71% dos consumidores se arrependem após comprar produtos indicados por influenciadores, aponta pesquisa

Crescimento da desconfiança reforça a importância da autenticidade, da transparência e da profissionalização dos creators

Uma pesquisa realizada pela Typeform revelou um dado preocupante: 71% dos consumidores já se arrependeram de uma compra feita com base na recomendação de um influenciador digital. O levantamento acende um alerta sobre a crescente desconfiança entre o público e os criadores, mesmo em um cenário onde o marketing de influência segue em expansão.

De acordo com o estudo, as maiores reclamações que, consequentemente, estão gerando esse arrependimento estão ligados à falta de autenticidade no engajamento (380 respostas) e a falta de transparência (294 respostas), seguidas pelo excesso de postagens patrocinadas (237 respostas) e pelo uso excessivo de conteúdo gerado por IA (215 respostas).

Outro dado que chama atenção no levantamento é que 56% dos influenciadores admitiram divulgar produtos que, na verdade, não gostam. Para Fabio Gonçalves, diretor de talentos internacionais da Viral Nation e especialista no mercado de marketing de influência há mais de dez anos, esses dados refletem uma transformação no comportamento dos consumidores e um alerta para o setor.

“O público amadureceu. As pessoas estão mais críticas, mais informadas e muito mais conscientes do seu poder de escolha. O problema é que ainda existem muitos influenciadores que não entenderam que audiência não é sinônimo de influência. Quando o criador faz publicidade sem critério, sem conexão real com a marca e sem pensar na dor ou na necessidade da audiência, o resultado é esse: frustração, quebra de confiança e arrependimento de compra”, explica.

Fabio também pontua que parte desse problema tem a ver com o despreparo de certas marcas e vem de uma prática excessiva de publis que não fazem sentido para o nicho do criador. “Existe uma visão equivocada, por parte de alguns influenciadores e até de algumas marcas, de que basta ter números altos para vender qualquer coisa. Só que o consumidor de hoje é muito mais exigente. Ele percebe quando é só uma publicidade vazia. E isso não só prejudica a conversão, como também desgasta a imagem do influenciador no longo prazo. É importante ressaltar que nem sempre o erro é do influenciador; em muitos casos, as marcas não estão atentas ao mercado e, dessa forma, erram na escolha dos creators que não fazem sentido para a campanha desejada”, destaca.

Segundo o especialista, o mercado vive um ponto de virada, em que não basta mais ter seguidores ou entregar alcance. Na opinião do profissional, o que vai sustentar o marketing de influência daqui pra frente são três pilares: relevância, credibilidade e coerência. Ele explica que o criador precisa entender profundamente o seu público, escolher com responsabilidade as marcas com as quais se associa e priorizar parcerias que façam sentido na vida dele e na dos seguidores.

Na visão de Gonçalves, esse cenário tem levado as agências e plataformas do setor a adotarem uma postura muito mais criteriosa na gestão de campanhas e na curadoria de talentos. “Aqui na Viral Nation, nosso trabalho é garantir que os criadores que representamos estejam preparados para esse novo cenário, onde construir comunidade, gerar valor e ser relevante vem antes de qualquer conversão. Trabalhamos para que cada campanha faça sentido na vida do creator e, principalmente, na jornada do consumidor. O mercado vai continuar crescendo, mas quem não entender que influência é sobre confiança, e não só sobre alcance, vai ficar para trás”.

METODOLOGIA

A pesquisa realizada pela Typeform, plataforma de criação de formulários e questionários online, obteve 1.300 respostas de influenciadores digitais, profissionais de marketing e consumidores. O estudo completo pode ser acessado aqui

Os 50% certos do marketing de influência

Imagem gerada pela IA do Canva

Por Rodrigo Cerveira*

Vivemos tempos interessantes. O ditado chinês serve para lembrar que os movimentos que ficam para a história são aqueles considerados interessantes, para o bem e para o mal. Do ponto de vista de marketing e comunicação, vivemos em tempos interessantes para o bem. A digitalização global, que começou com a chegada do PC e redefiniu a humanidade com o nascimento do smartphone e a hiperconexão, quebrou barreiras e desintermediou as relações humanas. Cada pessoa com um telefone pode ser, ao mesmo tempo, um canal de comunicação, um comunicador, um consumidor e um criador. A IA chega para empoderar ainda mais os indivíduos que queiram dela tirar proveito em prol da sua produtividade. Com a desintermediação, nasceu a economia de criadores, ou a “creator’s economy”, que, de acordo com a empresa de pesquisa de tendências Statista, deve chegar a 32,55 bilhões de dólares em 2025.

