Social Commerce e o fim do funil tradicional de vendas: influenciadores e redes sociais estão transformando o e-commerce

*Por Felipe Attílio

O modelo tradicional de vendas, estruturado em um funil linear que vai da conscientização à conversão, está sendo rapidamente substituído pelo Social Commerce. Redes sociais, influenciadores e conteúdo gerado pelo usuário (UGC) estão reduzindo etapas na jornada de compra e tornando a aquisição de produtos mais orgânica, imersiva e instantânea.

Com o crescimento acelerado do TikTok, Instagram, YouTube e outras plataformas, o Social Commerce já movimenta trilhões globalmente. No Brasil, segundo dados da eMarketer, o volume de compras via redes sociais cresce a taxas superiores a 30% ao ano. O que antes demandava uma sequência de etapas – pesquisa, consideração, comparação de preços, avaliação de reviews e decisão de compra –, agora pode acontecer instantaneamente em um vídeo de poucos segundos.

As redes sociais transformaram-se em verdadeiros marketplaces. É possível fazer compras diretas por meio de botões de ações, transmissões ao vivo e catálogos integrados. Na China, o live commerce já está amplamente consolidado, com milhões de consumidores participando de vendas ao vivo diariamente. No Brasil, as plataformas ainda não disponibilizaram o serviço de forma massiva, o que torna esse formato mais incipiente por aqui. Mesmo assim, a tendência aponta para um futuro próximo onde influenciadores apresentarão produtos e, com um clique, o consumidor concluirá a compra sem sequer sair do aplicativo. A jornada de compra não é mais sequencial, é um ecossistema dinâmico com inspiração, influência e conversão.

Se antes os consumidores confiavam em publicidade tradicional e avaliações escritas, hoje, a recomendação de influenciadores tem peso decisivo na tomada de decisão. O storytelling envolvente e a interação com seguidores criam um vínculo emocional que acelera a conversão e coloca em xeque os tradicionais funis. Mais do que gerar cliques, eles encurtam a jornada de compra ao eliminar barreiras como desconfiança, necessidade de pesquisa aprofundada e hesitação.

Empresas estão adotando cada vez mais novas estratégias para potencializar o Social Commerce. O Live Commerce, popularizado na China e que já movimenta bilhões no ocidente, permite que marcas e influenciadores realizem vendas ao vivo, respondendo perguntas e demonstrando produtos em tempo real. A influenciadora chinesa Viya, por exemplo, alcançou vendas impressionantes em uma única live. Durante uma sessão de 14 horas, como parte da pré-venda para o Singles’ Day em outubro de 2021, ela vendeu produtos no valor de 8,5 bilhões de yuans. Esse montante equivale a aproximadamente R$ 6,7 bilhões, considerando a taxa de câmbio da época. No ano passado, outra influencer chinesa, a Zheng Xiang Xiang, ganhou mais de US$ 14 milhões, o equivalente a mais de R$ 93 milhões, em apenas uma semana, ao fazer publicidade de produtos de luxo na velocidade impressionante de três segundos. Marcas menores também têm conquistado resultados expressivos, com transmissões de poucos minutos gerando milhares de pedidos.

Outro ponto fundamental e bem interessante é o papel da inteligência artificial na personalização das experiências de compra. Plataformas como TikTok e Instagram estão refinando seus algoritmos para oferecer conteúdo cada vez mais direcionado. O que isso significa? O Social Commerce não é somente impulsionado por influenciadores, mas também por recomendações ultra-personalizadas, feitas com base no comportamento do usuário.

Diante de tudo isso, o que as marcas precisam fazer? Repensar seu posicionamento e adotar uma abordagem mais envolvente e interativa. Em vez de simplesmente criar anúncios para capturar leads, elas devem se tornar criadoras de conteúdo e facilitadoras de experiências que realmente conectem com o público. Isso envolve investir em formatos nativos que engajem organicamente, como reviews autênticas, demonstrações ao vivo e colaborações estratégicas com influenciadores. Além disso, a experiência de compra deve ser cada vez mais fluida, permitindo checkouts diretos dentro das plataformas para minimizar abandonos de carrinho – ponto ainda em desenvolvimento no Brasil. A construção de comunidades e a promoção da interatividade entre consumidores também desempenham um papel fundamental, criando espaços onde as pessoas possam trocar opiniões e fortalecer a autenticidade da marca.

O Social Commerce é a próxima fase da evolução do varejo digital. A interseção entre redes sociais, influenciadores e compras imediatas está transformando o comportamento do consumidor. O futuro do e-commerce está na experiência integrada, na autenticidade das interações e na rapidez da conversão, o que permite com que as marcas construam conexões reais e duradouras com seu público.

