Retail Media consolida seu avanço na América Latina: novas tendências e oportunidades para marcas

Com o apoio de grandes varejistas da região, a Comscore desenvolveu o estudo “Mídia no Varejo na América Latina 2025”, um dos primeiros projetos de pesquisa desse tipo na região, oferecendo insights importantes para que as marcas compreendam e capitalizem o potencial desse espaço publicitário em expansão

Nos últimos anos, o Retail Media tem sido considerado pela indústria como a “terceira onda” do marketing digital, depois de Search e Social Media, devido à sua grande capacidade de transformar a publicidade e conectar dados, públicos e pontos de venda em um único espaço.

Até o final de 2025, o investimento nesse formato ultrapassará US$ 2,5 bilhões na América Latina, posicionando-o como o segmento de publicidade digital de crescimento mais rápido na região, de acordo com o estudo “Tendências do Varejo na América Latina 2024” da eMarketer. Além disso, um estudo de junho de 2025 da Comscore (NASDAQ: SCOR), líder global em mensuração de audiência multiplataforma, mostrou que 76,4% da população digital na Argentina, Brasil e México visita sites de mídia de varejo, em comparação com 91,2% nos Estados Unidos — uma diferença que revela o vasto potencial inexplorado.

Esse cenário abre novas oportunidades para anunciantes, que podem diversificar suas estratégias de investimento e incorporar a mídia de varejo como um canal-chave em seu planejamento. Portanto, compreender o ecossistema será fundamental para investir com mais inteligência e obter melhores retornos.

Em resposta à crescente demanda por conhecimento sobre esse setor na região, a Comscore desenvolveu o Estudo de Mídia de Varejo na América Latina 2025, um projeto de pesquisa qualitativa realizado com o apoio de grandes varejistas, incluindo Adsmovil, Mercado Ads, Retina Media, VTEX Ads, Walmart Connect e Cencosud, e com o respaldo de associações como ANDA Chile, ANDA Colômbia, ANDA Peru, Câmara Argentina de Anunciantes (CAA), Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) e Associação de Agências de Mídia (AVE).

O estudo reuniu as percepções de mais de 60 líderes do setor para analisar como a Mídia de Varejo está redefinindo a relação entre marcas e varejistas na região. As principais tendências identificadas incluem a adoção de modelos de atribuição mais precisos, a integração omnichannel e o uso de dados determinísticos como base para um planejamento mais eficiente e transparente.

“O Retail Media vive um momento de inflexão na América Latina: cresce rápido, ganha sofisticação e passa a exigir padrões claros de mensuração. O mercado é unânime — dados independentes e metodologias robustas serão determinantes para sustentar o próximo ciclo de expansão. Ao reunir indicadores, análises e aprendizados regionais, este estudo oferece uma referência técnica para que marcas e varejistas avancem com mais rigor, transparência e confiança. O que ainda se mostra necessário é mais colaboração de dados”, comenta Ingrid Veronesi, Country Manager da Comscore no Brasil.

Comscore/Divulgação
Ingrid Veronesi

De acordo com as projeções do estudo, o Brasil está consolidando sua posição como o ecossistema mais avançado da região, com forte adoção de dados primários e uso cada vez mais disseminado de Data Clean Rooms (DCRs) para gerenciamento seguro de informações. O México, por sua vez, deverá se posicionar como um dos mercados mais dinâmicos, impulsionado pela expansão de estratégias omnichannel e planejamento baseado em dados determinísticos.

O estudo projeta o Chile como um ambiente digital maduro, com consumidores acostumados a experiências integradas, enquanto na Argentina o setor mantém um crescimento sustentado, acompanhado pelo desenvolvimento do e-commerce. Por sua vez, de acordo com as tendências observadas, a Colômbia atravessa uma fase de consolidação, impulsionada pelo trabalho colaborativo entre agências, varejistas e associações do setor. Finalmente, as previsões revelam que o Peru enfrenta uma fase de expansão do e-commerce, com amplas oportunidades para integrar canais físicos e digitais e fortalecer a conexão entre marcas e consumidores.

Em termos gerais, o estudo conclui que todos os mercados da região enfrentam o desafio de unificar os critérios de mensuração e caminhar rumo a uma maior padronização, condição fundamental para alavancar o valor dos dados e promover a transparência no ecossistema.

“A mídia de varejo representa uma oportunidade fundamental para a América Latina. Ter métricas consistentes e comparáveis nos permitirá impulsionar seu desenvolvimento e avançar rumo a uma comunicação verdadeiramente integrada, beneficiando todos os atores do ecossistema: varejistas, anunciantes, agências e consumidores”, afirmou Iván Marchant, Vice-Presidente da Comscore América Latina.

