Os fatores de comunicação e marketing que mais se destacam

Intensivão de VUCA

por Josué Brazil

Tenho ouvido, assistido e lido muita coisa sobre comunicação e marketing neste período difícil de isolamento social e luta contra a pandemia de Covid 19.

É muito conteúdo bom. Lives, podcasts, webinares, artigos e textos. Separei algumas coisas que estão aparecendo com constância e com as quais concordo.

1 – Posicionamento e/ou propósito – empresas e marcas que já tinham um propósito claro e bem definido e que o praticavam, estão em posição de vantagem. Quem adaptou ou reposicionou seu posicionamento/propósito mantendo-o verdadeiro e válido para o cenário de crise também saiu na frente e colhe e colherá frutos.

2 – Digitalização – quem já estava com os dois pés fincados no mundo digital enfrentou um pouco menos de dificuldades. Quem estava em processo de transformação digital e conseguiu acelerar de modo minimamente organizado também;

3 – Empatia – esse parece ser o item fundamental e definitivo desta crise. Praticar empatia pra valer, de verdade. Entender que na outra ponta há pessoas. Entender suas necessidades e aflições. Apoiar. Explicar. Colaborar.

4 – Customização – de tudo: serviços, produtos, distribuição, embalagem, atendimento, marketing e comunicação. Entender para atender. Dados aqui são importantes. Muito importantes. O consumidor seguirá sendo exigente depois da crise. Ele vai entender que as marcas podem e devem fazer mais.

5 – Verdade, transparência, ética – precisa mesmo explicar? Discurso falso ou atitudes contraditórias levam e levarão à rejeição.

Muitas outras coisas importantes e interessantes têm sido colocadas e discutidas. Essas, na minha modesta opinião são aquelas que se destacam. O fato é que o momento é de um repensar constante apoiado numa contínua análise de como as coisas estão se desenrolando. É um intensivão de compreensão do cenário VUCA (Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade) no qual o mundo já estava inserido.

Empresas devem ser influenciadoras

Empresas precisam atuar mais como influenciadoras na era da Transformação Digital

“As pessoas estão procurando marcas e produtos que tenham ligação com suas próprias causas. Como as empresas devem se preparar para corresponder a estas expectativas?”,questiona Raíssa Garifalakis, Business Strategy Designer do CESAR, durante palestra “O Novo consumidor: conectado e em rede”, na HSM Expo 2019. Para a especialista, as compras são cada vez mais motivadas pelo aspecto emocional, e quem não começar desde já a aprender como se movimentar neste novo cenário corre sério risco de perder a relevância.

Raíssa Garifalakis, do CESAR, Bia Granja, da YouPix, e Laureane Cavalcanti, da DeepDive (Foto: Rodrigo Rodrigues/Divulgação)

Segundo a fundadora da DeepDive, Laureane Cavalcanti. um dos primeiros passos que precisam ser dados é agir rapidamente para obter uma definição clara sobre a essência da marca. Aquilo que é sua verdadeira causa. Quando isso fica claro, não só o consumidor, mas também os colaboradores, quando são contratados, já entram com vontade de defender a causa juntos. “Essa é uma preocupação que já começa a tomar conta da agenda dos altos executivos e executivas das companhias”, disse.

Hoje em dia a verdade sempre aparece

Mas de nada adianta ter um discurso engajado por fora e não praticar aquilo internamente. “Tenho conversado com muitas empresas que afirmam querer fazer estratégias de comunicação defendendo algum tipo de causa sensível. Quando isso acontece normalmente eu pergunto: mas como esse tema é trabalho dentro da companhia? Vocês já atuam da maneira que querem que as pessoas atuem? Neste momento a resposta muitas vezes é: não. Isso nós ainda não fazemos. Neste caso a orientação é: então não faça essa comunicação, porque hoje em dia a verdade sempre aparece”, destaca a cofundadora e CCO da YOUPIX, Bia Granja.

A especialista pondera que, para se conectar ao novo consumidor, as empresas precisam atuar verdadeiramente como influenciadoras, e isto significa ser relevante na vida da pessoa ao ponto de ela promover mudanças em seu comportamento em função do conteúdo que a marca oferece.

Na construção de branding estão caindo os conceitos de B2B e B2C. “Agora, praticamente todas as relações se integram a uma abordagem P2P. É de pessoa para a pessoa. Mesmo quando envolve apenas empresas, de fato, na prática, trata-se de uma pessoa falando com outra pessoa. Sendo assim, as relações pessoais voltam a ser relevantes para a estratégia”, adverte Laureane.

