Coluna Propaganda&Arte

Propósito não se compra, se vive.
Um convite para sair do piloto automático e fazer o que realmente importa.

Por R. Guerra Cruz

Missão de vida vai muito além do que se fala em palestras, lives e biografias online.
É o que verdadeiramente faz alguém despertar toda manhã com sentido.
O Golden Circle, conceito de Simon Sinek, revela que tudo começa pelo “por quê”.
Produzir vídeos virais, vender cursos, acumular seguidores, tudo isso pode virar ruído se não estiver enraizado numa motivação profunda e autêntica.

Engajamento não é legado.

O engajamento não garante transformação real.
É possível ter sucesso digital e ainda assim não mudar vidas, nem as dos outros, nem a sua.
Muitos seguem um caminho equivocado, tentando corrigir fraquezas e silenciando seus pontos fortes.
Marcus Buckingham, em “Descubra Seus Pontos Fortes”, mostra que reconhecer e desenvolver talentos validados por você, colegas e mercado é o caminho para o impacto verdadeiro.
Afinal, o foco deve estar no que se faz bem, não no que falta.

O que a sociedade realmente precisa?

É preciso olhar para fora e enxergar onde está a maior falta.
No cenário global, nacional ou regional, o que está carente?
Que espaço pede solução?
A interseção entre as suas competências reais e essas necessidades sociais é onde o propósito ganha força e relevância concreta.
Pode ser no ensino, na comunicação, no entretenimento ou numa área completamente diferente, mas tem que ser real e urgente.

Conteúdo não é mais diferencial.

Com a chegada da inteligência artificial, produzir conteúdo em série ficou banal.
Qualquer um gera posts, vídeos ou textos.
A verdadeira diferença está em ter um conteúdo validado por humanos, que seja relevante, autêntico e capaz de gerar reflexão ou ação.
O desafio é que vivemos numa geração que busca lucro imediato, sabe pouco do valor do aprender pelo aprender, e prefere caminhos simplificados, o que nivela tudo por baixo.

Mais do mesmo?

Mudanças verdadeiras pedem profundidade.
Soluções não vêm apenas de grandes ideias complexas, mas também de ideias simples articuladas com clareza e propósito.
É preciso que o criador de conteúdo saiba ensinar, aprender, entreter, mas sempre com uma visão clara de impacto social.
Pergunte-se: ao escrever um post ou lançar um vídeo, estou mudando algo?
Minha influência tem peso real, ou sou só mais um na multidão?

O impacto vai muito além dos likes.

Largar o piloto automático, mapear seus pontos fortes e conectar sua missão ao que o mundo precisa é mais que um exercício intelectual: é agir para criar um legado.
Propósito é ação mensurável, transformação concreta, diferença palpável na vida das pessoas.
Essa é a diferença entre quem só gera conteúdo e quem realmente transforma.
Eu também me pergunto isso, enquanto escrevo este artigo: será que estou cumprindo meu papel?
E, se de alguma forma você ler estas palavras e repensar sua própria vida, já me darei por satisfeito.
Porque, nesse momento, terei cumprido minha missão: provocar transformação através da reflexão.

Para mim, é isso que importa.

Dia do Cliente: quando marketing e propaganda se encontram com a experiência

Dia do Cliente: a experiência como essência do marketing e da propaganda

Por Josué Brazil (com uma ajuda de IA)

Imagem gerada pela IA do Canva

O calendário do marketing é cheio de datas especiais, mas poucas são tão significativas quanto o Dia do Cliente, comemorado em 15 de setembro. Afinal, é impossível falar em marcas, comunicação e propaganda sem lembrar que tudo começa — e termina — com ele: o cliente.

No dia a dia das agências e departamentos de marketing, discutimos estratégias, planejamos campanhas, desenhamos personas e monitoramos métricas. Mas, por trás de todos esses esforços, existe sempre um objetivo central: construir experiências positivas para as pessoas. O cliente não é apenas o destinatário de mensagens publicitárias; é o verdadeiro protagonista da narrativa de uma marca.

