Na hora de selecionar os veículos mais apropriados e adequados para uma ação/campanha de comunicação, vários são os fatores que devem ser levados em consideração. Não se deve escolher os veículos que conduzirão as mensagens/conteúdos até o público desejado de maneira aleatória, sem critérios e sem técnica.
Essa escolha deve ser consequência, em primeiro lugar, de uma análise bastante aprofundada de seu cenário de mercado e comunicação. É a etapa de Objetivos dentro do planejamento de mídia. Já tratamos desta etapa em um artigo aqui que trata de planejamento de mídia.
Depois devemos levar em consideração as características naturais de cada veículo ou plataforma de comunicação. Eles não são iguais, sejam eles veículos tradicionais ou digitais. Cada um deles também oferecem vantagens e possuem limitações. É importante que isso seja pesado e discutido. O caminho ideal é aproveitar as vantagens que cada meio oferece de maneira estratégica (dando um papel para ele em sua estratégia de mídia) e evitar as limitações (tentar fazer com que o veículo cumpra um papel que el não consegue cumprir).
Há entretanto alguns outros fatores listados por Armando Sant’Anna em seu livro Propaganda: Teoria, Técnica e Prática: Podemos chamá-los de Fatores Essenciais para a escolha dos veículos mais adequados para uma campanha
Sant’ana afirma serem esses os fatores que podem e devem influenciar na hora de escolher os veículos:
a) o público alvo;
b) o âmbito da campanha – nacional, estadual, regional, local;
c) a natureza do produto – sazonalidade, ritmo de compra, qualidades que devem ser mostradas/demonstradas, possíveis restrições jurídicas;
d) a estratégia de comunicação dos concorrentes;
e) a natureza e o tipo de mensagem que iremos veicular;
f) as oportunidades de mídia;
g) o prestígios do meio;
h) a verba disponível para veiculação;
i) o tipo de distribuição, configuração do mercado, se há intermediários e quais são.
As oportunidades de mídia
Neste texto quero me concentrar nas oportunidades de mídia. Chamo de oportunidade de mídia algo que um veículo ou plataforma venha a disponibilizar como espaço para colocação de mensagens ou conteúdos de uma forma diferenciada, única, momentânea ou… oportuna.
Pode ser um patrocínio de um programa ou conteúdo novo que passa a fazer parte da grade ou da linha editorial. Pode ser o patrocínio da cobertura de um evento.
Também pode ser uma “temporada especial de vendas”, na qual espaços são ofertados por algum motivo com descontos antes inexistentes.
Outra possibilidade é a construção, em uma parceria agência-veículo, de um formato novo e exclusivo. Algo formatado só para aquela campanha. Essa possibilidade também pode ocorrer em uma iniciativa só do meio ou plataforma.
Quando surge a oportunidade de mídia muitas vezes podemos pensar em “encaixar” em nosso planejamento de mídia um meio que inicialmente não estava sendo cogitado, principalmente pela questão de custo. Ou mesmo de inadequação de programação, conteúdo e cobertura de público (audiência certa).
Assim como todos os outros fatores citados acima, a oportunidade de mídia não deve ser o único a ser considerado, pesado e analisado na hora de incluir um meio em seu plano estratégico de mídia. Devemos analisar todos os fatores ao mesmo tempo, em suas intersecções e sinergias.
Mas… fica a dica: fique sempre atento as boas oportunidades de mídia!
Estudo liderado pela BALT, com apoio de Dove, VML e ESPM, explica como algumas histórias são eternamente adaptadas – e como elas geram negócios
Imagem de Chen por Pixabay
Sabemos que o sucesso de uma campanha depende da criatividade para criar histórias envolventes. Mas será que as narrativas publicitárias são assim tão diferentes? Encorada em antropologia, sociologia e psicologia, a BALT empreendeu um estudo longitudinal com campanhas que foram sucesso de mercado e crítica. O resultado demonstrou que a maioria delas gira em torno de 8 grandes “narrativas humanas” – histórias arquetípicas que circulam em diferentes culturas desde os primórdios da humanidade. Universais e existenciais, essas narrativas podem servir como poderosos drivers de comportamento e consumo. Mas se as mesmas histórias se repetem, por que algumas campanhas sustentam resultados mais duradouros?
Endereçando essas questões, o estudo foi enriquecido com dois painéis de debate reunindo anunciantes, agências e especialistas em marketing na ESPM. No primeiro, premissas em torno das narrativas humanas foram detalhadas a partir do estudo de casos da empresa mais premiada da história do Cannes Lions International Festival of Creativity, a Unilever. No segundo, contextualizamos o papel da Inteligência Artificial (IA) na criação de storytelling. Para essa empreitada, contamos com a colaboração de Thaís Hagge (Global VP de Marketing de Dove), Marianna Ferraz (Brand Manager de Dove) e Sumara Osório (CSO para Colgate-Palmolive Latam na VML e jurada da categoria Creative Strategy do Cannes Lions 2024), convidadas da BALT.
