Recorrência como modelo de negócios para agências

Receita previsível: A recorrência é o futuro das agências digitais

por Alessandra Sadan, vice-presidente da Duda para América Latina

A recorrência é um modelo de negócio que se disseminou nos últimos anos pelas mãos das empresas de tecnologia – mais especificamente, das que trabalham com plataformas SaaS (Software as a Service). Quem assina Netflix, guarda fotos no OneDrive ou tem conta no Spotify está imerso nesse sistema, baseado em pagamentos mais parecidos com uma assinatura para ter acesso a um serviço do que com a compra de um produto. Alguns anos atrás, talvez soasse impossível aplicar o modelo a segmentos tradicionalmente habituados a trabalhar “por job”, como é o caso de certos serviços das agências digitais. Efetivamente, não é. A recorrência, na verdade, pode ser o principal aliado delas na sustentabilidade dos seus negócios.

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Depender da prestação de serviços pontuais é uma grande dor das agências digitais. Esse modelo dificulta estimativas de demanda no longo prazo e, principalmente, atrapalha qualquer espécie de planejamento financeiro. Não à toa, aumentar a carteira de clientes recorrentes foi eleito o principal desafio das agências para 2020*. Isso porque o modelo assegura que pelo menos parte da receita seja previsível, garantindo a sustentabilidade dos negócios. Fora isso, manter um relacionamento de longo prazo também eleva as chances de vender novamente para os mesmos clientes – com um custo menor do que adquirir novos contratos.

Presença online por assinatura

Pode soar contra-intuitivo, mas mesmo serviços como a criação de sites podem ser vendidos em um modelo semelhante ao de assinaturas. Pense na situação em que um pequeno empreendedor esteja em busca de presença online para seu novo negócio. Para que possa fazer anúncios pagos, investir em conteúdo para blog ou apostar na gestão de suas redes sociais (que são, esses sim, serviços de marketing digital recorrentes para as agências) o primeiro passo é ter um site. Como criar sites normalmente não é o foco das agências, é comum que indiquem um profissional externo ou demandem uma equipe especializada para um serviço que tipicamente é pontual.

Daí derivam alguns problemas. Colocar um site no ar costuma ser demorado e caro. O pequeno empreendedor, que precisava de presença digital, logo sente que gastou tempo e dinheiro demais só com o primeiro passo. Para compensar, ou busca alguém mais barato para os próximos serviços de marketing digital, ou improvisa internamente com a própria equipe, ou simplesmente adia os planos (quando não desiste deles). Conclusão: a agência perde a oportunidade de vender seus produtos e serviços de marketing digital para esse cliente potencial.

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O que aconteceria se a criação de sites fosse assumida pela agência digital em um modelo de recorrência? Usando tecnologia de ponta, é possível fazer isso de maneira escalável, precificando o serviço de forma recorrente. A agência poderia, por exemplo, reduzir o valor cobrado na entrega de um site e diluir a diferença em mensalidades que abranjam também serviços de manutenção (como hospedagem, backup ou segurança). Ou poderia oferecer uma revisão de funcionalidades e layout das páginas a cada ano, na época da renovação de um contrato com pagamentos mensais. Poderia ainda estabelecer diferentes pacotes de serviços de marketing digital, por assinatura, que incluíssem a criação do site.

Pacotes que cabem no bolso

A sensação de que o preço de um conjunto de serviços “cabe no bolso” (assim como as parcelas de uma geladeira comprada no crediário) pode ser decisiva para um pequeno empreendedor contratar uma agência digital. Se estiverem dispostas a mudar a forma como sempre cobraram por certos trabalhos, buscando ferramentas tecnológicas que permitam ampliar seu rol de ofertas sem acrescentar custos fixos elevados, as agências digitais tendem a se beneficiar. As chances de conseguir reter e fidelizar os clientes aumentam. Fora o alívio nas contas, considerando a previsibilidade da receita e dos custos das entregas que precisarão ser feitas ao longo do contrato.

Estarão os clientes brasileiros preparados para contratar serviços como a criação de sites em um modelo de recorrência? Respondo essa pergunta com outra: por que não estariam? Em mercados maduros, como o norte-americano, a recorrência é a regra entre as agências digitais e os jobs, a exceção. Uma assinatura normalmente garante ao cliente ser abastecido com o que há de mais moderno e atualizado no segmento que for – voltemos aos exemplos de Netflix, OneDrive e Spotify. Não seria diferente com as agências. Quanto vale não ter de se preocupar com a manutenção do site? Ou ganhar um site novo todos os anos? Ou ter uma agência que conheça seu negócio, oferecendo todos os produtos e serviços necessários a cada passo da jornada digital? Convencer clientes não é a parte difícil. O maior desafio talvez seja convencer as próprias agências.

* Panorama Agências Digitais Brasil 2020 (Resultados Digitais e Rock Content)

Duda é uma empresa de tecnologia do Vale do Silício que desenvolve soluções para criação de sites de alta performance, com foco em agências digitais e plataformas SaaS.

