Investir em influenciadores é a resposta certa?

Por Renan Cardarello*

A febre dos influenciadores é um fato. Para qualquer tipo de lançamento, a primeira estratégia que vem à mente de empreendedores que não possuem muito conhecimento dentro da área de marketing é a utilização dessas personalidades da web para conseguir engajar um público parecido com o seu target ideal. Contudo, é necessário fazer o questionamento: “investir em influenciadores é a resposta certa?” – afinal, existem muitos outros estratagemas que podem ser utilizados em seu lugar capazes de trazer resultados tão bons quanto.

De fato, não há como negar a influência dessas personalidades atualmente. Em uma pesquisa realizada pela StartSe, relacionada à utilização e efetividade de influencers, como exemplo, 75% dos entrevistados declararam já ter comprado algo por causa de terem percebido o produto como uma boa oportunidade apresentada por um influenciador; além de 55% que disseram ter mais confiança em comprar de uma marca indicada por alguma pessoa que eles seguem em alguma rede social.

Em questão de resultados, um estudo apresentado no portal da Harvard Business Review em 2022 mostrou que as empresas que tiveram 1% de aumento no investimento no marketing de influencer conquistaram um crescimento de engajamento de 0,46%, o que sugere que a estratégia pode, de fato, resultar em um ROI positivo. Na prática, a utilização de influenciadores para aumentar o reconhecimento da marca, conversando com um público que está dentro de sua área de interesse e aumentando a conexão com as pessoas, algo que não é não só viável, como extremamente recomendado para se destacar frente aos concorrentes.

A forma pela qual eles estão consagrando espaço no ambiente online, contudo, vem sendo modificada nos últimos anos, passando da figura de “foco” para uma que mais se mostra como o apresentador de um lifestyle, e passando a servir como uma corrente para alguém que busca a conexão com os clientes ao mesmo tempo em que preza em apresentar o produto como ponto principal das parcerias. Com a chegada da Geração Z no mercado, esse tipo de estratégia vem ganhando ainda mais força, atraindo o olhar das marcas e empreendedores para os frutos que podem ser colhidos através desse movimento.

Para os interessados em realizar essas parcerias, alguns cuidados precisam ser tomados para assegurar uma boa promoção de seus produtos ou serviços. Ao lançar um novo produto, por exemplo, formar uma parceria com um influenciador digital para somente anunciar essa novidade funcionará, na melhor das suas possibilidades, caso a introdução da marca for feita gradualmente para criar um vínculo e interesse por parte dos seguidores. Uma dica que pode auxiliar nisso é apostar na originalidade deste das personalidades – algo que, ainda segundo os dados da mesma pesquisa da Harvard Business Review, é responsável por um aumento de cerca de 15% no ROI do marketing de influência.

Diante desses dados, não há como negar que investir na parceria com influenciadores pode ser a resposta certa para muitas marcas. A decisão de seguir ou não por esse caminho poderá variar a depender do tamanho do negócio ou empresa para qual está sendo traçado um plano de marketing. Além disso, é de extrema importância não deixar de lado as estratégias e ações ainda mais básicas como, por exemplo, uma campanha de mídia paga nas redes sociais, que pode, por vezes, trazer um maior ROAS que é muito mais interessante do que uma ação de parceria traria.

Cada negócio possui a resposta ou a capacidade de analisar e definir se investir em influenciadores no atual momento é interessante ou não, para que, a partir disso, busque a personalidade que mais se adequa ao seu público-alvo para que possam construir uma estratégia assertiva de comunicação e promoção de seus produtos e serviços.

*Renan Cardarello é CEO da iOBEE – Assessoria de Marketing Digital e Tecnologia.

Live-commerce: como elevar as vendas no Brasil?

