Coluna “Discutindo a relação…”

O novo, ou melhor, os novos papéis de uma agência de propaganda

Por Josué Brazil*

As agências vêm se caracterizando, nas últimas duas ou três décadas, como as grandes condutoras do processo de comunicação mercadológica de marcas e produtos.

As agências de propaganda, antigamente conhecidas como os oráculos da criatividade, estão agora numa verdadeira montanha-russa de mudanças! Se antes o trabalho era só pensar em um bom comercial de TV ou anúncio de revista, hoje o cenário é uma bagunça organizada de plataformas, formatos e públicos diferentes.

No mundo atual, onde tudo muda num piscar de olhos e a concorrência é de tirar o fôlego, essas agências precisam ser verdadeiras ninjas da comunicação. Não basta só ter uma ideia legal, tem que entender de dados, comportamento de consumidor, tecnologia e, claro, saber contar uma boa história em qualquer mídia.

Agênciasatuam como maestros

Elas têm atuado como “maestros” regendo diversas ferramentas ou plataformas de comunicação além da propaganda convencional. Podemos citar aqui algumas destas ferramentas ou disciplinas:

Promoção de vendas, merchandising, ações no ponto de venda; eventos; comunicação dirigida; internet ou digital; assessoria de imprensa; relações públicas e design.

Primeiro, vamos falar do básico: a internet. Ah, a internet, esse universo sem fim onde todo mundo tem uma opinião e uma rede social. As agências agora precisam criar conteúdos que viralizem, mas também que façam sentido e tenham um propósito. É um tal de fazer post pra Instagram, vídeo pra TikTok, e-mail marketing, e tudo isso mantendo a identidade da marca. Parece fácil? Nem um pouco!

E não para por aí. Tem também a questão dos dados. Hoje em dia, quem não entende de dados fica pra trás. As agências precisam saber ler essas informações pra entender o que o público quer, quando quer e como quer. A velha intuição criativa agora anda de mãos dadas com a análise de dados. É tipo um namoro que deu certo!

E tem, é claro, as parcerias!

Outro ponto importante são as parcerias. Influenciadores, por exemplo, viraram peças-chave no tabuleiro da propaganda. As agências têm que saber escolher bem quem vai representar a marca, porque um passo em falso e o castelo de cartas desmorona.

Tem que ser autêntico, tem que ter conexão com o público, e isso não se compra com um simples contrato.

E não podemos esquecer da tal da criatividade

E no meio disso tudo, não podemos esquecer da criatividade, claro. Porque no final das contas, a gente ainda quer ver uma propaganda que faça a gente rir, chorar, pensar ou até mesmo mudar de vida. As agências precisam continuar sendo aquelas fontes inesgotáveis de boas ideias, mesmo que o formato mude, a essência continua a mesma.

Um dos grandes papéis das agências no cenário atual é construir marcas, para tanto, devem buscar desenvolver comunicação criativa, original, relevante, pertinente e eficiente.

Para conseguir atuar desta forma, as agências devem investir em capital intelectual e tecnológico, além de pensar sempre em conhecer o melhor possível o produto e o mercado de seus anunciantes.

Então, dá pra perceber que as agências de propaganda hoje são muito mais que fábricas de anúncios. São centros de inovação, de estratégia, de criação e, acima de tudo, de adaptação. Elas estão aí pra navegar nesse mar de possibilidades, sempre prontas pra surfar na próxima onda que aparecer.

*Josué Brazil é publicitário, produtor de conteúdo, professor universitário e o responsável pelo Publicitando. Também atua como consultor free lancer de comunicação e diretor da APP Brasil e da APP Vale.

Para surfar nas tendências de marketing, dados são mandatórios

Por Daniel Rosa*

É impossível iniciar uma conversa sobre tendências de marketing sem mencionar o comportamento do consumidor. Atualmente, temos clientes dinâmicos, que se adaptam e mudam rapidamente. Todas essas mudanças, aceleradas pela facilidade de acesso à informação, apresentam um desafio crescente que deve ser analisado de maneira quantitativa.

