Tem um novo e enorme horizonte para os publicitários

A hora e a vez dos novos comunicadores

*Por Arison Nakazato Sonagere

Já dizia Confúcio, “se queres prever o futuro, estuda o passado”. Para quem analisa o mercado publicitário as duas primeiras décadas deste século, mesmo ainda tão recentes, já descrevem algo muito importante sobre o futuro da 4ª Revolução Industrial.

O mercado publicitário foi um dos grandes laboratórios desta nova experiência, já que o setor viveu antes de todos os demais, uma profunda mudança de paradigma: glamorosas agências de publicidade, empresas renomadas, experientes profissionais simplesmente foram dizimados. Muitos abandonaram a profissão, outros se refugiaram nos redutos das mídias sociais. As grandes mídias de massa foram obrigadas a repensar sua forma de atuar e até os cursos universitários precisaram se reinventar.

Mas esta persistência parece ter valido a pena para os novos comunicadores publicitários. Chamo de “comunicadores publicitários” porque estes novos perfis de comunicólogos têm habilidades amplas e definem-se muito pela multifuncionalidade, pelo conhecimento interdisciplinar e pela grande força de vontade por fazer acontecer.

Não são só publicitários, são jornalistas, relações públicas, marqueteiros, criativos, profissionais de mídia. São generalistas da comunicação que, dentro das novas corporações ajudaram a construir ideias desse tão próximo futuro, por meio de experiências inovadoras como o design thinking, o estudo da experiência do usuário (UX), a compreensão dos pontos de contato da marca, a jornada do consumidor, a análise de big data e todas as demais que marcam a nova economia.

Essa nova era do conhecimento deve muito aos comunicadores publicitários que entenderam primeiro a visão mais sistêmica da sociedade, a cultura do usar e não do ter e a gestão baseada na colaboração.

Conforme apresentado no último Fórum Econômico Mundial, entre as dez habilidades consideradas importantes para o novo profissional do futuro estão a flexibilidade e visão para a resolução por meio da colaboração. E todas elas já são tratadas continuamente nos cursos de Publicidade e Propaganda.

Não é à toa que nos últimos anos o perfil do estudante de publicidade é um dos mais procurados para vagas de estágios, normalmente relacionadas a novos projetos ou para vagas em departamento comercial, seja na indústria, serviços ou varejo, com objetivo de ajudar corporações mais antigas a se readequarem ao novo pensamento de mercado.

Para quem vai se aventurar no universo da comunicação, o cenário é muito positivo. Novas possibilidades de emprego ou empreendedorismo. Novos modelos de negócios baseados nas expertises dos publicitários continuam a surgir diariamente e anunciar um futuro promissor.

Se antigamente o publicitário via seu mundo profissional girar apenas nas agências de publicidade, hoje este mercado é tão amplo quanto a imaginação possa alcançar, pois todos os setores abriram os olhos e os braços para estes profissionais que vivem o diferente. Isso porque, possuem a elasticidade mental necessária para poder contornar situações incomuns, característica essencial para as corporações que requerem resultados inovadores. Estes profissionais se tornaram uma espécie de coringa na adaptação dos negócios.

* Arison Nakazato Sonagere, publicitário, professor e coordenador do curso de Publicidade e Propaganda da Faculdade Anhanguera de São José dos Campos.

A idade mídia

Repercutindo as ideias de Walter Longo

por Josué Brazil

Hoje volto a escrever sobre um conteúdo que tive a oportunidade de absorver em uma das palestras do Fest’up Tendências 2019 que ocorreu no último sábado, dia 28/09. Desta vez quero escrever um pouco sobre o que ouvi do genial Walter Longo, o palestrante que fechou – de forma brilhante – o evento.

O título da palestra de Longo foi “O fim da idade média e o início da idade mídia”. Também é título de seu novo livro lançado – ou a ser lançado – agora em outubro.

Walter começou explicando que tudo até agora era – e ainda em grande parte é – avaliado, medido, pela média. Quase não há individualização. A média dos gostos, a média das preferências etc.

E completa: marketing e propaganda agiam assim!

Com o advento e rápida disseminação do Big Data, da Inteligência Artificial (IA) e do Analytics está acontecendo uma mudança significativa. Cada um de nós passou a ser uma mídia. Cada empresa ou instituição passou a ser uma mídia. Até mesmo máquinas passaram a ser mídia. Isso muda tudo!

Os consumidores atuais, segundo Walter Longo, passaram a ser “mimados” pela internet. Querem tudo a seu tempo, do seu modo, onde estiverem e com facilidade e rapidez. Sem dúvida, um consumidor muito mais exigente e complicado. Com ampla capacidade de escolha e muito poder!

Foto: Divulgação

Em função disso, Walter afirma que a publicidade, a comunicação, deve ser:

  • individualizada no target;
  • sutil na forma;
  • didática;
  • verdadeira;
  • relevante no propósito.