Por Thiago Gomes

Comprar online já virou algo rotineiro para muitas pessoas. Mas, e se você pudesse adquirir os produtos desejados enquanto assiste a uma live da empresa que gosta ou, até mesmo, através de influenciadores que segue? Essa é a proposta do live-commerce, estratégia de vendas que está bombando em outros países e que já está sendo positivamente explorada por grandes marcas daqui – com potencial enorme de ser ainda mais investida nas empresas nacionais para ampliar seu alcance no mercado e, com isso, potencializar seus lucros.

A aderência à essa estratégia vem sendo significativamente melhorada ao longo dos últimos anos ao redor do mundo. Na China, como exemplo, dados divulgados no Relatório de Desenvolvimento de Alta Qualidade da Indústria de Comércio Eletrônico com Transmissão ao Vivo mostrou que a taxa de penetração desse tipo de comércio eletrônico cresceu de 4,9% para 37,8% entre 2019 e 2023, atingindo cerca de 597 milhões de usuários apenas no ano passado.

Essa popularidade foi rapidamente percebida por outras nações, inclusive no Brasil. Neste ano, muitas marcas aproveitaram para testar essa estratégia de união das lives com as vendas online na Black Friday, obtendo faturamentos enormes que chamaram a atenção do mercado para as possibilidades e oportunidades que o live-commerce pode trazer para seus negócios.

Afinal, além do fato de muitos brasileiros terem o hábito de comprar, frequentemente, de forma online, favorecidos, ainda, pelo crescimento das redes sociais, presenciamos, ainda, uma popularidade das lives no país nos últimos anos – principalmente, em decorrência da pandemia, onde, por estarmos dentro de casa, as operações digitais acabaram se tornando a única forma de muitas empresas continuarem abertas à distância.

Os influenciadores também ganharam destaque nesse sentido, formando parcerias com determinadas marcas a fim de fomentar a divulgação de seus produtos à sua rede fiel de seguidores. Ao se tornarem porta-vozes, repassam a seus fãs credibilidade e segurança na divulgação destes itens, engajando cada vez mais pessoas a adquirirem estes produtos.

Cronologicamente, essa estratégia de vendas em uma transmissão ao vivo não é uma novidade no mercado, visto que muitas emissoras, antigamente, já faziam isso através de discursos de escassez de seus itens, visando gerar o senso de urgência de compra pelos consumidores. O que está ganhando tanta repercussão atualmente com o live-commerce é o fato de possibilitarem, com o apoio das redes sociais, influenciadores e ferramentas tecnológicas, uma maior interatividade e personalização de seus produtos.

Nestas lives, as empresas podem tornar a relação com seu público-alvo mais dinâmica e menos engessada do que se tem com o e-commerce tradicional. Aproveitar o acompanhamento em tempo de real de seus clientes para interagir através de perguntas e respostas, realizar ofertas exclusivas para quem estiver assistindo, fazer enquetes, sorteios, e muitas outras atividades que engajem, atraiam e retenham cada vez mais pessoas.

Muitas emissoras nacionais também estão explorando este esquema em seus programas, visando atingir um público pouco aderente às redes sociais e que também tenham interesse em determinados produtos. Uma estratégia bastante inteligente em termos de vendas, aumentando a capilaridade de alcance para além do digital.

O mercado de live-commerce tem muito ainda o que expandir, tendo espaço suficiente para que as empresas inovem, sejam criativas e fomentem seu nome frente aos concorrentes. Mas, assim como todo comércio, os mesmos desafios em termos de atendimento se mantêm, o que ressalta a importância de cuidarem de toda a logística de comunicação com seu público antes, durante a transmissão, e no pós-venda.

Por mais que as redes sociais sejam um palco bastante atrativo para isso, há, ainda, um amplo bastidor por trás suportando este processo – o qual deve ser composto por estratégias omnichannel que unam canais digitais robustos complementando a jornada dos clientes, de forma que possam escolher onde e como se comunicar com suas marcas.