Daniel Rosa -Foto: Mariana Pekin

Assim, a melhor forma de se adaptar às transformações repentinas nas necessidades e desejos, captar a atenção e atender o público-alvo de forma eficaz, muitas vezes em tempo real, é monitorar a inteligência de dados. Ao analisar fontes como tráfego do site, interações nas redes sociais e histórico de compras, a empresa consegue compreender melhor seu cliente.

Algumas dessas métricas avançadas para uma compreensão mais profunda são:

Taxa de Conversão (Conversion Rate – CR): oferece insights sobre a eficácia das estratégias de engajamento e conversão. Um estudo que realizamos recentemente apontou que a personalização de campanhas pode elevar a CR em até 10%, demonstrando o poder dos dados na customização da experiência do usuário.

Valor do Tempo de Vida do Cliente (Lifetime Value – LTV): ajuda a determinar o valor a longo prazo de um cliente, influenciando estratégias de retenção. De acordo com um relatório da McKinsey & Company, empresas que utilizam análise de dados para otimizar o LTV veem um aumento de até 25% na rentabilidade por cliente.

Custo por Aquisição (CPA): uma métrica vital, reflete diretamente a eficiência das campanhas. Empresas que usam o Google Analytics para aprimorar suas estratégias baseadas em análise podem reduzir o CPA em até 30%, maximizando o ROI de suas campanhas publicitárias.

Engajamento e Retenção: métricas de engajamento, como taxa de cliques (CTR) e taxa de abertura de emails, oferecem visão sobre a relevância do conteúdo. Um estudo realizado pela Bain & Company indica que um aumento de 5% na retenção de clientes pode aumentar os lucros de uma empresa entre 25% a 95%.

À medida que avançamos, a capacidade de interpretar e agir com base em dados complexos se tornará ainda mais crítica. A cada coleta, organização e análise dessas informações, por meio de softwares de gestão, os dados vão gradativamente delineando o futuro do marketing.

A análise preditiva, por exemplo, permitirá que as empresas antecipem tendências futuras com maior precisão, ajustando suas estratégias em tempo real para atender às demandas emergentes dos consumidores.

Em um mundo onde os dados são o novo ouro, a capacidade de extrair insights acionáveis de um mar de informações será o diferencial que permitirá às empresas não apenas sobreviver, mas prosperar em um mercado em constante mudança.

*Daniel Rosa é Diretor de Growth da Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem

Hiperpersonalização: a próxima fronteira em martech

Por Lyse Nogueira*

O uso de dados para entender os consumidores consolidou-se na rotina dos profissionais de marketing. No entanto, o cenário mudou significativamente, com uma quantidade sem precedentes de dados e tecnologias disponíveis para analisar e extrair insights dessas informações, apoiando a criação e oferta de experiências altamente personalizadas aos clientes.

Imagem de Stefan Schweihofer por Pixabay

A hiperpersonalização está se tornando uma estratégia essencial para empresas que desejam destacar-se em mercados competitivos. Neste artigo, apresento uma visão sobre o potencial dos dados nesta abordagem dentro do marketing, e como essas tecnologias estão moldando o futuro das interações entre empresas e consumidores.

Existem diversos métodos analíticos que organizações podem utilizar para implementar a hiperpersonalização de forma efetiva. Entre eles, o uso de modelos supervisionados e não supervisionados, análise de recomendações e busca por perfis similares. A ideia é encontrar perfis que se assemelhem a um tipo específico de cliente, seja em termos de comportamento ou aspectos socioeconômicos, e combinar esses insights com novos dados para entregar comunicações extremamente relevantes, que promovam a compra ou a lealdade à marca, entre outros objetivos.

