Quais são as marcas brasileiras mais admiradas no exterior?

Segundo Michel Alaby, Natura, O Boticário e Havaianas são as marcas brasileiras que mais despertam interesse de consumidores em outros países

Recentemente, a consultoria internacional Brand Finance divulgou a lista das cem marcas mais valiosas do mundo em 2020. Em tempos de pandemia mundial, sem dúvida, se destacar é muito importante. Nesse ranking constam somente empresas da América do Norte, Ásia, Europa e uma única de outro continente, a Saudi Aramco, estatal de petróleo da Arábia Saudita. Mas, para Michel Alaby, especialista em Comércio Exterior e presidente da Alaby & Consultores Associados, há marcas brasileiras que fazem um bom trabalho, e poderiam fazer parte de uma lista como essa: Natura, O Boticário e Havaianas.

Para chegar a esse diagnóstico, Alaby analisou mais do que simplesmente o volume de negócios com países de fora e participação nas exportações, mas a existência de representantes regionais dessas marcas brasileiras, lojas em locais com grande visibilidade e principalmente a percepção de valor que o consumidor de fora tem dessas marcas, fruto de um bom trabalho de posicionamento de marca.

Cada uma dessas marcas tem uma estratégia de posicionamento diferente, que Alaby analisou separadamente, levando em consideração também se e como a origem brasileira faz parte dessa estratégia.

A Natura tem como um de seus propósitos de marca a sustentabilidade, um valor cada vez mais importante para o consumidor brasileiro e fundamental para consumidores de muitos mercados nos quais a marca está presente, especialmente quando trata da preservação da Amazônia, uma questão imediatamente relacionada à imagem do Brasil.

O Boticário, que já conta com lojas franquiadas em Dubai, e tem também outras marcas dentro de seu portfólio, como Eudora e Quem disse, Berenice?, que apelam à diversidade e ao empoderamento feminino, também tem a sustentabilidade como parte do seu posicionamento de marca, mas não apela diretamente à questão da Amazônia, falando sobre o tema. Em seu site em inglês, é possível encontrar informações sobre as práticas sustentáveis da empresa, como eficiência energética de suas fábricas ou a não testagem de produtos em animais.

Mesmo assim, a origem brasileira faz parte da maneira como essas marcas se apresentam ao consumidor estrangeiro, usando o próprio consumidor brasileiro como referência, se apresentando como “a mais amada marca de beleza do Brasil”.

O caso das Havaianas, segundo Alaby, pode ser considerado o mais emblemático de todos. A marca nasceu como um produto sem diferenciação, ficou estigmatizada como o calçado de uma camada da população com menor poder aquisitivo, reposicionou sua marca para ser universal e depois ganhou o mundo. Hoje, é uma das grifes brasileiras mais conhecidas, tanto no Brasil como no exterior. “Mais que um produto, um conceito que se tornou universal. A partir daí, mais do que sandálias, Havaianas vendem um estilo de vida, com DNA 100% brasileiro. De popular viraram pop e o mercado externo percebeu e gostou disso.”

“Essas são marcas que mostram caminhos que outras brasileiras podem seguir, especialmente aquelas que pertencem a empresas que pensam em se internacionalizar, porque elas não terão somente de disputar mercados estrangeiros com os players que já estão lá. Podem ter de defender sua posição no mercado brasileiro de competidores estrangeiros. E mais cedo ou mais tarde, nosso mercado se tornará mais aberto e essa competição vai acontecer aqui. É preciso estar preparado.”

Alaby ainda aponta que, apesar do bom trabalho feito por essas marcas, ainda há espaço para um trabalho de branding, para divulgar a “marca Brasil”. O consultor dá como exemplo países como Itália, Alemanha, Japão, Chile e Colômbia, que se tornaram tão especializados e sinônimos de excelência em um tipo de produto ou serviço que a origem se tornou uma segunda marca.

