Publicidade OOH: o tradicional ainda impacta

Por Carlos Santana*

A publicidade out of home (OOH) evoluiu ao longo das décadas, mas a essência permaneceu: estar onde as pessoas estão. Seja em um outdoor, em pontos de ônibus ou em mobiliários urbanos, essa forma de comunicação tem se mostrado uma das mais eficazes e de maior impacto, mesmo no marketing moderno – considerando que as pessoas estão cada vez menos em casa e que as campanhas 100% digitais têm se tornado um símbolo de exaustão.

Imagem de Mariakray por Pixabay

Segundo o Target Group Index, do Kantar Ibope Media, a OOH alcança 89% da população brasileira, o que a coloca como o segundo meio mais consumido no país. Os números revelam uma característica essencial dessa estratégia, que é a impossibilidade de “desligar”. Ao contrário de anúncios virtuais, que podem ser ignorados com um simples clique, a OOH está presente no cotidiano das pessoas, de forma constante e inevitável.

O impacto vai além da simples exposição. Ele atua diretamente no campo visual das pessoas enquanto elas realizam as atividades diárias, seja indo ao trabalho, passeando pela cidade ou aguardando um atendimento. O consumidor passa várias vezes pelo mesmo anúncio ao longo da semana, o que garante uma alta taxa de lembrança da marca.

Essa “lembrança de marca” é uma das principais forças da metodologia. A publicidade fora de casa oferece uma exposição prolongada e contínua, capturando os olhos em momentos de deslocamento ou pausa. Ela conversa com todos e é capaz de se adaptar a públicos distintos, personalizando a mensagem de acordo com o local onde está inserida. Um anúncio pode se comunicar de uma maneira em um bairro central e de outra completamente diferente em uma comunidade periférica.

Nos últimos anos, o DOOH (Digital Out of Home) trouxe ainda mais inovação ao setor, transformando painéis estáticos em telas interativas e dinâmicas. A integração entre o OOH tradicional e o digital abriu portas para experiências mais criativas, já que as pessoas são impactadas no exterior e acabam se envolvendo com as marcas no espaço digital posteriormente. Com múltiplos benefícios, a abordagem funciona, inclusive, como um catalisador para campanhas online.

Em termos de investimentos, o cenário também é promissor. Segundo um relatório da Cenp-Meios, o OOH foi a mídia que mais cresceu em 2022. E isso não é acidental. À medida que o digital fica saturado, as empresas buscam formas de se destacar, e o OOH oferece justamente essa visibilidade diferenciada. É tempo de inovar. Ironicamente, os formatos tradicionais ainda funcionam nesse sentido.

No Brasil, com mais de 16 milhões de pessoas vivendo em favelas e a circulação de renda nessas áreas alcançando R$202 bilhões anuais, as marcas têm à disposição uma grande oportunidade de estabelecer conexões profundas com públicos diversos. Mas, para que essa oportunidade se transforme em uma estratégia de sucesso, é preciso ter responsabilidade. A publicidade OOH pode se tornar uma força para o bem, quando feita de maneira ética e consciente, respeitando os contextos locais e promovendo o desenvolvimento sustentável.

Ao se adaptar às novas demandas sociais e tecnológicas, a OOH não apenas continua relevante, como também lidera a revolução da publicidade no espaço público. Fazer o “básico bem feito” nunca foi tão verdade.

*Carlos Santana é CEO e fundador do Grupo Mídia 10 Propaganda

Mercado publicitário tem crescimento de 16% no primeiro semestre

Cenp-Meios confirma força do mercado publicitário e registra crescimento de 16% no primeiro semestre de 2024

Os investimentos em mídia via agências no primeiro semestre de 2024 registraram um crescimento de 16% frente ao mesmo período de 2023. A leitura do painel Cenp-Meios foi feita com 325 agências, que reportaram ao Cenp – Fórum de Autorregulação do Mercado Publicitário sua movimentação nos últimos meses. No total, esse grupo atingiu a marca de R$ 10,6 bilhões, frente aos R$9,14 bilhões de janeiro a junho do ano passado.

‘A pujança e consistência dos investimentos em mídia via agências de publicidade, neste ano, confirmam a solidez dessa indústria. Como, historicamente, o aporte tende a ser maior no segundo semestre, tudo nos leva a crer que com novas frentes como Rock in Rio, Black Friday e eleições fecharemos 2024 com um marco significativo para o nosso negócio”, sinaliza Luiz Lara, Chairman do Grupo TBWA no Brasil e Presidente do Cenp.

Vale lembrar que, ao longo do ano de 2023, a taxa de crescimento dos investimentos aferida pelo Cenp-Meios indicou um primeiro semestre com alta de 7% e encerramento na casa dos 10%. Então, o registro de 16% neste período de 2024 se mantém acima da média do ano anterior, reiterando a aposta das marcas e dos anunciantes. E para tangibilizar a força do mercado publicitário, o IBGE acaba de divulgar o PIB do segundo trimestre que contabilizou um crescimento de 1,4%, dado este que levou analistas de mercado a ampliarem as projeções para o ano, que devem ficar na casa dos 2,5% e 2,7%.

As informações captadas pelo Cenp para definição do novo painel são acompanhadas pelo CTMI – Comitê Técnico de Métricas e Indicadores – que reúne especialistas e dirigentes representantes de Anunciantes, Agências, Veículos e Elos Digitais. As informações fornecidas pelas agências são aquelas dos PIs efetivamente executados, de forma consolidada por meio, período, estado e região, sem que o Cenp tenha acesso a qualquer outra informação de cliente ou veículo.