Em sua avaliação as empresas sempre tiveram um comportamento de ditar as regras. Elas determinavam o preço e como seria o produto. “Isso não será mais assim”, sentenciou. “Por isso, não adianta querer fazer transformação digital se a companhia nunca teve nem relacionamento com as pessoas por meio das redes sociais. A customização é fatal e será necessária, mas não dá para se atrever a oferecer conteúdo customizado se você não tiver conhecimento do consumidor”, completou, declarando que precisa haver bom senso.

É preciso ter plena certeza se a pessoa que vai receber o conteúdo tem algum interesse real sobre a sua marca. “Ninguém quer mais ter uma caixa de e-mail com mais de mil mensagens não lidas porque empresas que nunca ouvimos falar ficam nos mandando promoções de produtos nos quais nós não temos o menor interesse”,pondera a executiva.

As organizações, contudo, não podem cair na tentação de colocar suas necessidades em primeiro lugar. “Investir em esforços para agradar investidores, se posicionar para uma situação agradável na imprensa. Isto tudo já teve o seu valor, mas estamos em um novo tempo”, sentencia.

As empresas precisam ouvir as pessoas

Bia destaca que 84% das conversas que as pessoas têm atualmente não são detectadas por nenhum tipo de mecanismo de buscas. Elas são feitas em ambientes independentes como grupos de Whatsapp e outras plataformas. Assim, fica cada vez mais difícil monitorar o que os consumidores estão falando sobre as empresas.

“Algumas companhias já estão usando inclusive o conceito de morning briefings, no qual são feitas reuniões diárias e as pessoas trazem informações sobre os temas em que estão envolvidas. Se as empresas não circulam nestes meios, as pessoas estão circulando. Então as empresas precisam ouvir as pessoas”, explica.

Fonte: Compliance Comunicação – Assessoria de Imprensa – Ana Carol Cortez

Hora e vez do Data-Driven Marketing

Data-Driven Marketing: por que é o momento de adotar a estratégia

por Cristian Townsend, fundador e CEO da Osorno Analytics, startup de Account-Based Marketing, Big Data e Inteligência Artificial, com foco em Marketing e Vendas

Seu negócio é moldado por dados. Pelos dados internos de desempenho de cada área. Dados de mercado e tendências do seu segmento. Dados sobre o conteúdo que seu cliente consome antes de decidir entre você e um concorrente. E se você não domina esses dados, seu negócio vai ser moldado por quem os domina. Esta é a premissa por trás do conceito de Data-Driven: tornar sua empresa mais competitiva através da habilidade de tomar cada vez mais decisões baseadas em dados.

O conceito não é novo. Com certeza você já recebeu uma sugestão de compra baseada em suas pesquisas online ou no seu histórico de compras. Mas em vendas B2B o desafio é maior. O cliente não é sensível a promoções, não existe apelo de compra por oportunidade, o ciclo de vendas é longo e depende de vários decisores de diferentes áreas.

No mercado B2B, estamos hoje em uma janela de oportunidade para adoção de estratégias Data-Driven. A tecnologia existente capaz de tratar a complexidade das vendas B2B de forma confiável está mais acessível. Mas ainda é nova o suficiente a ponto de não haver empresas se destacando em seu uso.

Estratégia Data-Driven:

Comece pequeno
Mudar toda sua estratégia de Marketing e Vendas de uma vez é receita para o fracasso. Eleja um universo menor como um canal, uma linha de produtos ou um segmento de clientes. Você terá menos pessoas envolvidas na mudança e terá respostas mais rápidas sobre o que funciona e o que é perda de tempo.

Dê o exemplo (ou estratégia top-down)
Não espere que a estratégia seja integralmente conduzida pela equipe que cuida do dia-a-dia das vendas. A alta direção da empresa deve estar engajada com a mudança e ciente de que os primeiros resultados podem ser decepcionantes. Se não houver acompanhamento ou se a cobrança por resultados de curto prazo for muito alta, as equipes rapidamente voltam a operar da forma que já estavam acostumadas.

Derrube as barreiras entre Marketing e Vendas
Mais lead é igual a mais vendas, certo? Nem sempre. Mais leads também significa mais esforço de qualificação e, geralmente, uma menor taxa de conversão. Vendedores não gostam de perder tempo com o que não dá dinheiro. Bastam poucas reuniões não qualificadas para eles perderem o interesse nos leads vindos de marketing. Este deve ser capaz de passar a vendas o lead que ela quer. E vendas não deve ser apenas um cliente interno de marketing, mas deve estar envolvida nas definições da estratégia e ser co-responsável em melhorar a qualidade deste lead.

O trabalho integrado dessas equipes deve levar em consideração dois objetivos básicos:
– Não gastar recursos (financeiros ou humanos) em leads que não estão disponíveis ou qualificados para comprar
– Ser capaz de identificar os primeiros sinais de que um lead deixou de ser alguém “apenas fuçando” e tornou-se um lead qualificado e disponível para consumir seus produtos e serviços

Tendo as respostas que se espera, os objetivos a serem atendidos e a equipe preparada; podemos seguir com o aspecto tecnológico de uma estratégia Data Driven.