A Comscore publicará as principais conclusões do Estudo de Mídia de Varejo da América Latina de 2025 em uma série de capítulos a serem lançados durante o primeiro semestre de 2026, com foco nas características específicas de cada mercado.

Com este estudo, a Comscore reafirma seu compromisso com o setor, contribuindo com conhecimento que ajuda a estabelecer bases teóricas comuns para o desenvolvimento e a mensuração da mídia de varejo na região.

Sobre a Comscore

A Comscore é uma parceira global confiável para o planejamento, a negociação e a avaliação de mídia em múltiplas plataformas. Com uma base de dados exclusiva que combina informações sobre consumo digital, TV linear, OTT e audiência de cinema, juntamente com análises avançadas de audiência, a Comscore oferece uma experiência de mercado completa e personalizada.

Por que empresas orientadas ao mercado são as que realmente vencem?

Imagem gerada pela IA do Canva

Por Josué Brazil (com aquela mão amiga da IA)

De “vender mais” para “entender melhor”

Durante décadas, muitas empresas operaram sob a lógica de produzir muito, melhorar o produto ou empurrar ofertas ao consumidor. Esse modelo funcionou enquanto a concorrência era baixa e o consumidor tinha poucas alternativas. Mas o cenário mudou — e mudou rápido. Hoje, como defendem Kotler e Keller (2022), negócios bem-sucedidos são aqueles que começam sua estratégia a partir de um ponto simples: o cliente. Empresas orientadas para o mercado entendem que valor se constrói a partir das necessidades reais das pessoas, e não de dentro para fora.

As quatro orientações que moldaram o marketing

Ao longo da história empresarial, quatro grandes orientações guiaram as decisões de marketing. A primeira, orientação para produção, privilegia eficiência e volume, representada pelo clássico modelo fordista. Depois surge a orientação para produto, que aposta na superioridade técnica como diferencial. A terceira, orientação para vendas, foca em convencer o público a comprar, independentemente de alinhamento com suas necessidades. Só então surge a orientação para o marketing, defendida por Kotler (2022) como a mais sustentável: uma filosofia de negócios centrada em identificar e atender desejos do mercado com mais eficácia que os concorrentes.

Cultura organizacional: o que sustenta o foco no cliente

Uma empresa só se torna verdadeiramente orientada para o mercado quando sua cultura organizacional respira foco no cliente. Narver e Slater (1990) argumentam que a orientação ao mercado depende de uma cultura que incentive empatia, escuta ativa e coordenação interna. Exemplos contemporâneos ilustram essa força cultural: o “customer obsession” da Amazon, o empowerment dos colaboradores da Zappos e a eliminação de atritos praticada pelo Nubank. Em todos esses casos, a cultura não é um discurso — é prática diária.

Estratégia centrada no mercado: dados, insights e ação

Empresas orientadas para o mercado se apoiam em três pilares estratégicos, também discutidos por Narver e Slater (1990): foco no cliente, foco no concorrente e coordenação interfuncional. Isso exige uso de inteligência de mercado, integração entre áreas e capacidade de transformar dados em experiências genuinamente valiosas. A Netflix é referência nesse modelo: seu uso avançado de dados guia desde recomendações individuais até a criação de séries originais — sempre a partir de comportamentos reais dos usuários.

Por que essa orientação tornou-se indispensável

No ambiente atual, onde o consumidor compara, avalia e abandona marcas com facilidade, operar sem orientação ao mercado é praticamente um convite ao fracasso. Muitas empresas que se mantêm presas à lógica do produto ou da venda acabam ignorando mudanças culturais e comportamentais — e isso as coloca atrás de concorrentes mais atentos. Segundo Kotler e Keller (2022), o foco no cliente é hoje um imperativo estratégico, e não uma diferenciação opcional.

O cliente como ponto de partida — e não de chegada

Empresas vencedoras entendem que a jornada começa antes do produto e continua muito depois da venda. A orientação para o mercado não é uma campanha, nem um departamento: é uma mentalidade. Como reforçam Narver e Slater, trata-se de uma filosofia organizacional que direciona inovação, atendimento, experiência e relacionamento. No fim, o recado é simples: negócios que colocam o cliente no centro constroem valor; os que não colocam, ficam para trás.

International Advertising Association (IAA) chega ao Brasil

International Advertising Association (IAA) chega ao Brasil com parceria global do LinkedIn e liderança de Fabiana Schaeffer, da Netza&CO

Primeiro capítulo na América Latina visa conectar o mercado brasileiro à rede global de criatividade, desenvolvimento de carreiras e sustentabilidade; Brasil é destacado como “melhor exportador de criatividade”

A International Advertising Association (IAA), entidade global fundada em 1938 em Nova York, acaba de ser lançada oficialmente no Brasil – o primeiro país da América Latina a receber um braço da organização. Em parceria global com o LinkedIn, o capítulo nacional ficará a cargo de Fabiana Schaeffer, vice-presidente de Sustentabilidade da IAA global e integrante do conselho mundial, bem como co-CEO da Netza&Co, ecossistema de soluções de marketing há mais de 25 anos no mercado com forte atuação em inovação, conexão de negócios e impacto social.