Painel Completo:

Cenp-Meios: crescimento acima do esperado de 23% no primeiro trimestre aponta para ano promissor

Em números absolutos, este primeiro trimestre somou R$ 4,5 bilhões, em comparação com os R$ 3,7 bilhões anteriores

Imagem de Moondance por Pixabay

O mercado publicitário mostrou um surpreendente crescimento nos primeiros três meses de 2024. Levantamento feito pelo Cenp-Meios mostra que os investimentos em mídia via agências saltaram 23,1%, frente ao mesmo período de 2023. Para efeito de comparação, ao longo de todo o último ano, os indicadores de ascensão oscilavam entre 7% e 10%. Em números absolutos, este primeiro trimestre somou R$ 4,5 bilhões, em comparação com os R$ 3,7 bilhões anteriores. Leitura atual foi feita com 317 agências versus 299 reportadas em 2023.

Os dados relevam um recorde na retomada da indústria publicitária no pós-pandemia. Lembrando que o segundo semestre começa com Olimpíadas em Paris e fecha com eleições municipais, Black Friday e Natal que – seguramente – vão movimentar ainda mais anunciantes, veículos, elos digitais e agências. Mais uma vez, para efeito de comparação, os indicadores do Cenp-Meios mostram o fôlego renovado do mercado publicitário: no primeiro trimestre o PIB do Brasil cresceu 0,8%, comparado com o último trimestre de 2023, divulgado pelo IBGE, nesta terça (4). Nos últimos doze meses, a economia brasileira avançou 2,5%, ante o mesmo período do ano passado.

“Crescimento de pouco mais de 23% reitera a importância dessa indústria para a economia e como ela é um alicerce para todas as outras indústrias. É um mercado que não dá passos para trás frente aos desafios diários impostos pela economia e eventos imponderáveis, que fogem ao nosso controle, como a persistente Guerra no Oriente Médio ou a devastação na região sul”, diz Luiz Lara, presidente do conselho do Cenp.

Todas as informações captadas pelo Cenp para definição do novo painel são acompanhadas pelo CTMI – Comitê Técnico de Métricas e Indicadores – que reúne especialistas e dirigentes representantes de Anunciantes, Agências, Veículos e Elos Digitais. “Os números de investimento em mídia do primeiro trimestre são uma grata surpresa confirmando a maturidade e a força da publicidade brasileira e a importância da comunicação para ampliar a conexão entre marcas e consumidores”, afirma Salles Neto, coordenador do CTMI.

O painel Cenp-Meios é consolidado a partir dos dados fornecidos pelas agências por meio dos Pedidos de Inserção (PIs) efetivamente executados, de forma consolidada por meio, período, estado e região, sem que o Cenp tenha acesso a qualquer outra informação de cliente ou veículo.

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Fonte: Emilia Spirlandelli

Propaganda cresce cerca de 10%

Cenp-Meios: crescimento de 10% mostra estabilidade dos investimentos em 2023

Nos nove primeiros meses de 2023, o mercado publicitário registrou um investimento de R$ 14,9 bilhões, frente aos R$13,6 bilhões, do mesmo período no ano anterior. Isso significou um avanço de 9,8% em movimentação de mídia no País, entre janeiro e setembro. Os dados foram aferidos pelo Cenp-Meios com 325 agências de publicidade, ante 316, em 2022.

Ao olhar para a evolução ao longo dos últimos meses, percebe-se que o percentual de crescimento em 2023 seguiu equilibrado, na casa dos 10%. O ano começou com o residual de uma movimentação de comunicação atípica no final de 2022, com Copa do Mundo e eleições, e certa instabilidade, diante de uma nova diretriz político-econômica. Os indicadores foram gradativamente melhorando, o desemprego, por exemplo, caiu para 7,7% e o IBGE registrou um recorde de trabalhadores ocupados no País em setembro, o que impacta o consumo e, portanto, a indústria publicitária como um todo. Os últimos meses do ano, tradicionalmente, tendem a ganhar um novo fôlego com Natal e verão. “Importante é constatar que, mesmo diante dos desafios inerentes ao ano, houve um crescimento, as marcas seguem investindo e os veículos e elos digitais buscando alternativas para conexão com consumidores”, sinaliza Luiz Lara, presidente do Conselho do Cenp.

Em 2022, o volume total captado pelo painel Cenp-Meios foi de R$ 21,2 bilhões. Todas as informações captadas pelo Cenp para definição do novo painel são acompanhadas pelo CTMI – Comitê Técnico de Métricas e Indicadores – que reúne especialistas e dirigentes representantes de Anunciantes, Agências, Veículos e Elos Digitais. As informações fornecidas pelas agências são aquelas dos PIs efetivamente executados, de forma consolidada por meio, período, estado e região, sem que o Cenp tenha acesso a qualquer outra informação de cliente ou veículo.

Sobre o Cenp

Criado em 1998, o Cenp – Fórum de Autorregulação do Mercado Publicitário – tem como propósito zelar pelas relações ético-comerciais do mercado publicitário. Para isso, reúne as principais entidades que compõem o ecossistema da publicidade com representantes de anunciantes, agências de publicidade, elos digitais e veículos de comunicação. É parte de sua concepção ser um emulador de boas práticas e um centro de discussões, funcionando como um indutor e catalizador de ideias, dados e conceitos que valorizem a atividade e promovam o desenvolvimento do setor.

Fonte: Eduardo Dóro