*Felipe Attílio é Head de Comunicação & Marketing do E-Commerce Brasil

9 a cada 10 brasileiros evitam comprar de marcas que não consideram seguras, revela Serasa Experian

Pesquisa da datatech revela que marketplaces são os canais preferidos para compras online; apenas 12% dos brasileiros utilizam as redes para este fim

As compras online já fazem parte do cotidiano dos brasileiros, mas a preocupação com segurança digital e o risco de sofrerem uma fraude tornam o consumidor cada vez mais seletivo. Segundo pesquisa do Relatório de Identidade e Fraude da Serasa Experian, primeira e maior datatech do Brasil, 87% dos consumidores afirmam que é pouco ou nada provável que comprem de marcas que não consideram seguras. Além disso, 76% estariam dispostos a pagar mais por essa garantia — um aumento de 14 pontos percentuais em relação ao ano anterior. O levantamento também revela os canais mais utilizados e os critérios mais valorizados nas compras digitais.

Os marketplaces são o principal canal de compras digitais no Brasil, sendo a preferência de 71% dos consumidores. Na sequência, aparecem os sites de lojas e os aplicativos oficiais, já tradicionais no comércio digital. As redes sociais, por sua vez, têm baixa representatividade nesse cenário, utilizadas por apenas 12% dos consumidores para realizar compras online. A seguir, veja o gráfico completo sobre a preferência de canais:

Segurança e privacidade: critérios inegociáveis na compra online

Na hora de decidir por uma compra online, os consumidores colocam segurança (91%) e privacidade (89%) como critérios essenciais. A boa experiência e a conveniência vêm em seguida, com 86% e 81,4% respectivamente, demonstrando que a experiência fluida também é valorizada — mas não a qualquer custo. Segundo a pesquisa, mais de um terço dos consumidores afirmam não deixar seus dados salvos em sites ou aplicativos, nem utilizam a função “comprar com um clique”, indicando que temem por vulnerabilidades nas plataformas.

“O consumidor está cada vez mais confortável no ambiente digital e busca, sim, conveniência, mas com cautela. A pesquisa mostra que, ao mesmo tempo em que há uma ampliação das atividades online, há também uma consciência maior sobre os riscos. É por isso que segurança e experiência precisam caminhar juntas, reforçando o papel imprescindível das empresas e marcas que atuam no segmento de investir em tecnologias de proteção em camadas, garantindo a melhor performance contra fraudes sem criar fricção na jornada de compras”, afirma o Diretor de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian, Caio Rocha.

Fonte: Edelman – Julia Belioglo

Retail Media: quais os benefícios para as empresas?

Por Renan Cardarello*

O que sua empresa faz de diferente para atrair e reter cada vez mais consumidores? Atingir essa meta, em um mercado altamente competitivo, pode ser uma grande pedra no sapato de todo empreendedor. Mas, existem estratégias que estão se destacando e se mostrando fortemente benéficas neste sentido, como o Retail Media. Seu foco de divulgação no varejo pode elevar, significativamente, a conversão crescente de leads e aumento da produtividade, mas deve ser muito bem planejada para atingir este fim.

Em sua definição, essa estratégia de marketing se refere ao ato de utilizar marketplaces e marcas de varejo, principalmente seus sites, como um local para apresentação da marca ou produtos, seja isso realizado por anúncios patrocinados dentro da página de resultados de busca, banners em categorias de produtos ou, até mesmo, anúncios na página home. Nesse sentido, cada varejista determinará o valor cobrado pela divulgação, o qual também utilizará seu banco de dados para realizar a segmentação dos anúncios, de forma que sejam direcionados para um público-alvo específico.

Segundo uma pesquisa realizada pela Enext em parceria com a Newtail, 79% das empresas que contribuíram com seus dados acerca do tópico já investem em Retail Media, reconhecendo o modelo como uma forte tendência dentro da área de publicidade e marketing. E, não faltam motivos que justifiquem tamanho crescimento deste movimento.

Do ponto de vista legal, com a criação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), a forma como o marketing digital coletava seus dados para conseguir entender o comportamento dos consumidores por meio de seus históricos de navegação se tornou bem complicada. Houve um grande impacto no âmbito de mídia paga, que estava acostumada a ter vários dados dos consumidores de forma mais “fácil e prática”, o que mudou com a vigência da Lei.