Muitos jeitos de contar a mesma história
O fascínio pelo proibido, a luta entre bem e mal; tensões do tempo e vida eterna, criador e criatura, pertencimento; identidade e lugar no mundo e o desejo de experimentar uma vida além do corpo. Essas são as grandes temáticas que estampam campanhas dos mais diversos setores, épocas e locais. Além de identificar e qualificar essas narrativas humanas, o estudo demonstrou como elas se desdobram em “narrativas culturais” – histórias historicamente localizadas que captam e traduzem o espírito do tempo.
Por exemplo: ao analisar questões de identidade e lugar no mundo, chegamos a uma série de campanhas que projetam um ideal de masculinidade. “É interessante ver como o apelo do cowboy foi construído e como deu lugar ao veterano de guerra ou ao businessman, até chegar a uma masculinidade mais smooth”, exemplifica Ana Holtz (BALT).
Outra narrativa humana, a atração pelo proibido, já era tema central na Ilíada e na Odisseia, os primeiros livros do ocidente. Milênios depois, em 1993, o tema aparece no anúncio “Umbigo” do Guaraná Antártica Diet, com a sensualidade do corpo masculino a um toque de distância. As provocações da Benetton nos anos 2000 foram emblemáticas desse mesmo fascínio por desafiar o status quo. Em 2014, a campanha “Like a Girl”, da Always, foi pelo mesmo caminho e se tornou uma das mais populares da história.
Além do storytelling
O sucesso de Dove comprova que boas ideias se fundamentam em pesquisa e estratégia. “Não é sobre surfar nas narrativas estabelecidas, nem sobre polemizá-las, simplesmente. A ideia de celebrar a Beleza Real não veio do nada, mas emergiu de uma das maiores pesquisas globais de comportamento já empreendidas.” contam Thais Hagge e Marianna Ferraz (Unilever).
Para Emmanuel Publio Dias (ESPM), a chave do sucesso de Dove é articular narrativas humanas e culturais na publicidade e além dela. Em nome de seus consumidores, Dove pressionou políticas publicas de mobilidade e inclusão de corpos diversos e se colocou contra o preconceito por tipo de cabelo (afro, branco etc.), influenciando a aprovação do CROWN Act em 2019 – a lei antidiscriminação por cabelo. Na última campanha, Dove assumiu o compromisso de não distorcer imagens de corpos humanos em sua publicidade e criou um banco de imagens de corpos femininos diversos e naturais que foi carregado em sistemas de busca vinculado ao termo-chave “mulher-bonita”.
“Dove congrega mulheres diferentes, mas afetadas pelos mesmos discursos e padrões de beleza. A marca articula questões muito atuais com pautas universais, como a identificação de grupo, a vontade de mudar o mundo e sentidos de singularidade.”, destaca Lucas (BALT). Usando os termos propostos por Sumara (VML), “temas timeless são tratados de forma oportuna e relevante, ou seja, timely”.
Por fim, o estudo considerou como tecnologias digitais estariam atuando na construção e circulação de narrativas humanas e culturais. Bias, preconceito e outros vieses de IA são questões em alta em Cannes, mas a aposta é que sejam fatores paulatinamente equacionados. A expectativa é que IA ofereça soluções positivas, práticas e ágeis para problemas cotidianos do marketing, como a personalização, o hypertargeting e o monitoramento das respostas do mercado.
Mas se IA é útil para monitorar e reconhecer padrões, pode ser menos efetiva para decodificar porque eles surgem e mudam. Na visão de Sumara (VML), gráficos e layouts podem ser feitos por automações, mas criatividade e estratégia seguem no domínio humano. Diante de um mar de dados e de um sem-fim de formatos e apelos similares, nada substitui o olhar humano.
Por fim, uma possibilidade inquietante: a inserção de anúncios em sonhos, enquanto dormimos, que tanto causou furor na última edição do Festival de Cannes. Embora exploratório, o exemplo lembra que, embora os anseios humanos sejam mais ou menos estáveis, a maneira como histórias circulam e nos afetam pode mudar consideravelmente com o tempo. “O conselho para as marcas é ficarem atentas ao que emerge na cultura e no mercado sem perder de vista o que é atemporal, aquilo que baliza quem somos e oferece sentidos à aventura humana na Terra.”, encerram Ana e Lucas (BALT).