Fredrik Borestrom, presidente global da IAA e executivo de publicidade digital do LinkedIn, destaca o potencial criativo do mercado brasileiro e ressalta a importância estratégica da expansão: “Quando você entra em uma agência criativa em qualquer lugar do mundo – de Estocolmo a Sydney –, a pessoa mais criativa costuma ser a brasileira. O Brasil é um dos melhores exportadores de criatividade, e queremos trazer essa rede global para cá, mas também levar o Brasil para o mundo”.

Já Fabiana Schaeffer enfatiza o propósito colaborativo do braço brasileiro da associação: “Nosso objetivo é construir pontes entre marcas, agências, universidades e instituições. Queremos ser um espaço de aprendizado, ação e protagonismo de boas ideias, gerando valor real para o setor”.

A atuação da IAA no Brasil está estruturada em três pilares estratégicos interconectados: para a indústria, a entidade atuará como uma bússola global para guiar as transformações do setor por meio de debates, pesquisas e promoção de boas práticas; para as marcas, buscará ampliar visibilidade e engajamento com os diferentes atores da cadeia publicitária, fortalecendo oportunidades de reputação e negócios; e para os profissionais, promoverá o desenvolvimento de carreiras por meio de uma rede internacional de networking, educação e trocas profissionais entre líderes e jovens talentos do mercado.

Com presença em 56 países, a IAA representa todos os segmentos de marketing e comunicação e busca, por meio do novo capítulo brasileiro, potencializar a troca de conhecimento, impulsionar a sustentabilidade e conectar o ecossistema local às tendências e oportunidades globais.

Mais resultado, menos investimento: o novo mantra do marketing inteligente

Imagem de Anand KZ do Pixabay

Por Gabriel Chaves, sócio da AlwaysON*

Durante muito tempo, o marketing operou sob uma lógica quase inquestionável por muitos: quanto maior o investimento, maior o retorno. Essa relação funcionou enquanto o ambiente digital era menos competitivo e as margens mais confortáveis. Mas o jogo mudou. O público está mais exigente, o custo de aquisição subiu e a margem de erro diminuiu drasticamente. O novo marketing, aquele que realmente cria valor, é aquele que transforma dados em decisões e resultados, mesmo com orçamentos mais enxutos.

Fazer mais com menos não significa cortar verbas, mas sim aumentar eficiência. Isso passa por compreender profundamente o comportamento do consumidor, usar dados como bússola estratégica e ajustar o rumo constantemente. Quando a estratégia é guiada por informação, e não só por intuição, cada real investido ganha propósito. O marketing deixa de ser um custo operacional e se torna um motor previsível de crescimento.

Na minha experiência à frente de times de performance e estratégia, percebi que o verdadeiro ganho está em eliminar desperdícios. Campanhas eficientes não dependem apenas de impulsos maiores, mas de leituras mais inteligentes. Testar, medir e otimizar deixou de ser uma etapa final: é parte da cultura. É o que diferencia quem cresce de quem apenas anuncia.

O marketing inteligente pede análise e rotina. Análise para medir e ajustar constantemente, e rotina para também identificar rápido o que não entrega. Nesse contexto, criatividade e dados não competem, mas se completam. O dado aponta o caminho, a criatividade o torna relevante. É dessa parceria que surgem campanhas que performam e constroem marca ao mesmo tempo.

Essa mentalidade também exige uma virada cultural. Marcas que continuam operando no modo “campanha por campanha” acabam reféns da intuição. Já aquelas que integram dados, CRM, mídia e conteúdo de forma estratégica conseguem crescer de forma sustentável, mesmo com menos investimento. Criatividade e dados não são opostos; são aliados indispensáveis.

Gabriel Chaves Foto: Divulgação

O futuro do marketing não pertence a quem gasta mais, mas a quem entende melhor. E entender significa mergulhar em dados sem perder a sensibilidade humana, planejar com método sem engessar o olhar criativo e agir com propósito sem abrir mão de resultado. Fazer mais com menos é um exercício de disciplina, inteligência e visão e esse é o verdadeiro diferencial competitivo das marcas que vão liderar o próximo ciclo do mercado.

*Gabriel Chaves é sócio da AlwaysON, hub de marketing que integra dados, performance e propósito para impulsionar resultados de marcas em diferentes segmentos.