Ele cita o caso do design italiano, engenharia alemã, tecnologia japonesa, café colombiano e vinho chileno. Os consumidores foram percebendo ao longo do tempo que esses países eram bons nessas especialidades e o certificado da origem nacional acabou se tornando uma fonte de percepção de valor dos produtos tão grande, ou até maior em alguns casos, que a própria marca em si.

Em alguns casos, isso ocorreu organicamente. Em outros, foi resultado de um trabalho de branding muito bem feito, como é o caso do café colombiano, que, criando um personagem mascote, o cafeicultor Juan Valdez, que estrelava várias campanhas valorizando as características do produto do nosso vizinho, como sua acidez, em detrimento do café brasileiro. “Ao contrário de nós, brasileiros, que passamos o século passado exportando café como uma comodity, os colombianos foram pioneiros no conceito do café gourmet e uma saca de café colombiano custa mais caro que do brasileiro. Mas é um erro dizer, tecnicamente falando, que nosso produto seja inferior.”

Mas o Brasil pode aprender com as omissões do passado, em que simplesmente ficou olhando outros países crescerem em mercados internacionais que poderiam ser dominados por empresas e marcas brasileiras. “Carne bovina, carne de frango e calçados são exemplos de produtos nos quais temos qualidade, custos muito competitivos e profissionais competentes em todas as fases da cadeia produtiva. Esses setores, entre outros, poderiam se beneficiar muito de um trabalho de branding em conjunto, seguindo o exemplo do café colombiano, para que o carimbo do ‘Made in Brazil’ agregue valor a cada item vendido. Fica a dica para as empresas e associações de classe”, ensina.

Marcas e a pandemia – O consultor destaca que a pandemia causada pelo coronavírus tem sido uma oportunidade para que marcas mostrem que tem propósito e se destaquem positivamente, sem oportunismo, mas com posicionamento em assuntos relevantes. Ele cita recente pesquisa da HSR Specialist Researchers, denominada Marcas Transformadoras – maior estudo de marcas do País e que aponta as empresas que mantiverem um posicionamento mais consistente são as que estão construirão maior relevância. De acordo com o ranking, com algumas mudanças de posições, Magazine Luiza, Netflix, iFood, Natura e Ambev são as marcas mais transformadoras durante o isolamento social, de acordo com o público.

“Uma pesquisa da LLYC na Europa e na América Latina com cerca de cem executivos de marketing, entre o fim de maio e início de junho, definiu as prioridades na pandemia: ações de propósito de marcas, cooperação interna e canais digitais. O principal desafio das organizações, com 98% das respostas, foi promover a colaboração entre áreas e departamentos. Para o público externo, cresceu a preocupação com o propósito de marca (73% do total), bem como a experiência do consumidor,” conclui.

Fonte: Dupla Inteligência Editorial – Marco Barone

Pão de Açúcar tem novo posicionamento e nova campanha

Pão de Açúcar lança nova campanha para inspirar a felicidade em suas mais diversas formas

Criada pela BETC/Havas, “Felicidade pode ser tanta coisa” estreia novo conceito de comunicação da marca e conta com ações inspiradas no comportamento de consumidores nos últimos meses. A ação institucional acontecerá em duas fases e tem o objetivo de estimular as felicidades redescobertas no momento atual

Vinte vinte. Um ano cheio de ensinamentos para as vidas de todos e todas também mostrou que a felicidade pode ser um grande aprendizado – e que pode ser reinventada. Aprendemos novas receitas e novas formas de fazer as mesmas coisas. Aprendemos que é possível estar presente mesmo estando longe. E aprendemos até que a distância pode significar um ato de amor. É com essa premissa que o Pão de Açúcar, que tem a felicidade como propósito, apresenta a campanha ‘Felicidade pode ser tanta coisa’. O conceito reflete uma nova comunicação da marca e busca engajar ainda mais os clientes da marca Pão de Açúcar através de ações que ajudam a concretizar felicidades em suas mais diversas formas.

