Como definir a continuidade de uma campanha

por Josué Brazil

Iniciei uma sequência de textos sobre planejamento aqui no blog. Começamos falando do planejamento como um todo. Depois detalhamos um pouco mais no texto seguinte, no qual abordamos os três conceitos fundamentais para definição da estratégia. Em um terceiro texto explicamos como definir o alcance de uma campanha.

Esse texto aqui tem a pretensão de finalizar esta sequência trazendo os indicadores que vão nos ajudar a definir qual é a continuidade ideal para sua campanha ou ação de comunicação.

Imagem por annca de Pixabay

Só para lembrar, continuidade é um conceito ligado a extensão de tempo de sua campanha e, principalmente, como são definidos os esforços de mídia ao longo deste tempo. E que nós adotamos quatro tipos básicos de continuidade: linear, concentrada, ondas e pulsação.

Nos últimos anos podemos nos arriscar a dizer que em função de mercados quase todos muito mais dinâmicos e competitivos, a continuidade do tipo pulsação virou uma espécie de coringa e acaba sendo a mais utilizada por planejadores de mídia.

Vamos aos indicadores:

▹CATEGORIA DE PRODUTO/SAZONALIDADE – consumo horizontal leva a continuidade linear ou pulsação. Sazonalidade conduz ao uso de concentrada;

▹CICLO DE VIDA DO PRODUTO – lançamento/relançamento levam a linear. Para marcas/produtos em sustentação podem ser usadas ondas, linear e até pulsação;

▹FREQÜÊNCIA DE COMPRA – alta frequência de compra indica continuidade linear ou pulsação. Baixa frequência permite o uso de ondas;

▹FIDELIDADE DE MARCA – baixa fidelidade conduz á linear, alta fidelidade indica atuação em ondas;

▹DIFERENCIAÇÃO DE DESEMPENHO – ondas para produto com claro desempenho superior aos concorrente. Desempenho pouco diferenciado leva ao uso de linear ou pulsação;

▹CONCORRÊNCIA – a atividade da concorrência é importantíssima e pode modificar totalmente qualquer decisão já tomada em função de situações anteriormente colocadas;

▹CONTEÚDO DE COMUNICAÇÃO – alto impacto de comunicação permite atuação em ondas ou pulsação. Já baixo impacto da mensagem sugere o uso de linear ou pulsação, dependendo da concorrência;

▹IMAGEM DE MARCA – boa imagem de marca conduz ao uso de ondas ou pulsação. Fraca imagem de marca leva a adoção de continuidade linear ou de pulsação.

Novamente nos apoiamos bastante aqui nas ideias de Edson Benetti em seu capítulo do livro “Tudo que você queria saber sobre propaganda e ninguém teve paciência para explicar”.

Importante ressaltar que para um bom planejamento de mídia os três pilares ou conceitos fundamentais (alcance, frequência e continuidade) devem estar equilibrados e atender aos objetivos de comunicação e marketing.

Consuma todos os textos desta sequência sobre planejamento de mídia. Sem moderação!

 

Como definir o alcance de público em uma campanha

Indicadores para definição de alcance

por Josué Brazil

Em meu último texto aqui sobre planejamento de mídia escrevi sobre alcance, frequência e continuidade; os três pilares do pensamento estratégico no plano de mídia.

Imagem de Brian Merrill do Pixabay

Agora vou trazer aqui alguns indicadores que nos mostram com que tipo de cobertura trabalhar de acordo com cada situação de mercado e comunicação. Para quem não leu o texto anterior, definimos três níveis de alcance: baixo (quando objetivamos atingir menos de 40% de nosso público alvo); médio (quando pretendemos falar com 40 a 70% de nosso público) e alto (quando buscamos conversar com mais de 70% de nosso público).

