A evolução da OOH para além dos outdoors

Por Carlos Santana*

Imagem de StockSnap por Pixabay

Há uma verdade importante que percorre o mercado publicitário atual: as pessoas estão se cansando dos anúncios online. De acordo com o infográfico da GlobalWebIndex, quase metade dos consumidores bloqueia anúncios na internet. E, em meio ao cenário de intolerância quanto à divulgação excessiva de produtos e serviços no digital, a publicidade out of home (OOH) – ou fora de casa – tem sido uma ferramenta poderosa para as marcas alcançarem públicos-alvo, proporcionando uma presença tangível e impactante em locais estratégicos.

A OOH transmite uma sensação de permanência e prestígio, diferentemente dos anúncios online, que podem ser ignorados, pulados ou até bloqueados. Ao ocupar espaços físicos de grande circulação, esse tipo de publicidade reforça a confiança do público na marca, estabelecendo uma conexão duradoura.

A evolução do método ao longo das décadas tem sido notável, com a diversificação de formatos e a incorporação de tecnologias. A essência de estar onde as pessoas estão permanece, mas a criatividade e a adaptação às demandas do mercado impulsionaram a estratégia para além dos tradicionais outdoors, abrindo caminho para uma variedade de modelos que atendem diferentes necessidades e objetivos de comunicação, tornando a OOH uma opção cada vez mais assertiva.

Ultrapassando os movimentos convencionais, a mídia OOH expandiu as fronteiras da publicidade para locais e contextos inesperados, integrando-se de forma orgânica ao cotidiano das pessoas, como as ações personalizadas e inseridas em aeroportos e metrôs, com o objetivo de criar conexões impactantes em momentos específicos da jornada do consumidor.

As intervenções estáticas, por sua vez, também se demonstraram limitadas nos últimos anos, trazendo a experiência como um potencial competitivo para as campanhas de publicidade. Imergir no universo do projeto com o público faz com que as pessoas se lembrem da marca, reforçando o relacionamento com o consumidor e resultando em originalidade – um requisito importante e raro no mercado atual. Isso pode acontecer por meio de visuais 3D ou inserção de recursos sonoros e interativos.

Essa diversificação de formatos reflete a capacidade da indústria de se reinventar e se adaptar às mudanças no comportamento e no cenário de mídia. Ao evoluir oferecendo opções que vão além dos outdoors tradicionais, a OOH permite que as marcas explorem novas abordagens, alcancem diferentes públicos e integrem a publicidade a ambientes relevantes. Inserir a aderência do cliente em primeiro lugar nas ações é o melhor caminho para conectar marcas ao mundo real de maneiras verdadeiramente impactantes.

*Carlos Santana é CEO e fundador do grupo Mídia 10

Mais do que um logotipo: o papel do branding na conversão de clientes

Por Mateus Tamborlin*

Foto: Jeann F. Mette
Mateus Tamborlin

As estratégias de branding costumam ser associadas apenas à consciência sobre uma marca, situação cunhada na publicidade com o termo “awareness”. Esse conceito define uma marca que é corretamente reconhecida pelos consumidores. É claro que este é um dos principais objetivos da comunicação de um produto ou serviço, mas não podemos esquecer que o branding vai muito além disso.

Confiança, familiaridade e reputação são pontos-chave para uma venda bem-sucedida. Nesse sentido, o branding desempenha seu papel na parte de conversão do funil de vendas.

Um bom branding comunica características que influenciam o consumidor a tomar a decisão de compra. Uma marca conhecida por ter qualidade e excelência terá uma vantagem competitiva para atrair novos clientes quando comparada aos concorrentes. Dessa forma, a reputação e a percepção de qualidade andam de mãos dadas.

Uma pesquisa desenvolvida pela empresa Guia dos Melhores retrata essa realidade que pode ser vista na prática: para 53% dos consumidores, a identidade da marca — que vai além da identidade visual e inclui também o posicionamento e valores — é um fator relevante para a compra.

Entre os entrevistados da pesquisa, 27% consideraram essa questão como importante na escolha do produto e 26% garantiram que só consomem marcas com as quais se identificam.

Uma das possibilidades de fortalecimento do branding com esse foco está na produção de conteúdo. Segundo uma pesquisa do Instituto de Marketing de Conteúdo, pequenas empresas com blogs conseguem 126% a mais de crescimento de leads, um importante passo para a conversão.