A campanha estreia nesta sexta-feira (17) com filme em canais fechados de televisão, e também canais digitais, apresentando diversas iniciativas da rede para espalhar uma mensagem de esperança em um cenário de retorno gradual às atividades do dia a dia. Depois, se desdobra para uma segunda fase em que o foco será a qualidade do atendimento, dos serviços e dos produtos que os consumidores do Pão de Açúcar sabem encontrar apenas nas lojas da rede.

Com criação da BETC/Havas, a campanha tem como ponto de partida o lançamento do filme no dia 17 de julho em versão de 45 segundos para TVs fechadas e em perfis da marca em redes sociais. Ao som da música ‘I Can See Clearly Now’, composta pelo músico americano Jonhny Nash, e regravada exclusivamente para a campanha, o filme traz mensagens positivas e de esperança. Para isso, apresenta iniciativas do Pão de Açúcar que contribuem com a valorização de momentos de felicidade identificados no comportamento do público durante este cenário de pandemia. O primeiro deles é o ‘Pão do Pão’, uma ação inspirada no movimento de todos aqueles que se aventuraram com a mão na massa dentro de casa. Por meio de uma receita única e compartilhável, criada pelo especialista em boulangerie e patisserie Páscal Menard, o ‘Pão do Pão’ vai trazer um desafio completamente novo aos padeiros e padeiras da quarentena para a produção de dois pães artesanais – um para si próprio e outro para presentear alguém especial. O “Pão do Pão” também poderá ser encontrado em versão pronta para consumo em todas as lojas da rede. Outra novidade para as gôndolas, a partir de agosto e na mesma linha, é um kit Cheftime(marca de gastronomia exclusiva do Pão de Açúcar) para o preparo de massas artesanais – feitas com fermento biológico e com receitas de três tipos diferentes: ciabatta, pão rústico e massa de pizza.

Na sequência, o filme da campanha apresenta as bombas de sementes, conhecidas como Seed Bombs, que serão distribuídas pelo Pão de Açúcar aos seus clientes e colaboradores. Como o próprio nome já antecipa, tratam-se de pequenas sementes de plantas encapsuladas dentro de uma esfera e com tecnologia que as permitem serem cultivadas em lugares que não contam com áreas verdes. É intuitivo e divertido: basta lançar as “bombas” em qualquer lugar e esperar para crescerem onde quer que caiam. Baseada no forte crescimento de vendas de plantas durante o período de pandemia, o Pão de Açúcar distribuirá mais de 28 mil unidades neste mês de julho com bombas de sementes das espécies Girassol e Zinnia.

Por fim, o Pão de Açúcar revela que presenteou os principais parques da cidade de São Paulo com marcações de distanciamento social, além de instalar dispositivos de álcool em gel para o uso dos frequentadores dos espaços. O objetivo é ajudar a preparar a cidade para a volta gradual do convívio em sociedade, em linha com a permissão dos órgãos de saúde e governamentais, fazendo com que as pessoas voltem a desfrutar desses locais com segurança. As delimitações em formatos esféricos já podem ser vistas nos gramados do Parque do Ibirapuera, Parque Burle Marx e Parque do Carmo desde a segunda-feira 13. A ação, criada e desenvolvida pela agência BETC/Havas, segue todos os protocolos sanitários estipulados pela Prefeitura da cidade e os horários de funcionamento e regras para visitação podem ser consultados no site da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente. Depois de apresentar todas as iniciativas, o filme se encerra com a assinatura do novo conceito “Felicidade pode ser tanta coisa”.