Também é essencial incorporar contexto à hiperpersonalização. Ela vai além de apenas personalizar a comunicação, ao incluir o contexto e preferências específicas de um indivíduo. Isso pode envolver ofertas específicas, mas também ações e até um tom de voz apropriado para aquele consumidor. Não adianta, por exemplo, promover ofertas de roupas de verão se sabemos que a navegação do cliente é focada em roupas de inverno, ou comunicar-se com a Geração Z como se fossem Millennials. Esses detalhes são fundamentais para o sucesso de uma estratégia de personalização.

A capacidade de antecipar os desejos dos consumidores e melhorar significativamente sua experiência é outra grande vantagem da hiperpersonalização. Ao analisar padrões e comportamentos, é possível identificar tendências entre os diversos grupos de consumidores e tomar medidas específicas para atender às suas expectativas. Isso inclui, por exemplo, compreender o tipo de comportamento que geralmente leva uma pessoa a cancelar um serviço de streaming e agir proativamente para evitar essa situação. Essa capacidade preditiva envolve o uso de dados sintéticos para aprimorar a análise, além da geração de conteúdo personalizado como estratégia para reduzir a taxa de cancelamento.

Contudo, a jornada de hiperpersonalização requer atenção a alguns aspectos, principalmente o uso ético dessas técnicas. As organizações precisam considerar fatores como transparência e consentimento, comunicando aos clientes como seus dados serão utilizados. Isso não é trivial e enfrenta a complexidade dos termos e condições de uso, que são apresentados aos usuários, mas raramente lidos. Portanto, simplificar essas informações sobre o rastreamento de comportamentos é importante. Também é válido pensar em oferecer incentivos ou benefícios aos consumidores em troca dos dados fornecidos. Nesse contexto, é crucial lembrar que, se o cliente se sentir enganado, existe um risco significativo de quebra de confiança. Portanto, é crucial avaliar os trade-offs entre o que é recebido e o que é oferecido nesta jornada.

Além disso, é necessário considerar as métricas de sucesso de projetos de hiperpersonalização, que variam de acordo com o foco da campanha e podem estar relacionadas a engajamento, satisfação do cliente ou retorno sobre o investimento. É essencial estabelecer métricas básicas antes de implementar um plano cujo objetivo é oferecer uma experiência altamente personalizada. Definir claramente os resultados esperados da campanha, como mais cliques, visualizações, conscientização, retenção, conversões, ou outros objetivos, é fundamental.

Olhando para o futuro, as organizações que desejam liderar devem adaptar e evoluir suas estratégias de hiperpersonalização, atualizando-se sobre as técnicas em uso. Não é necessário esperar a coleta de todos os dados, de todos os canais, para iniciar a estratégia; é possível começar com pequenas ações.

Por exemplo, se uma plataforma de streaming conhece o time pelo qual seu assinante torce, pode personalizar a tela inicial com informações desse time, partindo do mínimo de informação e incrementando a oferta ao longo do tempo. É útil revisitar periodicamente o que foi construído, com base nas novas informações fornecidas pelo cliente.

Por fim, além de qualquer abordagem tecnológica, as empresas precisarão estar atentas às mudanças nas preferências de sua base para criar campanhas altamente relevantes. Manter uma abordagem centrada no cliente será essencial para garantir a eficácia de uma estratégia de hiperpersonalização.

*Lyse Nogueira é customer advisor do SAS Brasil.

1º de abril: confira 7 mentiras sobre marketing digital

Conheça dicas para não cair em mitos e aproveitar oportunidades e ferramentas nos negócios

As vantagens do marketing digital você já conhece. Por meio de estratégias sólidas, empresas podem alcançar o público global sem as limitações geográficas, trabalhar com segmentação precisa, ganhar escala no e-commerce e medir, com clareza e exatidão, os resultados alcançados. Além disso, as ferramentas oferecem oportunidades para as empresas se envolverem com seus clientes de forma interativa e personalizada. Isso inclui redes sociais, blogs, vídeos e outras formas de conteúdo que permitem construir relacionamentos mais profundos e duradouros com o público-alvo.