Uma boa estratégia de marketing digital, com anúncios em redes sociais e desenvolvimento de conteúdo orgânico também ajuda a fazer essa audiência olhar para a marca e ainda possibilita um acompanhamento e análise dos resultados.

No fim, o que os empreendedores e empresários buscam é o crescimento do negócio. Um branding bem executado auxilia criando conexões entre os consumidores e a marca e construindo uma base sólida. Assim, mais do que apenas um logotipo bonito, o branding é uma estratégia para a conversão de clientes e o crescimento da empresa.

*Mateus Tamborlin é publicitário e gerente de Estratégia de Comunicação e Marca da agência Seven Comunicação Total, de Blumenau (SC)

Estudo aponta dez pontos de atenção para marcas e profissionais em 2023

Estudo de Flavio Ferrari, professor especialista em cenários futuros da ESPM, aponta estratégias e estimular o pensamento à inovação

O estudo “Thinker’s Insight Points 2023”, produzido por Flavio Ferrari, professor de Análise Estratégica de Cenários Futuros da pós-graduação da ESPM e criador do hub SocialData, apresenta dez principais pontos de atenção para 2023 e que podem ajudar no planejamento estratégico de marcas e planos de carreira para profissionais. O estudo reuniu pensadores de diversas áreas, entre elas comunicação, tecnologia e inovação, que utilizaram a metodologia Future Castells’ Stones (FCS), que propõe a observação do mundo a partir de nove marcos definidos para avaliar as motivações para transformação, as influências do contexto e as consequências das possíveis mudanças. Também houve 140 entrevistas, análises de redes sociais por meio da ferramenta Stilingue Trends e sites de notícias.

Os dez TIPs destacados são Imediatismo, Incerteza, Tecnologias, Habilidades, Confiança, Inovação Aberta, Liderança, Oportunidades, ESG e Custo Brasil, observados em um cenário sem interferências graves como desastres ambientais, conflitos geopolíticos e econômicos ou colapso de cadeia de suprimentos. “São temas, questões, movimentos, percepções, necessidades ou preocupações para o ano. É um exercício que tem como objetivo balizar estratégias e estimular o pensamento de equipes dedicadas à inovação, facilitando o desenho de possíveis cenários futuros”, diz.

De acordo com a análise, o Imediatismo tem foco na sobrevivência instantânea, com pessoas desejando segurança, empresas preocupadas com resultados e governo em busca de estabilidade. O TIP Incertezas traz os cenários econômico e político instáveis e os conflitos geopolíticos prejudicando o planejamento a longo prazo. As Tecnologias entram para entreter a sociedade e gerar oportunidade de negócios, e segurança da informação é uma preocupação (vulnerabilidade).

O estudo indica que a instabilidade no mercado de trabalho e os profissionais receosos em perder espaço para a Inteligência Artificial geraram o TIP Habilidades. Elas estarão cada vez mais relacionadas à gestão de recursos tecnológicos e humanos. E Confiança é o ativo mais escasso do momento e por isso valorizado em 2023.

O World Economic Forum (WEF) 2023, realizado em Davos, na Suíça, ressaltou a importância da colaboração e reforça o TIP da Inovação Aberta, que traduz a importância da conexão entre empreendedores, investidores, especialistas e outros parceiros para enfrentar desafios.

Três soft skills foram também citadas como principais pontos de Liderança. Criatividade para inovar, humanidade para engajar e ética para gerir o negócio. A idade volta a ser associada à experiência e à estabilidade emocional e profissionais mais velhos podem recuperar espaço no mercado de trabalho – contraponto ao idadismo.

Oportunidades mostram que alguns setores devem ser mais demandados, como Defesa, Energia, Saúde, Tecnologia e Turismo. Sobre ESG a pesquisa aponta que embora o termo esteja presente nas pautas corporativas, não necessariamente haverá ações concretas em 2023, um ano mais imediatista.

O décimo TIP, Custo Brasil, indica um ano de negociações devido ao cenário político e econômico – pressão para reforma tributária, incentivos fiscais e crédito facilitado.

“Percorrer o caminho das pedras é um processo que estimula a identificação de potenciais transformações e as submete a um filtro de realidade, permitindo elencar as que terão maior probabilidade de se concretizar”, diz Ferrari.