SOBRE A BALT
A BALT é um hub de pesquisa, tendências e estratégia especializado em comportamento do consumidor. Marcas e consumidores são estudados partir de uma metodologia proprietária, ancorada em psicologia, sociologia e antropologia. Monitoramos as tensões culturais da sociedade, produzindo insights estratégicos e soluções criativas para ajudar marcas a prosperar em um mundo complexo, cada vez mais difícil de ser compreendido.
SOBRE A ESPM
A ESPM é uma escola de negócios inovadora, referência brasileira no ensino superior nas áreas de Comunicação, Marketing, Consumo, Administração, Economia Criativa e Tecnologia. Seus 12 600 alunos dos cursos de graduação e de pós-graduação e mais de 1 100 funcionários estão distribuídos em quatro campi – dois em São Paulo, um no Rio de Janeiro e um em Porto Alegre. Possui quatro unidades regionais em Florianópolis, Chapecó, Goiânia e Salvador. O lifelong learning, aprendizagem ao longo da vida profissional, o ensino de excelência e o foco no mercado são as bases da ESPM.
SOBRE DOVE
Dove começou sua história em 1957 nos EUA, com o lançamento do Beauty Bar, com sua mistura patenteada de limpadores suaves e ¼ de creme hidratante. A herança da Dove é baseada na hidratação, e não foram as promessas, mas sim as provas que permitiram à Dove crescer de um Beauty Bar para uma das marcas de beleza mais queridas do mundo.
As mulheres sempre foram nossa inspiração e, desde o início, estamos totalmente comprometidos em fornecer atendimento superior a todas elas e defender a beleza real em nossa publicidade. Dove acredita que a beleza é para todos e que precisa ser uma fonte de confiança, não de ansiedade. A missão de Dove é inspirar as mulheres em todos os lugares a desenvolver um relacionamento positivo com sua aparência e descobrir seu potencial de beleza.
SOBRE A VML
Resultado da fusão da VMLY&R e da Wunderman Thompson, a herança da VML é construída sobre mais de 300 anos de experiência e conhecimento combinados, onde a criatividade encontra a tecnologia. Nossa expertise abrange toda a jornada do cliente, oferecendo insights profundos em comunicações, trade, consultoria, CRM, CX, dados, produção e tecnologia. Nossa família global abrange mais de 28.000 funcionários em mais de 150 escritórios em mais de 60 mercados.
E aí muita gente pode perguntar: o que é prospecção mesmo?
Basicamente podemos afirmar que a prospecção é busca por novos clientes. Uma agência deve sempre buscar novas contas. E, normalmente, quem faz esse trabalho é o profissional de atendimento.
A palavra “Prospecção” vem do método empregado para localizar e calcular o valor econômico das jazidas minerais.
Prospectar clientes seque a mesma lógica, pois é uma técnica de vendas utilizada para encontrar e selecionar os potenciais clientes(chamados de prospects), que são os clientes que têm maior chance de comprar da empresa determinado produto/serviço e que possuem maior valor para a empresa.
E por que devemos prospectar?
Todas as empresas estão sempre perdendo alguns clientes e ganhando outros.
A prospecção de clientes é um hábito que deve ser cultivado. No começo pode ser um pouco mais difícil, mas aos poucos irá sendo incorporado ao cotidiano.
Ela é essencial para repor clientes perdidos e que desfalcaram a carteira da agência e para promover crescimento.
Como prospectar?
Primeira etapa: ENTENDER
1 -Análise do SEU negócio
quero crescer ou apenas repor clientes que deixaram a minha carteira?
quantos novos clientes consigo atender bem?
qual as potencialidades e exclusividades do meu negócio?
tenho capacidade instalada para crescer ou vou ter que ampliar estrutura e pessoas?
2 – Análise do SEU mercado
está crescendo, parado ou decrescendo?
há novos anunciantes?
quantos são seus concorrentes e como eles atuam?
há brechas? segmentos de mercado não atendidos ou despercebidos?
Segunda etapa: ESTRATÉGIA (o QTTC)
1 – Definir QUANTIDADE de novos clientes a serem buscados;
2 – definir em quanto TEMPO você quer conquistar essa quantidade de clientes
3 – definir TAMANHOS de clientes a serem buscados (por exemplo, você vai buscar 06 novos clientes, sendo dois de grande porte, dois de porte médio e dois de pequeno porte);
4 – definir COMO vai buscar estes clientes (são as ações que você desenvolverá para se aproximar de empresas e apresentar sua agência, como participar de feiras e congressos, dar palestras, participar de associações comerciais/industriais, ler publicações de negócios e economia, anunciar sua agência, pedir indicações aos já clientes e fornecedores e etc)
Fatores determinantes na prospecção em agências
1 – Contas de segmentos ainda não atendidos;
2 – Rentabilidade das possíveis novas contas;
3 – Visibilidade e prestígio que os novos clientes podem trazer.
