A diferença entre conversão e geração de oportunidade real no marketing B2B Tech

Por Mário Soma*

Quando o assunto é marketing B2B, especialmente no mercado de tecnologia, muitas vezes eu noto confusões no entendimento de alguns profissionais entre conversões com oportunidades reais de negócio. Essa situação pode gerar relatórios inflados, mas pouco eficazes.

Assim, é essencial que gestores de marketing compreendam a diferença e ajustem suas expectativas e métricas para que o investimento em campanhas seja realmente eficaz.

O que é uma conversão?

As conversões representam interações ou ações realizadas por um usuário em resposta a um estímulo de marketing, tais como:

  1. Download de conteúdo rico, como e-books ou guias;
  2. Preenchimento de formulários em landing pages;
  3. Assistir a um webinar ou vídeo;
  4. Curtir ou comentar um post em redes sociais.

Embora essas ações demonstrem engajamento, elas não necessariamente indicam intenção de compra. Como o especialista de marketing Mark Ritson bem destaca:

“O marketing que gera atividade, mas não leads qualificados, é apenas um exercício de vaidade.”

Considere este caso extraído de um formulário (dados anonimizados):

  1. Identificador: contato
  2. Nome: válido
  3. Telefone: (11) 99999-9999
  4. Razão social: abc tech
  5. Mensagem: Olá, gostaria de conhecer o serviço de tecnologia. Consegue uma agenda com os responsáveis?
  6. Aceite de termos: [“on”].
  7. Origem: busca orgânica | google

Este tipo de conversão é um bom exemplo de interesse genuíno, mas muitos relatórios apresentam interações menos relevantes como se fossem oportunidades reais.

O que é uma oportunidade real?

Uma oportunidade real vai além da interação superficial. É o momento em que um lead apresenta sinais claros de interesse em resolver um problema que sua solução pode resolver. Algumas características típicas são:

Contato direto solicitando mais informações sobre o produto ou serviço;
Demonstração de alinhamento com o Perfil do Cliente Ideal (ICP);
Pedido para agendar uma reunião com decisão clara de compra no horizonte.
Compartilho o caso retirado de um formulário que mostra um lead mais avançado no funil (dados anonimizados):

  1. Identificador: contato
  2. Nome: válido
  3. Telefone: (31) 88888-888
  4. Razão social: consultoria xyz
  5. Mensagem: Olá, trabalho para uma consultoria e meu cliente viu o seu caso de sucesso com a empresa X. Gostaria de conhecer quais soluções vocês adotaram para esse projeto.
  6. Aceite de termos: [“on”].
  7. Origem: busca orgânica | google

Aqui, temos um interesse real e contextual, indicando um estágio mais avançado no funil de compra.

Onde as conversões enganam os relatórios?

Os relatórios tradicionais muitas vezes mascaram a verdadeira performance ao apresentarem números como:

  1. Números inflados de downloads de materiais ricos;
  2. Crescimento em visualizações de páginas e cliques;
  3. Leads originados de campanhas pagas ou SEO, mas sem aprofundamento no funil.
  4. Um estudo da Demand Gen Report revelou que 95% dos leads gerados por campanhas B2B não estão prontos para comprar, enquanto apenas 5% estão no momento ideal de busca por soluções.

Isso significa que muitas das conversões apresentadas como sucesso em reuniões podem ser de pessoas que:

  1. Baixaram um e-book porque acham o tema interessante;
  2. Assistiram a um webinar apenas para aprendizado;
  3. Interagiram com um post por pura curiosidade, sem nenhuma intenção de compra.
Como identificar a intenção real no mercado B2B Tech?