Fonte: Dialetto – Mariana Segala

Shopping recebe novas lojas

Colinas Shopping, em São José dos Campos (SP), inaugura sete novas lojas no fim do ano

Centro de compras fecha ano com saldo positivo, após abrir 12 operações durante 2019; para direção do shopping, inaugurações turbinam a campanha de Natal

Localizado no corredor de compras mais nobre de São José dos Campos (a 90 quilômetros da capital São Paulo), o Colinas Shopping celebra a chegada de novas operações neste fim de ano, em plena campanha de Natal. Loungerie, Mundo do Cabeleireiro, TNG, Anacapri, Element, Faberge e Simple Organic inauguram suas lojas dentro do centro de compras entre novembro e dezembro.

Com as inaugurações, o Colinas Shopping encerrará 2019 com 12 novas operações, mantendo um saldo positivo em 2019. Antes, abriram unidades da Piticas, RC Store, Action VR, Japa Já e Preçolândia.

Com a campanha “A Doce Magia de Natal” – na qual o centro de compras sorteia vales-compra e um carro, entre 20 de novembro e 30 de dezembro –, a direção do Colinas espera que as inaugurações movimentem ainda mais o mall.

“Assim, o Colinas Shopping se atualiza para acompanhar o ritmo de mudanças que a região demanda dia após dia. O objetivo é se tornar cada vez mais um centro de compras plural e dinâmico. Um ponto de encontro que alia entretenimento, serviços e as melhores marcas”, afirma a diretora de Novos Negócios do Colinas Shopping, Larissa Dantas.

Diretora de Novos Negócios do Colinas Shopping, Larissa Dantas / Divulgação

O shopping espera um crescimento de 15% nas compras de Black Friday e Natal, com um intenso movimento diário de pessoas nas vésperas das datas comerciais.

“O que buscamos é oferecer um leque completo de opções aos clientes, dentro do plano de tornar o Colinas Shopping o principal complexo multiuso entre São Paulo e Rio. Com a inauguração da torre comercial no ano que vem, a tendência é valorizar ainda mais nosso mix de lojas voltadas ao varejo”, completa Larissa.

Inaugurações

Entre as operações que serão inauguradas, está uma das mais queridas lojas de lingerie do país, a Loungerie. Com 66 unidades espalhadas por diferentes regiões do Brasil, a marca se notabiliza por criar modelos que unem conforto e sofisticação sob medida, para incluir toda a diversidade das mulheres do Brasil.

Quem procura as melhores marcas de produtos para os cabelos, vai adorar a loja Mundo do Cabeleireiro. No espaço, é possível encontrar as novidades de marcas como L’Oréal, Wella, Selena Hills e Butter Hair, entre outras.

Ainda na linha de beleza, a Simple Organic Beauty chega ao Colinas Shopping com o conceito slow beauty. A marca de cosméticos conta com produtos orgânicos e 100% veganos, formulados com matéria-prima orgânica e natural, sem parabenos, conservantes naturais e sem testes em animais.

O setor de vestuário conquistou novas operações. Uma delas é a TNG, de roupas e acessórios masculinos e femininos. Outra opção com muito estilo e personalidade é a Element, que confecciona modelos inspirados na moda urbana.

Conhecida por seus sapatos, bolsas e acessórios, a Anacapri é mais uma entre as novidades que chegam para o fim do ano no Colinas Shopping. A loja conta com modelos cheios de estilo para o dia a dia.

Há ainda a loja do Grupo Faberge, multimarcas do setor automotivo que comercializa grandes marcas como Volvo, Audi e Citroën, que será inaugurada no piso superior.

Confirmando o bom momento do centro de compras, as lojas O Boticário, Espaço Acessórios e Manazzo, já na ativa, também aproveitam o fim do ano para uma repaginação completa. O Boticário amplia seu espaço para uma loja maior; já o Espaço Acessórios apostará em um novo modelo de loja da franquia; e a Manazzo (já inaugurada) ampliou seu espaço e repaginou o décor de tabacaria.

A Doce Magia do Natal

Na campanha de Natal do Colinas Shopping, a cada R$ 400 em compras realizadas entre os dias 25 e 29 de novembro, os clientes concorrem a cinco vales-compra de R$ 5.000. Depois, a cada R$ 400 em compras, de 20 de novembro a 30 de dezembro, os clientes concorrem a um BMW X-1 equipado com produtos Thule.

Fonte: CABANA | João Pedro Teles
Repórter

Coluna “Discutindo a relação…”

Pequenas, ágeis e enxutas

Semana passada aconteceu uma discussão muito legal no Linkedin a partir de um texto postado pelo grande Luiz Buono, sócio e fundador da Fábrica. O Luiz tem se destacado nesta plataforma com textos e reflexões sempre muito bacanas e úteis.