A criatividade e carisma dos criadores são uma ferramenta sedutora e poderosa para qualquer marca contemporânea se conectar com suas audiências. A forma como eles conseguem capturar a forma certa de comunicar e engajar com seus públicos, além da óbvia recomendação inerente, constrói resultados para as marcas e para os negócios.

Então, por que incomoda tanto a estatística de que, dos R$ 2,18 bilhões por ano movimentados pelo setor de marketing de influência no Brasil, segundo dados da Kantar Ibope Media e Statista, até R$ 1,57 bilhão pode estar sendo desperdiçado pelas marcas?

A resposta pode estar em um axioma de marketing, resumido na frase: “Eu sei que 50% do meu investimento em comunicação está errado, só não sei quais 50%”, que é atribuída a John Wanamaker, um dos pioneiros do marketing de varejo nos EUA, mas que soa estranhamente contemporânea nos dias de hoje, mesmo considerando que, no marketing digital, tudo é metrificado.

As métricas de alcance, engajamento, satisfação, click-through e conversão devem servir aos objetivos que a marca e o negócio buscam. Mais do que métricas, elas devem ser consideradas objetivos no caminho dos objetivos maiores: conhecimento, consideração, conversão, lealdade.

Na hora de montar uma estratégia de marketing de influência, ainda valem os fundamentos de qualquer iniciativa de comunicação porque o ser humano continua a ser o que sempre foi: ser humano.

Mais conectado, mais disponível, mais acessível, porém também mais disperso, menos atento, mais difícil de seduzir em um mar de mensagens em seus dispositivos.

Para ter sucesso na hora de montar a estratégia, é fundamental ter:

Pertinência

É sedutor você procurar um criador de conteúdo com uma base gigantesca de seguidores e com altos índices de engajamento, mas a primeira pergunta talvez seja: esta pessoa representa os valores da minha marca ou produto? Ela está alinhada com meu posicionamento? Ela tem autoridade na indústria em que atuo? Perguntas simples como estas podem ajudar na hora de selecionar quem é ou são os criadores que vou trazer para a minha estratégia. Uma vez, estávamos lançando uma plataforma inovadora para o mercado de capitais e a estratégia que adotei foi buscar um influenciador que fosse do mercado, falasse com o público com conhecimento e ainda tivesse uma presença cross-media, ou seja, além das plataformas digitais. Não só montamos um plano que toma partido do airtime dele em um canal de TV, como continuávamos a conversa no digital, tanto nas plataformas dele quanto nas nossas, e ainda tivemos a possibilidade de termos ele como mestre de cerimônias no evento de lançamento. Resultado: lançamos a marca com pertinência e o endosso de alguém que o mercado respeitava.

Aderência

Conecta com a história de cima. O criador deve ter aderência para se conectar com o que a marca ou produto preconizam para que você possa passar um conceito importantíssimo hoje em dia: autenticidade. O ser humano é mais sagaz do que parece, mesmo que não racionalmente, e sente a distância quando algo não é verdadeiro. Busque pessoas que possam falar do seu negócio, produto ou marca com autoridade, caso contrário, vai parecer falso. Falsidade estimula o repúdio em vez de influenciar.

Criatividade

Os criadores têm carisma, conhecem sua audiência e sabem como gerar engajamento e resultados nas plataformas, mesmo considerando os algoritmos. Resista à tentação de passar um briefing muito estruturado, deixe a criatividade deles aflorar. Em uma oportunidade, estava fazendo um trabalho para uma marca de camisinhas e queríamos explorar o pilar música. Fomos buscar uma artista que tinha relevância para o público jovem e que, por coincidência, ainda era consumidora da marca. O briefing foi: Somos uma marca que promove o prazer com responsabilidade e somos democráticos em relação às escolhas das pessoas. A solução não foi um jingle, foi uma música onde a artista citava seu nome no meio da letra, tanto que se identificou com a marca e o discurso.

Consistência

Novamente, é sedutor ver criadores com milhões de seguidores e engajamento e achar que qualquer iniciativa já construirá resultados imediatos (existem vários casos que falam de um post que gerou vendas recordes, até acabar o produto etc.), mas a verdade é que, em uma era onde as pessoas são bombardeadas por milhares de estímulos na palma da mão a cada segundo, buscar consistência é fundamental para construir uma conexão com o influenciador e assim ser lembrado quando ele fizer conteúdos, seja o seu ou outros. Consistência gera conexão.