Para diferenciar as conversões superficiais das oportunidades reais, considere os seguintes indicadores:

  • Perfil completo no lead
  • Nome e contato fornecidos voluntariamente;
  • Razão social da empresa bem definida.
  • Mensagem proativa com contexto de negócio
  • Fonte e jornada de origem
  • Origem clara como busca orgânica com intenções transacionais;
  • Histórico de interações consistentes e relevantes;
  • Ciclo de decisão do mercado B2B
  • Avaliar se o lead está no momento de compra é crítico para separar os curiosos
  • dos compradores.
Como melhorar a qualidade dos relatórios?

1. Segmente seus leads por estágio do funil

Topo do funil: interesse genérico;
Meio do funil: explorando opções;
Fundo do funil: prontos para decidir.

2. Adote métricas de qualidade de leads, como:

Taxa de agendamento de reuniões;
Percentual de Leads Qualificados de Marketing (MQL);
Taxa de conversão de Leads Qualificados de Marketing para Leads Qualificados de Vendas (SQL)

3. Capacite sua equipe de vendas para diferenciar curiosos de compradores reais.

Portanto, diferenciar a conversão da oportunidade real é o que separa campanhas de inbound marketing que geram valor das campanhas que apenas geram números bonitos em relatórios. O mercado B2B Tech, com seus ciclos longos de decisão, exige que os gestores de marketing não apenas atraiam, mas também qualifiquem com precisão.

E você, como está diferenciando suas métricas?

*Mário Soma é CEO e Head B2B da Pólvora Comunicação

Estudo inédito revela segredos para as marcas engajarem no LinkedIn

Vidmob analisa 13.600 ativos criativos e 2,9 bilhões de impressões na plataforma para identificar as estratégias criativas mais eficazes

Entre os insights relevados, vídeos que destacam a eficiência e a preparação para o futuro registram um aumento de 748% na taxa de conversão

O LinkedIn, a maior rede profissional do mundo, segue evoluindo a maneira como os brasileiros apresentam suas trajetórias e se conectam a oportunidades. Com mais de 65 milhões de usuários no Brasil, o país se destaca como um dos maiores mercados da plataforma, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da Índia. Diante desse cenário, os profissionais de marketing se dedicam a entender melhor as tendências criativas que impulsionam o desempenho das campanhas dentro da rede.

Desenvolvido para oferecer aos profissionais de marketing considerações criativas essenciais que maximizam a ressonância e o engajamento com o público profissional da plataforma, a Vidmob, plataforma global líder em desempenho criativo com base em IA e parceria de marketing do LinkedIn desde 2018, realizou um amplo estudo dentro da plataforma e apresenta agora suas principais descobertas. O relatório Creative Trends Report with LinkedIn, analisou dados de mais de 13.600 ativos criativos, que geraram mais de 2,9 bilhões de impressões para 10 marcas-mãe e 111 submarcas globais. A análise se concentrou em formatos de vídeo pagos e conteúdo estático, oferecendo insights relevantes.

O relatório combina os dados criativos exclusivos da Vidmob com os insights da plataforma LinkedIn, oferecendo uma visão abrangente sobre o que realmente impulsiona o desempenho para os profissionais de marketing B2B. “As descobertas são tão instigantes quanto inesperadas, destacando o papel fundamental da criatividade orientada por dados para entender as preferências do público e otimizar campanhas. Ao aproveitar esses insights, as marcas podem refinar suas estratégias para se conectar melhor com a comunidade profissional do LinkedIn e alcançar resultados mais expressivos”, afirma Miguel Caeiro, head latam da Vidmob.

Abaixo as principais descobertas feitas pelo estudo para as marcas impulsionarem os resultados na divulgação de campanhas na rede. Confira abaixo:

  • IA na publicidade – transformando a conversa em impacto tangível: mensagens de IA que enfatizam a eficiência e a preparação para o futuro resultaram em um aumento de +197% e +748% na taxa de conversão. Já as menções genéricas de IA geralmente falham em campanhas, levando a um declínio de 46% no VTR, que é a porcentagem de espectadores que assistiram a pelo menos 25% de um anúncio em vídeo.
  • A autenticidade emocional impulsiona o engajamento: a narrativa autêntica é essencial. Criativos que mostram emoções genuínas, como determinação e frustração, tiveram um aumento de até 59% nas taxas de conclusão de vídeo, superando as mensagens de estilo corporativo.
  • Use cores ousadas: as cores de alto contraste levaram a um aumento de 68% nas taxas de conclusão de vídeo e um aumento de 41% no engajamento de ativos estáticos.
  • Mostre um ambiente de trabalho relacionável: criativos estáticos com múltiplas pessoas ou que enfatizam experiências comunitárias geraram um aumento de 14% nas taxas de engajamento. Além disso, visuais casuais e relacionáveis — como funcionários em cenários do dia a dia — tiveram um bom desempenho. Roupas como tênis resultaram em um aumento de +37% no VTR25% e joias, um aumento de +53% de VTR25%.

“O LinkedIn deixou para trás a ideia de ser apenas uma plataforma para profissionais em busca de recolocação no mercado de trabalho. A rede se consolidou e hoje é vista como um canal estratégico, permitindo que as marcas se conectem diretamente com seu público-alvo, promovendo engajamento e maximizando o retorno sobre investimento”, diz Caeiro.

Quanto tempo e esforço são necessários para educar um mercado sobre a sua marca e oferta no marketing B2B?

Por Mário Soma*

Educar um mercado sobre uma marca e ofertas complexas é um desafio que requer tempo, esforço e um orçamento adequado. O tempo necessário para isso depende muito da força da marca, da oferta, do Perfil de Cliente Ideal (ICP), do ticket médio, da concorrência e de outros fatores. Portanto, a resposta para essa pergunta é complexa e varia de caso a caso.

Mario Soma-Polvora Comunicacao

De acordo com pesquisa do LinkedIn, os ciclos de compra B2B demandam, em média, 17 interações significativas com uma empresa antes do fechamento de negócio, envolvendo entre seis e dez stakeholders. Nesse contexto, 88% dos entrevistados da pesquisa apontaram que a construção de relacionamento é a chave para o sucesso, contribuindo para a chamada “confiança coletiva”.

Outra importante referência do marketing B2B é Pierre Herubel, que explora o tema com maestria e mostra como o conteúdo pode ser um poderoso aliado nesse processo, uma vez que as decisões são geralmente mais racionais e baseadas em informações detalhadas. De acordo com Herubel, a criação de um ambiente minimamente educado para começar a gerar demanda pode ser ainda mais exigente.

Dessa forma, reforço que o conteúdo é importante para gerar impacto positivo nas vendas em três etapas:

  • O ecossistema de conteúdo constrói autoridade e confiança: o conteúdo educa, gera confiança e autoridade, transformando a audiência em “oportunidade de venda”.
  • Os compradores se interessam pela sua marca: quando você cria um pool de oportunidades, os prospects estão aquecidos e prontos para serem abordados.
  • Eles entram em contato com você (demandas inbound): isso facilita a demanda inbound, pois esses prospects têm maior intenção de compra.

A maioria das empresas subestima o papel do conteúdo para o outbound. Porém, posso destacar que o conteúdo facilita o outbound ao gerar autoridade e confiança, aumentando as taxas de fechamento. Algumas empresas podem não procurá-lo por vários motivos (falta de tempo, ego, ocupação ou esquecimento). Mas elas conhecem você pelo conteúdo. Significa que elas já confiam na sua marca e entendem sua solução.

Quais são os sinais a serem coletados e analisados?

  • Conteúdo cria intenção e ajuda a encontrar sinais. As empresas se envolvem com seu conteúdo (cliques, downloads, e-mails, engajamento, mensagens diretas e encaminhamentos, entre outros). Com um sistema sólido de coleta de sinais, você pode identificar essas ações.
  • Com base nesses sinais, você pode priorizar quais contas deve contatar primeiro. Esses insights devem ser cruzados com outras fontes de informações (site, CRM e inteligência de vendas) para maior precisão.