“O ano de 2020 é diferente de tudo o que já vivemos. Trouxe grandes desafios, mas também a possibilidade de ensinamentos e o aprendizado de que, somente juntos e com serenidade, podemos enfrentar os obstáculos. Foi dessa maneira que o Pão de Açúcar seguiu trabalhando para responder com agilidade à pandemia de covid-19 e atuou rapidamente para manter suas lojas abastecidas, cada vez mais seguras para os seus clientes e colaboradores e expandir os seus serviços de e-commerce e do James para que as compras pudessem ser feitas sem sair de casa”, analisa Othon Vela, Diretor de Marketing do Pão de Açúcar.

O executivo ressalta que o cenário atual pede para que olhemos à frente e de que essa foi uma das inspirações para a campanha. “Agora, sentimos que era o momento de avançar um passo e levar uma mensagem de esperança para a sociedade neste cenário de retorno gradual das atividades. Por isso, a campanha ‘Felicidade pode ser tanta coisa’ busca mostrar tudo o que aprendemos juntos nestes últimos meses – e especialmente que a felicidade não é algo que se define e que para cada pessoa se manifesta do seu próprio jeito. Seguimos trabalhando, enquanto agentes transformadores da sociedade, para cuidarmos de nossos consumidores e funcionários. Mas acreditamos que dias melhores estão por vir”, detalha Vela.

A nova campanha também estará permeada nas lojas da rede com materiais de comunicação criados especialmente para os PDVs. “A felicidade é o território do Pão de Açúcar. Agora, por meio desse novo conceito, nosso objetivo foi atualizar essa ideia de felicidade, já que para muitas pessoas, principalmente nesse período tão delicado que estamos vivendo, esse sentimento passou a estar presente em momentos que nem imaginávamos, e a esperança também passou a ser uma forma de nos sentirmos felizes”, comenta Romolo Medga, Diretor de Criação da BETC. Ainda, nas redes sociais, a campanha também será ativada por meio de um hastag que encurta a assinatura de comunicação, mas mantém o seu entendimento. A partir do mote #FelicidadePodeSer, o Pão de Açúcar irá estimular que os próprios usuários compartilharem as suas maneiras de serem felizes.

Já a segunda fase da campanha contará com materiais focados na qualidade do atendimento, dos serviços e dos produtos oferecidos pelo Pão de Açúcar. Para isso, um segundo filme apresentará a variedade de itens com sortimento exclusivo encontrados nas lojas e e-Commerce da rede (www.paodeacucar.com), assim como a experiência de compras proporcionada pelo Pão de Açúcar. Pioneiro em transformação digital no varejo brasileiro, este segundo filme também ressaltará como a tecnologia é utilizada para reforçar cada vez mais o aspecto humano, em linha sobre as novas formas de se conectar e promover encontros, ainda que a distância, com aqueles que amamos.

Outro aspecto que será valorizado na nova campanha do Pão de Açúcar é a experiência omnicanal, retratada em diferentes momentos das pessoas tendo contato com a marca em seus mais diferentes canais – seja na rede de supermercados, nas lojas de vizinhança Minuto Pão de Açúcar, no e-commerce, no aplicativo Pão de Açúcar Mais, pela plataforma Cheftime e pelo aplicativo de entregas James.

Ficha Técnica

Agência: BETC/Havas

Cliente: Pão de Açúcar

Produto: Institucional

CCO: Erh Ray

General Manager: Daniel Jotta

Diretora Executiva de Criação: Andrea Siqueira

Diretor de Criação: Romolo Megda

Criação: Paula Junqueira, Daniel Zappa, Bruna Marques, Mel Vivaldi, Paulo Pires, Mayara Sales, Cassia Kriss e Lucas Stelzer

Marcas & Negócios: Monica Moraes, Raquel Hipólito, Octavio Palencia e Fernanda Barros

Canais & Engajamento: Carlinha Gagliardi, Ariane Finavaro, Thyago Azevedo, Alexandre Lopes, Daniel Oliveira, Ricardo Xavier, Fátima Azevedo e Flavia Antoniassi