Vamos falar dos indicadores então:

CICLO DE VIDA DA MARCA – marcas e/ou produtos em situação de lançamento, relançamento e sustentação (principalmente para marcas de destacada liderança) é recomendável a alta cobertura (acima de 70%). Por outro lado marcas com baixa participação, sem produção suficiente para atender à demanda, a solução é média ou baixa cobertura;

OBJETIVOS DE MERCADO – De modo geral, quanto maiores os objetivos de mercado, maior a necessidade de atingir progressivamente novas parcelas de público;

CAMPANHA PROMOCIONAL – campanhas promocionais curtas e de rápida resposta exigem altas coberturas. Dependendo do volume de resposta desejado e necessário e da mecânica da promoção, soluções com média cobertura são boa opção;

DINÂMICA DA CONCORRÊNCIA/MERCADO – diretamente ligado ao posicionamento estratégico adotado pelo anunciante e da sua posição de mercado, além da configuração do mercado em que está inserido, ou seja, o que o cliente pretende em relação ao seu mercado afeta a escolha do nível de alcance de público;

COMUNICAÇÃO – quanto maior o nível de conhecimento e de lembrança da marca menor a necessidade de buscar novas parcelas de público;

PERÍODOS – a cobertura pode e deve variar ao longo da campanha (sazonalidade, férias, custos etc). Ela não precisa ser igual do início ao fim de um esforço de comunicação.

Neste texto me apoiei nas ideias de Edson Benetti em seu capítulo sobre Mídia do livro “Tudo que você queria saber sobre propaganda e ninguém teve paciência para explicar”.

Num próximo texto traremos os indicadores para definirmos que tipo de continuidade adotar em nosso planejamento de mídia para uma marca/empresa/produto/serviço.

Um pouco mais sobre planejamento de mídia

Três elementos importantes na fase de objetivos

por Josué Brazil

Como já vimos em um artigo anterior que tratava de planejamento de mídia, o mesmo se divide em três etapas: objetivos, estratégia e tática.

Na etapa de objetivos fazemos uma série de levantamentos, busca de dados e pesquisas para que possamos ter uma forte e profunda compreensão do cenário em que nosso anunciante está inserido.

Buscamos informações sobre o produto, o público alvo, o mercado de atuação, a concorrência e, em função da análise de tudo isso, definimos as metas de alcance, frequência e continuidade.

Esses são elementos importantes demais no planejamento de mídia.

Lembrando:

1 – Frequência – número de vezes que a pessoa pode vir a receber a mensagem;

2 – Alcance – percentual de pessoas expostas pelo menos uma vez a determinada mensagem;

3 – Continuidade – modo como as mensagens são programadas ao longo do tempo de campanha.

Em relação a frequência sabemos que quantos maiores forem os objetivos de comunicação e marketing maior deve ser a frequência. Ou seja, mais vezes a pessoa deverá ter contato com as mensagens da campanha. Não há regras claras para definir quantas vezes a pessoa deve ser impactada, mas sabemos que poucas repetições da mensagem tendem a gerar pouco ou nenhum resultado.

Com relação ao alcance há um mito de que toda campanha deverá falar com o maior número possível de pessoas. Não é bem por aí. para cada situação pode ser definido um nível de alcance. A tabela abaixo mostra três níveis com os quais geralmente se trabalha em relação ao alcance:

Cobertura alta Acima de 70% do público alvo
Cobertura média Entre 40 e 70% do público alvo
Cobertura baixa Abaixo de 40% do público alvo

Já em relação a continuidade configuramos quatro tipos básicos que podem ser adotados:

1 – Linear – ideal para campanhas longas e diluídas, onde não há pressa para obtenção de resultados. Típica de campanhas de marca ou institucionais;

2 – Concentrada – típica de campanhas curtas como as promocionais, as de venda, as de varejo e até mesmo as sazonais;

3 – Ondas – caracteriza-se por períodos de ação e períodos sem qualquer veiculação. Ideal para produtos/marcas e serviços sazonais ou que tenham liderança destacada e imagem de marca bastante forte;

4 – Pulsação – é uma mistura de linear com ondas. Há períodos com maior ação de mídia e outros com menor ação, mas nunca há intervalo de veiculação.

Elas podem ser entendidas também através destas imagens:

Linear

Concentrada

Ondas

Pulsação

Então, ao final de todas as análises feitas a partir dos dados coletados na etapa de objetivos, devemos fixar as metas de frequência, alcance e continuidade que farão com que os objetivos de comunicação e marketing da campanha sejam atingidos.

Comunicação Interna: 4 dicas para engajar de verdade o colaborador operacional

Por Gabriel Kessler*

Uma boa experiência é considerada por 96% dos profissionais como fator relevante para se manter na empresa, segundo pesquisa do LinkedIn. Entretanto, as conversas sobre o assunto priorizam profissionais administrativos, geralmente. No meio disso, como fica o público operacional?