Isso gera três benefícios:

  1. Fornece insights sobre os prospects
  2. Ajuda a identificar e priorizar contas
  3. Permite a personalização do contato com base nos sinais

Para educar um mercado sobre uma marca e suas ofertas complexas, o conteúdo é uma ferramenta indispensável. Ele não apenas cria autoridade e confiança, mas também gera sinais valiosos que podem guiar suas estratégias de outbound.

Portanto, investir tempo, esforço e orçamento em um ecossistema de conteúdo robusto é essencial para começar a gerar demanda no marketing B2B de forma eficaz.

*Mário Soma é CEO e Head B2B da Pólvora Comunicação

A importância da distribuição estratégica de conteúdo no marketing B2B

Por Mário Soma*

Uma das falhas mais frequentes que tenho notado nas imersões dos novos contratos do mercado B2B, além de aspectos de branding, é a falta de atenção na distribuição de conteúdos que ressoam em todos os touchpoints das ações de marketing.

Sim, isso é crucial para o sucesso nas vendas e merece atenção. Caso contrário, muito esforço será feito em vão. Como destaca Sean Ellis, fundador da GrowthHackers, “maximizar cada touchpoint é essencial para o crescimento sustentável. Cada interação conta e molda a percepção do seu cliente sobre sua marca.”

Segundo a mais recente Pesquisa de Marketing da Forrester, 64% dos executivos responsáveis por compras no mercado B2B reconheceram que não confiam na medição de marketing de sua empresa para a tomada de decisões.

Essa “falta de confiança” é preocupante, uma vez que a jornada de compra B2B é complexa e repleta de nuances, exigindo uma estratégia de marketing que valorize cada ponto de contato como uma oportunidade única de envolvimento e conversão.

Compartilho os pontos principais dessa estratégia:

O número de touchpoints é dinâmico

A pergunta sobre o número ideal de touchpoints necessários para converter um cliente B2B revela um espectro dinâmico de respostas. Enquanto o HubSpot sugere cerca de oito, outros especialistas propõem números que variam de sete a dez. Andrew Chen, autoridade em growth, nos lembra que além da quantidade e qualidade dos conteúdos, “a otimização de cada ponto de contato da marca é crucial para a construção de uma boa estratégia de campanha.” Isso nos ensina que os pontos de contato no marketing B2B devem ser cuidadosamente projetados para promover a adoção e fidelização do usuário.

Narrativas que contamos em cada canal de comunicação

Os touchpoints representam mais do que meros canais: eles carregam as histórias que contamos e moldam como a marca é percebida. Seth Godin, um dos grandes nomes do marketing moderno, nos inspira ao dizer que “os touchpoints são as narrativas que contamos.”

Insights de um estudo B2B

A partir de um estudo com mais de 50 empresas B2B, Mike Lieberman, CEO e cientista-chefe de receita da Square 2, descobriu que, surpreendentemente, o número de touchpoints necessários supera frequentemente 40, alcançando até 50 em alguns casos.

Este resultado destaca o desafio de construir um crescimento de receita previsível e escalável. Por exemplo: o percurso, quando se inicia com anúncios de geração de demanda, precisa ser visto pelo menos três vezes ou mais, antes do lead ter alguma reação.

Jornada repleta de oportunidades e desafios

A transição de um lead para o processo de vendas envolve uma série de etapas, incluindo múltiplas visitas ao site e e-mails, esclarecendo a complexidade das ofertas dentro da jornada de compra. Isso significa que a jornada para o tão esperado ‘sim’ é repleta de oportunidades e desafios em todo o ciclo do marketing B2B.

Por fim, a eficiência do processo de vendas depende não apenas da geração de mais leads, mas de aprimorar a qualidade e a eficácia das interações no marketing B2B.

*Mário Soma é CEO e Head B2B da Pólvora Comunicação