Para ajudá-las neste compliance sem prejuízo à coleta e análise de dados, o Retail Media começou a se destacar por apresentar dados first party (informações coletadas diretamente no site), além de funcionar como um filtro, uma vez que a pessoa que está em um site de varejo demonstra, claramente, interesse em algum produto.

Junto a isso, tivemos também uma forte mudança nos hábitos dos consumidores ao realizar compras online, a qual foi amplamente sentida nos últimos anos. Na prática, ao invés de buscarem pelos produtos desejados no buscador geral, muitos começaram a preferir acessar os sites oficiais das marcas para esta seleção. Isso foi comprovado em um estudo da PowerReviews, o qual trouxe os dados de acesso dos usuários a algumas das principais plataformas do mercado para este sentido: Amazon (50%), Google (31.5%), varejo ou sites de marcas (14%), sites de análise (2%) e redes sociais (2%).

Se analisarmos, ainda, o aumento nos valores de anúncios dentro do Google e da Meta, maior concorrência na utilização de palavras-chave nos buscadores, optar pelo investimento em divulgações nas plataformas de varejistas e marketplaces que, naturalmente, detêm uma grande força de marca na consciência das pessoas, bem como uma logística muito otimizada, pode trazer resultados melhores na visibilidade e destaque competitivo.

Para incentivar ainda mais o campo do marketing e publicidade a utilizar de seus espaços disponibilizados, os detentores destas plataformas chegam a criar ferramentas que possibilitam a análise contínua das campanhas, checando dados que também são apresentados nas outras plataformas como Google Ads e Meta Ads.

Tudo isso faz com que o Retail Media venha se tornando amplamente investido no mercado e, de fato, uma opção estratégica para a conquista de melhores resultados, acompanhando o movimento dos consumidores em buscar os produtos desejados diretamente nos sites de suas marcas. Aquelas que apostarem nesta ação, certamente tenderão a colher frutos maduros para vender cada vez mais.

*Renan Cardarello é CEO da iOBEE – Assessoria de Marketing Digital e Tecnologia.

APP Vale do Paraíba mira o futuro do varejo em sua próxima Live

“O Futuro do Varejo, o Varejo do Futuro” é o tema da Live que será realizada pela APP (Associação dos Profissionais de Propaganda) RM Vale do Paraíba no dia 24 de agosto de 2021, às 19h.

O objetivo é entender melhor esse cenário, onde o varejo passa por uma grande reinvenção para atender o exigente consumidor atual, carente de boas experiências e que deseja ir além de apenas adquirir um produto.

Para debater os desafios de marketing e publicidade, além das tendências para o setor, a APP convidou dois especialistas no assunto:

 Helenice Moura, Presidente do Comitê de Líderes de E-commerce SP e Co-fundadora da “A Liga Digital”.
 Christian Magalhães, Head de Marketing do Grupo AD Shopping, maior administradora independente de shopping centers do país.

“O tema veio ao encontro do papel determinante que o varejo tem no mercado, principalmente no interior. Hoje as empresas do segmento são foco de atenção e estudo de grande parte do mercado publicitário. Vamos debater as novidades, os marketplaces, comunidades em torno das marcas, omnichannel, experiência do consumidor, e-commerce e tantos outros assuntos que fazem do varejo uma grande oportunidade para os profissionais de marketing”, disse Josué Brazil, integrante da diretoria da APP, professor e diretor do Departamento de Comunicação Social da Unitau (Universidade de Taubaté).

Para participar da Live, que será mediada por Beto Rezende , Diretor de Marketing da Acit (Associação Comercial e Industrial de Taubaté) e sócio da Box28 Marketing, basta acessar o link na BIO do Instagram @apprmvaledoparaiba.

Revolução do comércio inteligente. Segundo pesquisas recentes da consultoria inglesa Juniper, quase 90% das maiores companhias do varejo apontam o uso de soluções analíticas como uma prioridade de seus planos para o futuro. O estudo indica que, até 2022, serão investidos mais de U$ 7,3 bilhões no desenvolvimento de ferramentas baseadas em Inteligência Artificial, Big Data e automação de processos para o setor varejista, gerando mais de 25% de redução nos custos de operação e até U$ 340 bilhões em vendas.

Associação dos Profissionais de Propaganda RM Vale do Paraíba. A APP busca promover a troca de experiências entre os diversos atores que formam o mercado da publicidade regional, a qualificação profissional, a identificação de oportunidades e dar representatividade ao segmento nas esferas públicas e privadas.

Fonte: Assessoria de Imprensa da APP Vale do Paraíba – Bianca Toti