Com uma base bem estruturada de consumidores, existem muitos canais de comunicação que podem ser explorados para divulgar a realização destas lives, anunciar os produtos que serão promovidos e, após a transmissão, continuar o atendimento aos clientes com a mesma interação e personalização, e suportá-los com qualquer demanda que tenham posteriormente.

Um grande recurso que temos hoje no mercado, nesse sentido, é o RCS, sistema de mensageria do Google que possibilita o envio de textos, imagens, gifs, e um carrossel completo nas mensagens, asseguradas por um selo de autenticação da empresa verificado pela própria multinacional.

Muito ainda pode ser explorado pelas empresas com o live-commerce, já se mostrando como uma tendência capaz de elevar bastante as vendas corporativas e o engajamento com seu público. Resultados, estes, que serão apenas conquistados com os cuidados destacados acima, de forma que os usuários tenham todo o suporte necessário para conduzir e interagir sua jornada de compras em canais que tenham afinidade, criando experiências e relacionamentos marcantes entre as partes.

*Thiago Gomes é Diretor de Customer Success e Produtos na Pontaltech.

Os principais desafios do marketing na era digital

Por Josué Brazil

Chegamos a um momento em que o mundo inteiro está digital ou digitalizado. Tudo o que fazemos está em parte ou totalmente mediado ou suportado pelo digital. E o marketing não ficou de fora disso, é claro.

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

Chegamos ao ponto em que o marketing tem que fazer frente às demandas de um mundo 100% digital.

O marketing na era digital enfrenta desafios complexos e um cenário em constante evolução, refletindo o ritmo acelerado das mudanças tecnológicas e a transformação no comportamento dos consumidores.

Tentamos aqui listar e explicar alguns destes principais desafios do marketing digital. Vamos a eles!

1. Sobrecarga de informação e ruído
Hoje, o excesso de informações disponíveis na internet faz com que os consumidores se tornem mais seletivos e dispersos. São bombardeados por uma quantidade enorme de anúncios, postagens e conteúdos, o que torna difícil para as marcas se destacarem. Para capturar a atenção de forma eficiente, é essencial que as empresas criem conteúdo autêntico, relevante e pessoal

2. Personalização em escala
Outro grande desafio é a necessidade de personalizar o conteúdo e a comunicação com o cliente, adaptando-se às suas preferências e necessidades individuais. Isso exige um uso inteligente de dados para entender o comportamento e os interesses dos consumidores. No entanto, esta recolha de dados deve ser feita de forma ética e segura, respeitando as leis de privacidade, o que é outro obstáculo no caminho da personalização.

3. Adaptação às mudanças em plataformas e algoritmos
As plataformas digitais, como redes sociais e motores de busca, estão sempre mudando seus algoritmos e políticas, o que impacta a visibilidade e o alcance das campanhas. As empresas precisam se manter atualizadas e flexíveis para ajustar suas estratégias com rapidez, adaptando-se aos novos formatos, funcionalidades e regras que surgem constantes

4. Experiência do cliente omnicanal
Com a multiplicidade de canais de comunicação — redes sociais, e-mail, sites, aplicativos, etc. — os consumidores esperam uma experiência integrada, ou seja, poder transitar entre diferentes plataformas e pontos de contato sem inconvenientes. Esse desafio exige que as marcas ofereçam uma experiência coesa e sincronizada, independente de onde o cliente esteja interagindo com o

5. Uso ético e proteção de dados
Com o aumento da coleta e do uso de dados pessoais, cresce também a preocupação dos consumidores com sua privacidade e segurança. Leis como a LGPD no Brasil e o GDPR na União Europeia pressionam as empresas a serem mais transparentes e cuidadosas com os dados dos usuários. Assim, o marketing digital precisa equilibrar o uso de dados para personalização com o respeito à privacidade do consumidor, mantendo a confiança e a atualização da

6. Acompanhamento de resultados e ROI (Retorno sobre Investimento)
Medir o retorno sobre o investimento no ambiente digital é um desafio constante. Com tantas estatísticas disponíveis, pode ser difícil identificar o que realmente indica o sucesso das estratégias. Além disso, os impactos do marketing digital podem ser difusos e se manifestar no longo prazo, o que dificulta a análise imediata dos resultados

Um ambiente multifacetado

Esses mostram que o marketing digital é um campo dinâmico e multifacetado, que exige das empresas um olhar atento às tendências, flexibilidade e uma abordagem centrada no cliente. Manter-se atualizado e investir em tecnologia, análise de dados e capacitação são alguns dos caminhos para enfrentar essas dificuldades.

