e prosperar em territórios ricos em cultura e potencial.

*Joildo Santos é empreendedor social, líder comunitário, CEO do Grupo Cria Brasil – um hub de comunicação de impacto social especializado no público e linguagem de favela. Nascido em Ituberá, no Estado da Bahia, e há 25 anos morador na “megalópole” chamada Favela de Paraisópolis, Joildo Santos é empreendedor de impacto social no mesmo lugar em que vive. Conhecer os moradores que ali vivem, os pequenos negócios, as dores, as dificuldades e a cultura de quem “respira” o ar da comunidade, lhe confere autoridade para falar sobre comunicação fluída que conecta grandes marcas ao público consumidor periférico.