Não é uma demanda de TI
Seu departamento de tecnologia pode ser um grande aliado para avaliar ferramentas de mercado. Mas ele não irá além do aspecto técnico. Deixe a cargo deles apenas as questões de integração e performance. Só o time que define a estratégia é que pode avaliar se uma ferramenta tem capacidade de atender aos objetivos da empresa. Não se encante com a ferramenta. Escolha a melhor tecnologia sempre considerando o quanto ela é aderente à sua estratégia e o quanto pode contribuir para seus objetivos.

Transformação digital
75% da decisão de compra ocorre antes de o cliente entrar em contato com um fornecedor. Seu cliente estuda por conta e você deve ajudá-lo a se educar. Você precisa ser capaz de identificar quando e como seu cliente consome conteúdo e qual o melhor momento para abordá-lo.

Saneamento da base de dados
Provavelmente seus dados não estão prontos para te entregar insights. Eles podem estar desatualizados, duplicados ou até serem insuficientes. Mas não se preocupe, seus concorrentes enfrentam o mesmo problema. Você pode enriquecer seu CRM com uma base comprada. Mas isto é uma medida paliativa; você ainda precisa de uma política interna para manter seus dados saneados, ou logo terá problema novamente.

Data Driven não é Analytics
Ferramentas de Analytics são importantes. Elas ajudam a entender o que está acontecendo e a otimizar o seu negócio. Para tornar-se uma empresa Data Driven, sua tecnologia deve ir além do “medir, testar e avaliar”.

Trabalhe insights e busque perguntas que pareciam impossíveis de serem respondidas:
– Qual os 100 melhores leads do meu CRM? Porque eles são os melhores?
– Quais as chances de eu fechar esta oportunidade se eu der um desconto? E se eu não der?
– Existe algum segmento que nunca atuei, mas que tenha grande potencial de compra?
– Em quais clientes eu posso fechar uma oportunidade mais rapidamente?
– Qual produto pode ser mais interessante para esta conta que nunca tive contato?

Faça do seu jeito
Por fim, tenha em mente que não existe uma fórmula pronta. Nenhum passo-a-passo vai ser 100% aderente ao negócio. Entenda como os seus clientes e seus funcionários respondem às estratégias adotadas e não tenha medo de ajustá-las quantas vezes for necessário. Data-Driven não é um processo, é um mindset.

Livro Vantagem Digital apresenta instrumentos práticos para “dinossauros” se destacarem na Era Digital

Autor Rafael Sampaio aborda a importância do papel da liderança no processo de transformação digital

Para se manter competitivo no mercado, mais do que nunca, é preciso encarar de frente o processo de transformação digital. Mas como fazer isso?

De um lado, temos companhias forjadas sobre os princípios e práticas de administração, cunhadas na Revolução Industrial, com estruturas rígidas e alta capacidade de prever resultados. De outro, temos empresas de base tecnológica, maleáveis, que abraçam incertezas e desafiam o status quo da ciência da gestão. Não à toa, o primeiro grupo foi chamado de Dinossauro e o segundo de Unicórnio. Mas seria possível as “dinossauros” se tornarem algo diferente? Foi essa inquietação que motivou o autor, Rafael Sampaio, a escrever o livro Vantagem Digital – Um guia prático para a transformação digital.

A publicação é dividida em cinco capítulos: Vantagem Digital, em que o autor apresenta sua visão sobre as forças e movimentos que estão moldando a Era Digital; Tecnologias Transformadoras, dedicado a investigar as tecnologias transformadoras que estão mudando radicalmente o mundo da forma que conhecemos e aborda a tecnologia na perspectiva estratégica; Um novo olhar para a estratégia, capítulo que discute como produzir valor na Era Digital para a empresa e para seus stakeholders; DNA Digital, traz a análise das práticas usadas pelas empresas digitais, ajudando o leitor a reconhecer a que distância a empresa está do DNA Digital e que características precisará priorizar para amadurecer digitalmente e Cultura, Execução e Pensamento Estratégico, que reúne os demais conceitos dos capítulos anteriores de modo a racionalizar a jornada de transformação digital da empresa.

“O propósito do livro é compartilhar com os leitores um produto de minha vivência internacional como empreendedor, executivo e conselheiro de empresas de tecnologia. Considero que este seja um guia fundamental para as empresas prosperarem na próxima década”, explica Rafael Sampaio, autor do livro e um dos pioneiros no movimento de incubadoras de startups e de formação de empreendedores no Brasil.

O livro Vantagem Digital – Um guia prático para a Transformação Digital está disponível para a compra online aqui  e também nas principais livrarias do país.