Pé no chão

Por último, vale novamente uma máxima: a expectativa é a mãe de toda decepção. Estabeleça objetivos claros para a sua estratégia de influencers, sempre lembrando que vivemos em tempos interessantes e temos várias ferramentas para construir o resultado. Com KPIs claros e objetivos realistas, construídos às vezes com o próprio criador, fica mais fácil ficar na estatística dos que têm resultados positivos com o uso de influenciadores.

São cinco pontos simples, que usam do bom senso para trazer um pouco mais de possibilidade e sucesso. Isso porque ainda temos as questões relacionadas a cada plataforma e os algoritmos que as regem, mas isso é tema para outra reflexão.

*Rodrigo Cerveira é CMO da Vórtx e co-fundador do Strategy Studio. Com 30 anos de experiência em estratégia, liderança e desenvolvimento de negócios globais e locais, é especializado em construção de marca e estratégia criativa. É formado em Publicidade e Marketing pela Faculdade Cásper Líbero, com Extensão em Gestão pelo INSEAD (Instituto Europeu de Administração de Negócios).

Omnichannel e Social Commerce: como a integração das tendências está revolucionando a forma de vender e de comprar

Brasileiros dedicam mais de 3 horas às redes sociais, sendo que 75% não está em busca apenas de diversão, e sim de produtos ou serviços

Segundo dados do relatório de Transformação Digital na América Latina, realizado pela Atlanta (2022), os brasileiros passam mais de 3 horas diárias nas redes sociais. Desse tempo, até 2,8 horas podem ser despendidas no TikTok e até 2,2 horas no Instagram. Já segundo a pesquisa da Opinion Box, grande parte dessa parcela não se destina exclusivamente ao entretenimento, uma vez que 75% dos consumidores utilizam as redes sociais para pesquisar produtos, o que torna o social commerce uma poderosa ferramenta não apenas para dar visibilidade às marcas, como gerar vendas de forma integrada, transformando a experiência de compra em algo próximo ao natural, que pode acontecer de maneira quase imperceptível.

Segundo o palestrante e especialista em marketing, Gabriel Pianaro, a combinação de estratégias omnichannel e social commerce é uma tendência que está se mostrando cada vez mais essencial para pequenas e médias empresas (PMEs). “O omnichannel já não é uma novidade no comércio eletrônico e é fundamental compreender que a sua eficácia vai além da simples integração de canais e estratégias. Nesse cenário, é essencial acompanhar de perto as mudanças no comportamento do consumidor e estar presente nos locais onde seu público procura informações ou se diverte. A jornada de compra do consumidor não segue uma linha reta, e reconhecer que ela pode ocorrer em qualquer momento do dia, implica não apenas em estar disponível, mas em oferecer experiências de compra contínuas, sem interrupções, e, às vezes, tão naturalmente integradas que se tornam quase imperceptíveis. É nesse contexto que o social commerce se destaca”, explica.

Especialista em marketing e palestrante, Gabriel Pianaro
Divulgação

Para Gabriel, a união entre o omnichannel e o social commerce é uma tendência que está moldando o cenário de marketing, sendo uma oportunidade para PMEs que desejam aumentar a sua presença online e alcançar um público mais amplo. “Pense num cenário onde o consumidor está olhando as suas redes sociais e vê um influenciador falando do produto que ele precisa, seja um fone de ouvido, um celular ou mesmo algo para casa. Se esse consumidor tiver a oportunidade de fazer a compra diretamente pelo Instagram, com facilidades de pagamento, agilidade na entrega e frete grátis, é possível verificar que a sua marca ofereceu a melhor experiência de compra possível”, reforça Gabriel.

Omnichannel e social commerce

O omnichannel refere-se à integração de diferentes canais de vendas e atendimento, como lojas físicas, lojas online, redes sociais e aplicativos móveis, em uma experiência de compra unificada. Por outro lado, o social commerce envolve a utilização das redes sociais, como o Instagram, Facebook e TikTok, como plataformas de venda direta, permitindo que os consumidores comprem produtos sem sair do ambiente das redes sociais. “Essas duas ferramentas se complementam e devem ser consideradas como primordiais para empresas que queiram se destacar no competitivo mercado de produtos e serviços. A correta utilização dessas estratégias, aumenta a conversão, o alcance da marca, o engajamento do cliente, gera uma análise de dados mais avançada e facilidade de rastreamento. Pontos fundamentais para qualquer negócio”, explica Gabriel.