De acordo com dados do E-Commerce Brasil, a estimativa para 2024 é de que o faturamento do e-commerce seja de R$ 205,11 bilhões. Isso representa aumento de 10,45%, comparando com a previsão de vendas para 2023. O ticket médio, por sua vez, deve girar em torno de R$ 490, enquanto o número de pedidos pode totalizar 418,6 milhões. Tanta demanda será devido a um aumento também na quantidade de clientes comprando online, chegando à marca de 91 milhões de consumidores.

Se você não quer perder espaço nesse mercado que só cresce todos os anos, aproveite a proximidade com o 1º de abril, data mundialmente conhecida como Dia da Mentira, e confira 7 mentiras listadas pela agência full service Adtail sobre as práticas de marketing digital no Brasil e como não deixar que elas prejudiquem o seu negócio.

1) Surgiu uma nova rede social e eu preciso criar um perfil da marca imediatamente, para mostrar ao público que estou antenado.

“Mentira! Não é porque uma rede social chegou ao mercado que seu público vai estar nela. Esteja onde sua marca é ouvida e onde faz sentido para seu público, para o seu conteúdo e para o seu serviço ou produto”, esclarece Tainá de Zutter, especialista de social media.

2) Se eu disparar um e-mail marketing pra toda a minha base de clientes, tenho mais chances de vender mais!

Para Renata Borba, gerente de CRM, seria um sonho se fosse tão fácil performar. “A verdade é que mandar tudo pra todo mundo só força o volume e cansa a base, correndo o risco até de perder o engajamento e efetividade a longo prazo, sem garantir resultado no presente. O que na verdade garante a venda é justamente o oposto: encontrar as pessoas certas dentro da jornada, que estejam no momento certo para a oferta que você quer fazer.”

3) Trabalho com marketing. Não preciso entender de dados.

Péssima abordagem. “Independente da área de atuação, a análise de dados é fundamental para entender o contexto no qual o seu negócio está inserido e se suas ações estão entregando o resultado esperado. Decisões baseadas em dados são mais assertivas e te colocam um passo mais próximo de suas metas e objetivos”, reforça Andressa Junges, coordenadora de Data Intelligence.

4) O e-mail marketing está morto.

Francini Vergari, coordenadora de marketing da Adtail, afirma que, embora algumas pessoas possam considerar o e-mail antiquado, ainda é uma das formas mais eficazes de comunicação com os clientes. “Desde que seja feito de forma relevante e personalizada, o e-mail marketing pode gerar altas taxas de conversão.”

5) Agências de marketing digital são todas iguais.

André Bonanomi, chief revenue officer da Adtail, discorda totalmente. “Cada agência de marketing digital tem sua própria abordagem, conjunto de habilidades e áreas de especialização. É importante pesquisar e encontrar uma agência que se alinhe com os objetivos e necessidades específicas da sua empresa.”

6) Inbound marketing é só produzir conteúdo.

Embora a criação de conteúdo de alta qualidade seja uma parte importante do inbound marketing, não é o único aspecto. “O inbound marketing envolve também a criação de relacionamento com os clientes, a nutrição de leads, a personalização da jornada do comprador e muito mais”, destaca Débora Mengarda, coordenadora de inbound marketing da Adtail.

7) Design é apenas sobre estética.

Alex Lennon, head de criação da Adtail, alerta que muitas vezes as pessoas pensam no design apenas em termos de aparência visual, ignorando sua função estratégica. “Na realidade, o design eficaz vai muito além da estética e deve ser orientado por objetivos específicos de negócios, como aumentar as taxas de conversão, melhorar a usabilidade do site ou fortalecer o reconhecimento da marca.”

Fonte: EDB Comunicação