Estratégia: Agatha Kim, Dannylo Silveira e Gabriel Lopes

Produção: Anna Ferraz, Juliana Arantes e Priscyla Farina

Produtora: Sentimental Filme

Direção de Cena: Raphael Gasparini

Produção Executiva: Marcos Aráujo

Diretora Operacional e Atendimento: Renata Pimenta

Atendimento: Lucas Millan (Luke) e Adriana Putini

Head de Produção: Renata Picheco

Coordenação de Produção: Gabriela Mangieri

Diretor de Fotografia: Fernando Bertoluci

Diretor de Arte: Patricia Beatriz Nunes Pereira

Pós Produção: Sentimental Filme

Coordenação de Pós Produção: Zeca Daniel

Atendimento de Pós-Produção: Layssa Pascher

Montador: Alberto Cardoso

Color: Bleach Filmes

Produtora de Audio: S de Samba

Direção Musical: Wilson Simoninha e Jair Oliveira

Produção: Diego Guimaraes e Pedro Caldas

Edição e Mixagem: Antonio Arruda e Flavio Gondim

Cantora: Melissa McMillan

Produção Executiva e Atendimento: Meg Magro

Aprovação do Cliente: Laurent Maurice Cadillat, Othon Vela, Camila Corbellini, Esther Napoli, Camila Molezine, Milene Mendes e Alice Andrade

Fonte: Giusti Comunicação – ISABELLA BONITO

Os fatores de comunicação e marketing que mais se destacam

Intensivão de VUCA

por Josué Brazil

Tenho ouvido, assistido e lido muita coisa sobre comunicação e marketing neste período difícil de isolamento social e luta contra a pandemia de Covid 19.

É muito conteúdo bom. Lives, podcasts, webinares, artigos e textos. Separei algumas coisas que estão aparecendo com constância e com as quais concordo.

1 – Posicionamento e/ou propósito – empresas e marcas que já tinham um propósito claro e bem definido e que o praticavam, estão em posição de vantagem. Quem adaptou ou reposicionou seu posicionamento/propósito mantendo-o verdadeiro e válido para o cenário de crise também saiu na frente e colhe e colherá frutos.

2 – Digitalização – quem já estava com os dois pés fincados no mundo digital enfrentou um pouco menos de dificuldades. Quem estava em processo de transformação digital e conseguiu acelerar de modo minimamente organizado também;

3 – Empatia – esse parece ser o item fundamental e definitivo desta crise. Praticar empatia pra valer, de verdade. Entender que na outra ponta há pessoas. Entender suas necessidades e aflições. Apoiar. Explicar. Colaborar.

4 – Customização – de tudo: serviços, produtos, distribuição, embalagem, atendimento, marketing e comunicação. Entender para atender. Dados aqui são importantes. Muito importantes. O consumidor seguirá sendo exigente depois da crise. Ele vai entender que as marcas podem e devem fazer mais.

5 – Verdade, transparência, ética – precisa mesmo explicar? Discurso falso ou atitudes contraditórias levam e levarão à rejeição.

Muitas outras coisas importantes e interessantes têm sido colocadas e discutidas. Essas, na minha modesta opinião são aquelas que se destacam. O fato é que o momento é de um repensar constante apoiado numa contínua análise de como as coisas estão se desenrolando. É um intensivão de compreensão do cenário VUCA (Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade) no qual o mundo já estava inserido.

Centennials e Millennials esperam mais das marcas, usam mais redes sociais como TikTok, mas se descuidam da alimentação durante a pandemia

Gerações mais jovens são mais digitais e esperam um posicionamento mais proativo das marcas

Uma nova análise do Barômetro Kantar COVID-19, o principal estudo que explora as influências do coronavírus nas atitudes, comportamentos e expectativas de pessoas em mais de 50 mercados, revelou como os jovens das gerações Centennials (18-24 anos) e Millennials (25-34 anos) se diferenciam das faixas etárias seguintes.