Compras não lineares e concepção de tempo na experiência de compra

Gabriel explica que uma experiência de compra de alta qualidade deve respeitar a jornada do cliente, acompanhando os passos que o levam à decisão de compra, no entanto um ponto deve ser considerado nesse processo: a concepção de tempo de compra. “O uso das redes sociais e as experiências no metaverso, por exemplo, estão desafiando a nossa concepção tradicional de tempo. Ou seja, se anteriormente seguíamos uma abordagem linear ao analisar as fases de consciência, consideração e decisão do cliente, hoje, embora ainda exista uma certa sequência, o processo de consumo não é mais tão estruturado ou segmentado. Isso reforça ainda mais a necessidade de uma verdadeira integração entre os canais de comunicação, pois ela irá influenciar na agilidade da jornada e na decisão de compra dos clientes, uma vez que os canais estejam integrados e ofereçam uma experiência de compra completa”, explica o especialista.

Para ilustrar, Gabriel dá o exemplo de um cliente que está navegando no Tik Tok e abre uma aba de produtos. “Neste momento o cliente não quer sair da plataforma para visitar um site ou outra página, ele espera encontrar todas as informações necessárias ali, naquele momento. Sendo assim, todas as informações devem estar ali. O mesmo se aplica ao WhatsApp ou qualquer outra rede social; se esse canal está disponível, seu cliente precisa encontrar informações sobre pagamento, entrega, prazos e todos os benefícios sem sair da plataforma. É fundamental que as PMEs reconheçam a importância de adotar essas tendências, uma vez que ignorar essas oportunidades pode significar perder a chance de conquistar novos clientes e expandir os negócios”, finaliza.

Benefícios da Combinação do Omnichannel e Social Commerce para PMEs

Aumento da Visibilidade Online

A presença nas redes sociais oferece às PMEs uma vitrine virtual acessível a um amplo público. A integração com o omnichannel garante que os clientes possam comprar facilmente após descobrirem produtos nas redes sociais.

Engajamento do Cliente

As redes sociais são plataformas poderosas para o engajamento dos clientes, as PMEs podem aproveitar esse espaço para interagir diretamente com os clientes, responder a perguntas e construir relacionamentos sólidos e duradouros.

Ampliação do Alcance

O compartilhamento social permite que os clientes promovam produtos para seus círculos pessoais, ampliando o alcance orgânico da marca.

Personalização da Experiência do Cliente

Estratégias omnichannel permitem que as PMEs personalizem a experiência do cliente com base em suas preferências e histórico de compras, aumentando a satisfação do cliente.

Análise de Dados Avançada

A combinação de dados de redes sociais e informações de compras omnichannel oferece insights valiosos que podem ser usados para ajustar estratégias de marketing e aumentar a eficiência das campanhas.

Fonte: Trio Comunicação – Natu Marques

Uma pergunta

Estamos de volta com mais uma edição do Uma pergunta

Desta vez convidamos o Gerson Affonso que é fundador e Gerente Comercial e responsável por Desenvolvimento de Novos Negócios da Make Live Marketing & Tecnologia (Digital Signage).

O Publicitando perguntou: Qual é o “core business” da Make Live? E o Gerson respondeu:

O “core business” da Make Live é Digital Signage, conhecida também como DOOH (Digital Out Of Home), uma rede de painéis digitais (TVs, Monitores, Painéis de LED, Totens Digitais, etc.) gerenciados remotamente (via cloud) por meio de um software específico.

Atualmente a Make Live trabalha com as soluções:
TV Corporativa, Totens Digitais, Painéis de LED, TV Indoor, Vitrine Digital, Mídia TV, Vídeo Wall e Menu Board Digital. Acesse o site e saiba mais sobre cada uma dessas soluções.

Para cada solução são criadas grades de programação (conteúdo) específicas considerando a finalidade do projeto e o perfil da audiência a ser engajada (endomarketing, publicidade, informativo, etc.).

A Make Live completou 15 anos em abril deste ano e tem como missão aproximar a comunicação, serviço ou produto do público desejado por meio das suas soluções e em pontos estratégicos, criando e entregando valor para satisfazer as necessidades de cada mercado.

Não se trata de ON ou OFF, mas de estar presente na jornada das pessoas, ampliando o alcance com segmentação e direcionamento.

Conteúdo relevante, para o público certo e no momento adequado!