Consumer Experience: do convencimento ao encantamento

É aqui que entra a importância da consumer experience (CX). Mais do que convencer alguém a comprar, o desafio é encantar, criar conexões e gerar valor em cada ponto de contato — do primeiro anúncio que desperta curiosidade ao atendimento pós-venda que transforma satisfação em fidelidade. Nesse processo, marketing e propaganda deixam de ser apenas ferramentas de persuasão e se tornam meios de relacionamento.

As boas práticas de CX em marketing passam por pilares já conhecidos, mas cada vez mais essenciais: empatia, personalização, consistência e pós-venda. Escutar o cliente, adaptar a comunicação às suas necessidades reais, manter uma linguagem coerente em todos os canais e estar presente mesmo depois da compra são atitudes que diferenciam marcas comuns de marcas memoráveis.

Um convite à reflexão

Portanto, o Dia do Cliente não deve ser encarado apenas como uma oportunidade comercial. É, sobretudo, um convite à reflexão: estamos, de fato, colocando o cliente no centro das nossas estratégias? Estamos investindo tempo e criatividade em construir jornadas que façam sentido para ele?

Se a resposta for “sim”, há grandes chances de que o marketing e a propaganda que produzimos estejam não só vendendo, mas também criando vínculos duradouros. E é exatamente essa conexão que faz as marcas permanecerem relevantes ao longo do tempo.

Coluna “Discutindo a relação…”

Marketing e Branding: muito mais amigos do que você imagina

Por Josué Brazil (com uma ajuda de IA)

Imagem gerada pela IA do Canva

Tem gente por aí que ainda insiste em colocar marketing e branding em lados opostos do ringue, como se fossem rivais históricos disputando quem tem mais razão. Mas a verdade é que eles jogam no mesmo time — e quando trabalham juntos, o resultado é muito mais potente.

Marketing é a engrenagem que movimenta o negócio, abre caminho, conecta, mede e ajusta. Já o branding é aquele fio condutor que dá sentido à jornada, define a identidade e garante que a marca não se perca no meio da correria diária. Se o marketing pensa em como chegar ao público, o branding responde à pergunta: por que o público deveria se importar com você?

O problema é que, nos últimos anos, o marketing ficou “encurtado” no imaginário de muita gente, reduzido quase que exclusivamente a métricas de performance: CAC, ROI, CTR, CPC, CPA, KPI (ufa!). A ideia de marketing, pra muita gente, passou a ser apenas a do marketing operacional, tático e de performance (muito em função do crescimento do chamado marketing digital). Claro, tudo isso é importante — ninguém aqui está demonizando relatórios ou dashboards. Mas marketing estratégico de verdade vai muito além de apertar botões e otimizar anúncios.

É aqui que o branding entra como parceiro indispensável. Ele é o responsável por dar consistência, por construir marcas que não apenas vendem, mas permanecem relevantes, desejadas e lembradas. Enquanto a performance olha para o clique de hoje, o branding trabalha para que exista alguém interessado em clicar amanhã.

O marketing estratégico olha para o longo prazo, preparara-se para o futuro e cria diferenciação sustentável. O marketing estratégico não é sobre campanhas isoladas, mas sobre posicionamento, consistência e geração de valor sustentável. E para tanto, o branding é peça fundamental.

Em resumo: marketing sem branding pode até dar resultados de curto prazo, mas é como correr uma maratona de fôlego curto. Branding sem marketing, por sua vez, corre o risco de ser só discurso bonito em PowerPoint. Juntos, eles garantem o equilíbrio entre o agora e o futuro, entre a necessidade de vender e o desejo de permanecer.

No fim das contas, o que chamamos de marketing estratégico nada mais é do que essa dança bem coreografada: performance sem perder de vista a essência, vendas sem abrir mão de valores, resultados que não sacrificam a história que a marca está construindo.