48% deles acreditam que as marcas precisam servir de exemplo e guiar a mudança, contra 31% das pessoas com 55 anos ou mais; 35% deles esperam que as marcas usem seu conhecimento para explicar e informar seus consumidores, contra 28% com 55 anos ou mais. “Isso revela que em comparação com outras gerações, os jovens adultos têm uma expectativa maior de uma participação mais proativa das marcas na sociedade”, afirma Valkiria Garré, CEO de insights da Kantar Brasil.

Comportamento digital, consumo de mídia

Os Centennials e Millennials saem na dianteira como as gerações que aumentaram suas compras online em decorrência do COVID-19 (39%) em relação a população geral (32%), entre 35 e 54 anos (30%) e com 55 ou mais (24%). 47% deles também esperam aumentar seus pedidos de e-commerce em relação ao mês anterior (apenas 25% dos entrevistados com 55 ou mais farão o mesmo).

Essas duas gerações também se destacaram no uso de todas as redes sociais, sendo que a novata TikTok mostrou um crescimento expressivo desde o início da pandemia. Confira o gráfico:

“Com os desafios que geram engajamento em massa e viralizam, o TikTok se tornou uma forma de entretenimento rápido e de socialização digital em tempos de isolamento social”, afirma Valkiria. “Mas YouTube e Instagram ainda continuam líderes devido ao crescimento de transmissões ao vivo (lives) que incluem treinamento virtual, receitas de culinária e, claro, os shows de música.”

Já o consumo tradicional de mídia doméstica, assim como o online, cresceu significativamente durante a quarentena, principalmente entre os mais jovens: 63% dos Centennials e Millennials consumiram mais TV tradicional depois do COVID-19 (56% da população geral e 22% com 55 anos ou mais fizeram o mesmo); 58% começaram a consumir mais TV streaming (51% da população geral e 39% dos 55+; e 77% passaram a assistir mais vídeos online em diferentes plataformas (67% da população geral e 48% dos 55+).

“Os hábitos de consumo de mídia digitais das gerações mais jovens se acentuaram consideravelmente com o distanciamento social. Mas é interessante ver que eles também recorreram à TV Tradicional como fonte de entretenimento e informação”, diz Valkiria.

Muito tempo em casa, pouco tempo para a dieta

Em contrapartida, os entrevistados com 55 anos ou mais não deixaram a nova rotina mudar sua dieta: apenas 25% se preocuparam menos com a dieta durante a quarentena (38% dos Centennials e Millennials se descuidaram nesse ponto). 55% dessas gerações mais jovens também falaram que passaram a fazer mais lanches ao longo do dia (44% dos brasileiros com 55 ou mais fizeram o mesmo).

Isso não impediu, porém, essas gerações mais jovens de entrar na cozinha: 61% estão tentando novas receitas durante a quarentena (em comparação a 58% da população geral e 49% dos brasileiros com 55 anos ou mais).

“Não é à toa que estamos vendo um boom de conteúdo sobre receitas e comidas nas redes sociais. Ele leva ao engajamento e cria uma conexão com as pessoas que estão distantes em tempo de quarentena”, afirma Valkiria.

Sobre o Barômetro COVID-19

A pesquisa foi realizada online com 500 brasileiros com 18 anos ou mais entre os dias 13 e 16 de março (primeira onda), 27 e 31 de março (segunda onda) e 13 a16 de abril de 2020. A versão completa conta com 17 questionamentos sobre hábitos dos entrevistados relacionados à pandemia. Ele foi feito em 30 mercados com mais de 25 mil consumidores. Entre os temas abordados estão: atitudes dos consumidores; hábitos de mídia; hábitos de viagem; impacto nos comportamentos de compra online e off-line; e expectativas em relação às marcas. Para saber como ter acesso a todos os dados, clique aqui.

Fonte: Tamer Comunicação – Karina Rodrigues/Assessora de Imprensa