Investir em iniciativas que tenham como foco times operacionais é importante para o engajamento desse público e, consequentemente, para uma experiência mais positiva que resulte em melhores resultados e performance.

Uma das maiores consequências da pandemia foi o empoderamento do colaborador, que passou a ser menos tolerante com experiências medianas ou até mesmo ruins dentro das organizações.

E isso já pode ser notado: a grande resignação, por exemplo, mostra como motivos que antes eram determinantes para a permanência de talentos, como salários e benefícios, hoje não tem tanta influência no poder de decisão.

Sendo assim, empresas precisam correr para quebrar paradigmas e oferecer uma experiência cada vez melhor para seu público interno, caso contrário, eles não vão ficar parados esperando por isso.

Voltando o olhar para o operacional

Não é segredo que esses times não são alcançados com a mesma facilidade do que as áreas administrativas, seja por planejamentos ou estratégias obsoletos, o que acaba dificultando o sentimento de “uma só empresa” nesse público, que se sente prejudicado ou ignorado pela liderança e por áreas estratégicas, como RH e Comunicação Interna.

Essa diferença de tratamento, intencional ou não, causa uma experiência negativa aos colaboradores operacionais, podendo levar ao aumento do turnover e impactos no clima organizacional como um todo.

Outro fator que prejudica (e muito) é a adoção de ferramentas ou estratégias que não contemplem as necessidades desse público. Por exemplo: se uma empresa usar o e-mail como canal de comunicação interna principal, aqueles que não trabalham com computador não vão ficar a par da informação tão facilmente.

Indo além, mesmo contando com murais impressos ou a liderança como replicadores dessa informação, a disparidade segue forte. E a comunicação tem papel direto na experiência do colaborador, já que a falta de clareza e alinhamento por parte de Comunicação Interna com esse público atrapalha e até mesmo inviabiliza o sentimento de pertencimento dessas pessoas, assim como a confiança que elas têm na empresa.

Entra aí a tecnologia, que pode (e deve) ser usada como forma de quebrar as barreiras, sejam elas geográficas ou de tempo.

É importante salientar que a experiência do colaborador é formada por 6 fatores, de acordo com a State of the Sector (Gallagher): cultura organizacional; comunicação; reconhecimento, prêmios e benefícios; ambiente de trabalho; bem-estar; carreira. As áreas de Comunicação Interna e RH são responsáveis (de forma parcial ou integral) por todos esses pontos, então as dicas que compartilhamos abaixo são direcionadas aos profissionais desses departamentos.

Abaixo, listo quatro dicas. Confira!

1 – Antes de tudo, conheça seu público: Você conhece as características dos seus públicos operacionais? Sabe quais são suas necessidades, desejos e desafios? Antes de qualquer estratégia de comunicação interna, as organizações precisam entender a realidade dessas equipes. Dê voz e espaço para pessoas do operacional e, além disso, tenha interesse em conhecê-las.

2 – Envolva a liderança: Mesmo com uma boa cultura, clima e comunicação, se a relação com o líder não for positiva, muito dificilmente a experiência será. Líderes precisam gostar de gente, precisam entender pessoas. E a empresa deve capacitar esse público para que isso aconteça. No ambiente operacional, muitas vezes a liderança é o que liga profissionais ao resto da organização, aumentando ainda mais a importância dessa capacitação. Além disso, líderes precisam se esforçar para proporcionar (e fazer tudo que está ao seu alcance) a melhor experiência para seus liderados.

3 – Foco no propósito: O propósito tem ganhado cada vez mais espaço e importância na experiência do colaborador e agora, mais do que nunca, está conectado pelo valor percebido pelas pessoas nas organizações. Isso significa que: para ter uma comunicação interna melhor, é preciso pensar no propósito, no porquê as pessoas devem se sentir parte do todo. Vale a revisão da visão, missão e valores organizacionais.

4 – Comunicação fácil e democrática: Investir em uma ferramenta que promova a democratização da informação é de extrema importância para a experiência do colaborador operacional. A rede social corporativa ou aplicativo de comunicação interna, por exemplo, é uma solução criada justamente para atender as diferentes necessidades dos profissionais em geral, principalmente de quem fica na operação.

*Gabriel Kessler é CGO do Dialog.ci, startup responsável por desenvolver uma plataforma online de comunicação interna e RH, que funciona como um hub para o colaborador e melhorar o engajamento dentro das empresas.

Fonte: Comunica PR