Customer Experience: por que essa é a melhor estratégia de marketing?

Por Maria Luiza Chiquetto*

Há muitos anos falamos sobre experiência do cliente. Além disso, não é novidade que a relação dos consumidores com as marcas mudou. Hoje a decisão de compra não é mais sobre preço, mas sim sobre a melhor jornada. De acordo com a PWC, 86% dos consumidores estão dispostos a pagar mais por produtos e serviços que oferecem uma experiência de compra positiva. Já um estudo da Temkin Group revela que um aumento moderado na experiência do cliente gera um aumento médio de receita de U$ 823 milhões em três anos para uma empresa com U$ 1 bilhão em receitas anuais.

Mas, afinal o que significa o termo em inglês, Customer Experience, ou experiência do cliente, em português? Embora seja confundido na maioria das vezes com o Customer Success (sucesso do cliente), que é responsável por garantir que o cliente atingiu os seus objetivos com o produto ou serviço adquirido, o Customer Experience, também conhecido como CX, é mais abrangente e se trata do processo como um todo, o qual envolve todos os pontos de contato do cliente com a sua marca desde a descoberta, a venda, o pós-venda, até a fidelização.

Ao mesmo tempo que essa modalidade traz importantes ganhos para a organização, é importante fazer um alerta: criar uma área de CX ou designar pessoas específicas para cuidar do tema não é suficiente para garantir que a empresa obtenha resultados excepcionais. Para que essa abordagem desempenhe o potencial esperado, é necessário que, mais do que um conceito, ela faça parte do mindset da cultura da companhia – envolvendo todas as áreas para que atuem em prol do mesmo objetivo, colocar o cliente no centro e entregar a ele a melhor experiência.

No entanto, para que a empresa chegue nesse mindset e alcance os resultados desejados, é crucial seguir alguns passos, que são: mapear a jornada, ouvir o cliente, compreender as dores que precisam ser sanadas no processo; realizar pesquisas, entender o perfil de cada consumidor, onde e como ele quer se relacionar com a marca, definir uma estratégia de CX envolvendo toda a camada de liderança, criar um departamento para ser responsável pelo monitoramento do processo; e, por último, tomar decisões baseadas nos dados e feedbacks dos clientes continuamente.

Tendo em vista que são muitos passos e ações a serem tomadas, e que necessitam do envolvimento da equipe, colocá-las em prática pode ser um desafio. Atualmente, com os avanços da tecnologia, é possível usá-la a favor da empresa, por meio de ferramentas e recursos que ajudam a garantir o sucesso em cada uma das etapas, bem como o êxito na aplicação prática do Customer Experience.

Cabe destacar que, para além dos ganhos de crescimento que o CX pode proporcionar para a organização, sua aplicação também favorece no melhor posicionamento da companhia perante o mercado. Afinal, clientes satisfeitos estão mais propensos a indicarem a marca e, segundo um estudo da Nielsen, 92% dos consumidores valorizam mais a indicação do que apenas a publicidade.

Além disso, segundo o Gartner, mais de dois terços das organizações competem, principalmente, com base na experiência do cliente. Sendo assim, podemos afirmar que não há mais volta, e as empresas que ainda não se deram conta da sua importância, ficarão para trás e diminuirão drasticamente sua vantagem competitiva ou ainda deixarão de existir nos próximos anos.

*Maria Luiza Chiquetto é Head de Customer Experience na Viceri-Seidor.