No texto ele narrou um acontecimento de três anos atrás: uma pessoa na fila do SXSW lhe disse que o futuro seria das agências ágeis, enxutas e que tivessem liberdade maior de movimento. Agências independentes. E o Luiz relacionou isso com o recente destaque que três agências brasileiras com esse perfil obtiveram na edição deste ano em Cannes. As agências são a David, a AKQA e a W+K. Esse assunto também foi capa da Meio&Mensagem de 01 de julho.

Comentei na postagem do Buono que acreditava fortemente em um futuro breve no qual as estruturas independentes e ágeis terão mais espaço, enquanto as grandes holdings de comunicação passarão por mais dificuldades.

Olhando para nosso mercado, o mercado do Vale do Paraíba e de interior de SP como quase um todo, podemos constatar que as estruturas condensadas de nossas agências – mais por necessidade do que por inventividade –  têm garantido espaço para  competirem até mesmo nos centros maiores. O digital e suas ferramentas deixaram tudo mais horizontal e como sempre tivemos talento agora podemos competir com a vantagem da estrutura pequena (mas competente), do preço inferior (nosso custo é menor) e da agilidade e multioferta de serviços.

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

As primeiras a desbravarem essa trilha e abrirem espaço no mato do mercado das capitais e até do exterior foram as chamadas agências digitais.

Muitas agências – tradicionais e digitais – optam inclusive por trabalhar por projetos, montando equipes de freelancers de acordo com cada demanda. Mesmo em São Paulo capital esse modelo já é bastante encontrado. Tive uma conversa muito boa com o Filipe Crespo da criativosbr sobre isso. O modelo de operação deles é exatamente assim. Dois sócios e uma equipe de frilas de acordo com cada demanda de cada cliente.

Também acredito que muitos modelos operacionais de prestação de serviços em comunicação passem a coexistir. Um necessariamente não exclui o outro. Todos os tipos e modelos de negócios em comunicação, marketing e propaganda estão buscando aprimorar suas armas e caprichar cada vez mais na entrega. Uns permanecerão, outros talvez não.

O mercado é assim. E novos modelos de negócios em comunicação ainda estão por surgir. É aguardar para ver.

Coluna “Discutindo a relação…”

Como manter o relacionamento saudável

No artigo para essa coluna do mês passado escrevi sobre como as agências estão buscando recuperar sua relevância dentro do cenário atual de comunicação e marketing. Neste mês vamos persistir no assunto. Mas desta vez o foco será mais em como manter uma relação duradoura e saudável com os clientes.

Para melhor tratar o assunto quero trazer aqui um pouco das ideias de outros líderes do setor de agências de propaganda. E vou começar com uma declaração de David Laloum, presidente da Y&R. Ele afirma que para construir uma relação perene com os seus clientes as agências devem apostar em três fatores:

1 – construção de uma trajetória de sucesso – essa construção deve ocorrer em conjunto, com extensa participação do cliente para se chegar a bons resultados de negócios. Ou seja, a construção de seguidos “cases” de sucesso em parceria com os clientes;

2 – consistência na entrega – evitar ciclos de altos e baixos, perseguir a entrega com qualidade e excelência em todas as situações, manter um alto nível de entrega;

3 – capacidade de continuar a inspirar – uma agência deve sempre manter-se como fonte inspiradora não só de ideias mas também de inovação e soluções de demandas de negócios.

Quem também recentemente abordou o tema foi Ricardo John, presidente da JWT. Ricardo afirmou que para um relacionamento saudável entre agência e anunciante é preciso tomar cuidado para que a agência não seja vista como uma mera “tarefeira”. Para tanto, o caminho, diz o presidente, é trabalhar a consciência das equipes para que vistam a camisa de sócios dos projetos dos clientes e propor novas alternativas, evitando ser entendida (a agência) como simples fornecedora.

Imagem de rawpixel por Pixabay

É claro que essas ideias impactam e têm relação direta com novos modelos de operação das agências. Fernando Musa, CEO da Ogilvy, diz que as agências devem estar abertas à implementação de diferentes modelos operacionais e que a escolha do melhor modelo será definida pela demanda do cliente. Musa afirma que para manter um relacionamento “quente” é preciso estar aberto a qualquer modelo.

Outro aspecto destacado por várias lideranças é a diversidade. Buscar a montagem de equipes diversas, em vários aspectos, ajuda na entrega de soluções mais eficazes, assertivas e impactantes. Além da diversidade de gênero e classe social também passa a ser fundamental a diversidade de formações profissionais com a absorção de cientistas de dados, analistas de dados, antropólogos-sociólogos-filósofos, programadores e profissionais de inteligência artificial.

Fica óbvio, ao menos para mim, que as agências estão superando aquele momento de descrédito e de perda de relevância e estão trabalhando para virar o jogo e aproximarem-se definitivamente de seus clientes e de suas necessidades de negócios e soluções de problemas.

Vamos seguir observando e comentando!