Deve ser assim para atender a demanda de um consumo cada vez mais individualizado, com forte customização de produtos e até mesmo de serviços. Estamos num momento de vida sincronizada, onde vão valer aspectos essenciais como simplicidade, flexibilidade e individualidade.

Já estou louco de vontade de ler o livro!

Coluna propaganda&Arte

Futurologia: pare de falar de tendências e comece a agir

Todos os anos nós vemos pipocar, em grandes eventos de comunicação e discutimos nos papos de bar, assuntos que vão ser tendências no mundo: a próxima cor da moda, a próxima série revolucionária, as próximas tecnologias, as próximas big ideas, a próxima astrologia hypster, o próximo som do verão e por aí vai. Mas só ficar na futurologia pode ser um pecado, sem perdão.

Já se fala de Realidade Aumentada, Virtual Reality, Georreferência, Foco no Mobile, Inteligência artificial, Internet das coisas e novos valores do Marketing 3.0 há um bom tempo. Realmente, as previsões estão acertando com o passar dos anos, mas de tanto falar e não ver acontecer aqueles cenários que imaginávamos nos filmes de ficção científica dos anos 80, acabamos ficando um pouco desapontados. Será que isso não é culpa nossa?

Estamos vivendo um futuro que não imaginamos

Estou falando de Big Data, grande quantidade de dados que são usados por corporações para diversos fins, alguns duvidosos. Seus dados, meus dados, os dados de comportamento de compra e político de milhares de pessoas estão sendo monitorados e usados livremente. Esse parece um cenário futurista, mas de um filme pós-apocalíptico. E o pior, onde nós não percebemos que está acontecendo porque ainda estamos presos na “Matrix”, no superficial das coisas.

Imagem de Tumisu por Pixabay

Você vive 100% as possibilidades atuais de tecnologia?
Quais aplicativos mais usa? Sabe dosar o uso de redes sociais e celular para não prejudicar sua vida social e equilíbrio mental? Acredite estamos usando muito pouco do potencial atual para nossa vida (pessoal e profissional) ou usando mal. Só para se ter uma ideia, é possível hoje contratar inteligências artificiais por valores bem mais acessíveis (algumas até de graça), para fazer funções de atendimento, outras mais complexas para sua empresa e até para fins de pesquisa. Você tem usado isso como?

Veja novamente quantos aplicativos você tem e quantos você usa no seu celular? Dá pra você controlar seus gastos, medir seu rendimento na academia, ver sua dieta diária em calorias, praticar algum jogo que exercite sua mente e pensamento lógico, aprender idiomas em poucos toques, criar filmes, editar fotos e até ver dicas de astrologia se você é ligado nestas coisas. Tudo com a escolha certa dos seus parceiros tecnológicos.

As maiores empresas que estão utilizando bem essas tendências (que são realidade hoje) são as empresas que se posicionam bem nas redes sociais, criando relações diretas, reais e espontâneas com seus clientes. Eles não estão presos a pensamentos de “será que vai ser assim?” e estão agindo, colocando em prática aquilo que muitas pessoas ainda acham que é “papo do futuro”, até se arriscando em alguns momentos.

Bons exemplos são os bancos que estão investindo em IA
Chega uma hora que não basta saber, ter domínio das tendências ou até mexer nas ferramentas mais modernas do mercado. É preciso agir com o pouco que você já sabe que funciona, porque essa história de prever o futuro é bem mais teórica e tem sua função, que não podemos negar, é importante, mas muitas vezes fica limitada aos slides de power point por aí, apenas despertando nossa imaginação.

Não estou falando que futurologia é furada (mas pode ser… rs). Existe inclusive profissionais que trabalham com isso, como os investidores, provando que nós publicitários somos todos futurólogos por paixão, mesmo que amadores.

Qual marca não sai da sua cabeça?
Provavelmente, de algum aplicativo que usa muito e resolve a sua vida, certo? No final das contas, vai ser lembrada a marca que está agindo agora, com o que já assimilou que é vital, com ferramentas disponíveis hoje. Com ou sem tecnologia envolvida, mas sempre focando no público e em como eles estão lidando com este mundo maluco que está mais para um filme de sessão da tarde, onde o personagem se mete em confusões e tem que se virar com o pouco tempo que tem para solucionar o grande problema da trama.

Imagem de Free-Photos por Pixabay

No caso dos comunicadores, o problema é saber fazer certo hoje, não comer bola e procurar acertar amanhã. Seria como ter os olhos no futuro, mas ficar com as mãos na massa vivendo 100% o AGORA e colocando sempre o cliente como personagem principal desse filme que estamos fazendo ao vivo e dirigindo coletivamente.

E aí? Já sabe qual vai ser o seu papel nessa história?