Diante de inúmeras ferramentas de IA generativa, os profissionais que souberem escalar os dados vão se destacar da concorrência
*Por Alex Collmer – CEO da Vidmob
Para quem está atento, é evidente que o mundo está mudando rapidamente. Isso ocorre quando uma curva de desenvolvimento já exponencial (Lei de Moore) é multiplicada em 20 vezes, que é o novo ritmo de crescimento da computação de IA.
Ao analisar a situação, percebemos que, se já é quase impossível para uma pessoa acompanhar a velocidade com que as coisas estão mudando, é ainda mais desafiador para uma empresa. Mas, essa dificuldade não pode ser considerada uma desculpa. O momento é para que os profissionais de marketing comecem a pensar estrategicamente sobre o que – provavelmente – acontecerá e o que podem fazer para se prepararem para a mudança.
Após uma década de investimentos em dados primários de clientes e audiência que aprimoraram a capacidade de direcionamento de mídia, as principais plataformas de IA estão nivelando a maneira de se manter vivas no “game”. Em outras palavras, está se tornando mais difícil se diferenciar apenas por meio de estratégias de mídia. Isso levou a Meta, por exemplo, a reforçar seu slogan “Criatividade é o Novo Direcionamento” e o Google a aconselhar as empresas de que a criatividade poderá ser o único caminho para uma vantagem sustentável.
As ferramentas de IA generativa estão evoluindo rapidamente, semana após semana. São bilhões de dólares sendo investidos para avançar os recursos dessas tecnologias por empresas como Google, Apple, Amazon, Stability Labs, Adobe, Runway e muitas outras. Nesse ritmo, é difícil negar que, em breve, todos os profissionais de marketing do mundo poderão escolher entre uma ampla variedade de ferramentas de IA generativa para realizar qualquer tarefa de forma instantânea e gratuita. É o que chamamos de “infinito de conteúdo”. Esse futuro próximo permitirá que cada empresa ou profissional de marketing crie conteúdos com a qualidade técnica dos filmes hollywoodianos.
Nesse mundo de conteúdo infinito, o valor para os profissionais de marketing vai mudar. Quando todos tiverem o poder de produzir o que quiserem, a capacidade de escalar o conteúdo não será mais um diferencial valioso. Isso porque fazer o que todos fazem não é uma estratégia vencedora. Por exemplo, se 10 mil empresas do mesmo segmento tiverem os mesmos anúncios na Amazon, algumas delas terão melhores resultados de venda? Claro que não!
O objetivo do marketing é se destacar, superar as dificuldades e impulsionar os resultados de negócios de forma mais eficaz do que os concorrentes. Para isso, os profissionais de marketing precisam saber exatamente o que fazer para influenciar os comportamentos que importam para eles, como marca, plataforma, formato e público. É aqui que o valor se concentra. E a chave para isso são os Dados Criativos.
Para entender melhor os Dados Criativos, primeiro precisamos saber o que eles não são. Dados Criativos não são simplesmente a capacidade de usar modelos de visão computacional para obter tags sobre o que está acontecendo em um determinado anúncio. Representam a compreensão completa de todas as decisões criativas em cada um dos seus anúncios, combinada com todos os dados de resultados que os profissionais de marketing valorizam, abrangendo métricas de mídia, marca, atenção, vendas, modelos de marketing, impacto de carbono, entre outros.
Quando os profissionais de marketing combinam decisões criativas com dados de desempenho continuamente atualizados, obtêm-se os Dados Criativos. Não se trata apenas de saber o que está acontecendo nos anúncios, mas de entender como cada decisão criativa impacta os resultados que valorizamos.
Uma vez que os profissionais dominem os Dados Criativos, eles poderão ser aplicados para melhorar toda a cadeia de suprimentos de marketing. Desde o planejamento até a produção, a ativação de mídia e a medição. É importante estar preparado para o futuro. Com o nível na qualidade do conteúdo subindo para todos, o tomador de decisão no ecossistema do marketing estará mais empoderado com uma estratégia baseada em respostas precisas sobre o que funciona, o que não funciona e, sobretudo, o porquê.
*A Vidmob, The Creative Data Company, com seu software baseado em IA, melhora o desempenho criativo e de mídia, ajudando marcas e agências a desenvolverem suas próprias melhores práticas criativas personalizadas, garantindo que esses aprendizados sejam aplicados em todas as mídias veiculadas.