Fonte: NovaPR – Flávia Nakamura

Mídia tradicional é confiável para 23% dos brasileiros, revela Ipsos

Pesquisa foi realizada no Brasil e em outros 28 países; Governo ficou na última posição

Dados da edição mais recente do “Monitor Global de Confiança”, feito pela Ipsos, revelam que as empresas de tecnologia e do setor farmacêutico são as que mais despertam confiança entre os brasileiros. Ao todo, nove setores da economia foram avaliados no Brasil e em outros 28 países. O Governo registrou o índice mais baixo.

As empresas de tecnologia (exceto as empresas de redes sociais, avaliadas separadamente) são consideradas confiáveis por 39% dos brasileiros entrevistados, índice acima da média global (34%). Os países que atingiram maior nível de confiança neste segmento são Malásia (56%), Índia (55%) e Arábia Saudita (51%). Já França (23%), Holanda (23%) e Grã-Bretanha (22%) registraram os menores.

Os demais segmentos avaliados foram: indústria farmacêutica, instituições bancárias, indústria automotiva, companhias de óleo e gás, empresas de redes sociais, serviços públicos, governo e mídia tradicional.

Indústria farmacêutica

Consideradas confiáveis por 38% dos brasileiros, as companhias que produzem medicamentos e ocupam a segunda colocação no ranking. O percentual está acima da média global (31%) e é o sexto maior entre os 29 países que integram a pesquisa. A Malásia registrou o maior índice (55%) e o Chile (12%), o menor.

Serviços bancários e indústria automotiva

Na terceira posição, empatadas, estão as instituições bancárias e a indústria automotiva, ambas tidas como confiáveis por 30% dos respondentes do Brasil, nível acima da média de todos os países que participam do levantamento – 28% para bancos e 27% para fabricantes de automóveis.

Os chineses são os que mais confiam nos bancos de seu país (63%), enquanto os espanhóis têm o menor nível de confiança nas instituições financeiras (13%). Já a indústria automotiva é considerada confiável por 50% das pessoas na Malásia e apenas 14% dos habitantes da Suécia, maior e menor índices para este segmento, respectivamente.

Mídia

O Brasil registrou o quinto maior índice de confiança na mídia tradicional entre as nações pesquisadas: 23% dos entrevistados no país confiam nos jornais impressos, revistas, emissoras de rádio, TV e portais de notícias. A Arábia Saudita atingiu o maior índice (37%) e a Grã-Bretanha, o menor (9%). A média global é de 19%.

Já as empresas de mídias digitais, que administram redes sociais na internet, além de aplicativos de trocas de mensagens, por exemplo, são consideradas confiáveis por apenas 19% dos brasileiros – índice um pouco acima da média global (17%). Juntas, Malásia e Índia lideram o ranking de confiança nestas empresas (33%). O menor percentual foi registrado entre os franceses entrevistados (8%).

Governo

Levando em conta os entrevistados de todos os países que participam do “Monitor Global de Confiança”, dois em cada dez (20%) afirmam que o Governo de seu país é confiável. O Brasil tem um dos cinco piores índices de confiança no governo entre os países pesquisados: apenas 14% dos brasileiros entrevistados confiam no seu governo. Os maiores níveis de confiança foram identificados na Alemanha (31%) e na Holanda (30%); já os mais baixos estão na Colômbia (8%) e no Peru (9%).

Outros setores

A Ipsos também mediu o nível de confiança em outros dois setores da economia: serviços públicos e companhias de óleo e gás. Para 24% dos brasileiros, os serviços públicos são confiáveis – abaixo do índice global (28%). A confiança nas companhias de óleo e gás no Brasil (21%) também está um pouco abaixo da média dos países que integram o levantamento (22%).

Sobre a pesquisa

Entre os dias 25 de junho e 9 de julho de 2021, a Ipsos entrevistou 21.503 adultos on-line, com idades entre 16 e 74 anos, de 29 países, sendo aproximadamente 1.000 no Brasil. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais.

Além do Brasil, integram a pesquisa: Argentina, Austrália, Bélgica, Canadá, Chile, China , Colômbia, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Hungria, Índia, Itália, Japão, Malásia, México, Holanda, Peru, Polônia, Romênia, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul, Espanha, Suécia, Turquia e Estados Unidos.