E, convenhamos, se o branding fosse apenas “antagônico” ao marketing, não haveria tanta marca que atravessa décadas, gerações e mudanças de mercado. A sobrevivência delas é a prova de que branding é — e sempre será — a alma de um marketing que pensa grande e pensa longe.

A Inteligência Artificial potencializa ou sabota as buscas online?

Por Jair Tavares*

O uso dos mecanismos de busca está passando por uma transformação, mas quem está “puxando” isso? A evolução da Inteligência Artificial (IA), e sua sorrateira penetração em todo o meio digital, ou a experiência do usuário com essa nova ferramenta?

Talvez seja um pouco dos dois.

Parece óbvio, mas não é. A tecnologia em si – a novidade, o hype, a onda -, é o primeiro fator de sua adoção pelos early adopters, aqueles que “ficam na fila” para usar primeiro uma novidade. Mas esse público é pequeno, não forma todo o mercado.

Apenas quando esse pessoal “desbrava”a nova tecnologia e começa a falar que a sua experiência melhorou, é que os latecomers – o mercado em si – passam a adotar em peso a nova tecnologia – agora cool, legal, útil e prática.

Mas há uma diferença aqui: essa jornada, que já era muito rápida, agora acontece na velocidade da luz.

A grande adoção da IA e sua aceleradíssima evolução trazem um cenário de mudanças contínuas em vários processos de trabalho, na nossa relação com a tecnologia e, claro, na forma como nós buscamos informações.

Porém, é importante destacar que em toda e qualquer atividade, ou ramo do conhecimento, a extensão dos impactos da IA e como proceder para “surfar” no seu potencial, ainda estão no campo das hipóteses e especulações.

Há sinais claros para nós, profissionais de comunicação, que o foco da mudança está na experiência nova que as IAs trazem para os usuários.

Agora, com o cenário desenhado em nossas mentes, podemos falar sobre como a IA está redefinindo tanto a busca orgânica quanto à paga.

Busca orgânica

Nas buscas orgânicas, os modelos de IA compreendem a intenção do usuário de forma mais profunda, indo além das palavras-chave. Isso significa que o conteúdo que realmente atende às necessidades e perguntas dos usuários será cada vez mais valorizado.

Os algoritmos de IA estão aprimorando a capacidade de identificar conteúdo de alta qualidade, relevante e confiável, tornando a experiência do usuário mais rica. Para a busca generativa, o foco do SEO se deslocará para a otimização de respostas diretas e contextuais, garantindo que o conteúdo seja facilmente interpretado por modelos de IA para fornecer informações precisas.

Os conteúdos que reconstroem ou reforçam contexto, articulando fatos, fontes e leituras complementares, tendem a ter melhor desempenho.

Busca paga

Nas buscas pagas, a IA já está otimizando as campanhas de forma significativa. Ela pode prever o desempenho de anúncios, otimizar lances em tempo real e segmentar audiências com grande precisão.

A IA está transformando a forma como os anunciantes alcançam seu público, movendo-se de uma abordagem baseada em palavras-chave para uma estratégia focada na intenção do usuário e no comportamento preditivo.

Embora alguns possam especular que a IA eliminará a necessidade de campanhas pagas, o fato é que ela as tornará ainda mais estratégicas e personalizadas. O investimento em mídia paga continuará sendo crucial para a visibilidade imediata e o alcance de públicos específicos.

Em resumo, nas buscas a IA está despontando não como “mais uma ferramenta”, mas sim um catalisador que está remodelando a forma como nós, usuários, interagimos com a informação online.

E, embora a extensão do seu impacto ainda seja desconhecida, a adaptação rápida às mudanças é fundamental para quem busca visibilidade na era da busca generativa. As campanhas de mídia paga e o SEO para o tráfego orgânico, especialmente, continuarão sendo pilares importantes, mas com outro olhar.

A chave é entender a experiência do usuário e como oferecer e fortalecer os nossos próprios ativos digitais com a profundidade e relevância que a IA demandará.

*Jair Tavares é co-fundador e COO da Pólvora Comunicação